Comecemos por ver algumas definições ou conceitos das dimensões da expressão dramática para melhor entender a sua evolução no país com particularidade no desenvolvimento das crianças.
Conteúdos
Expressão dramática
Expressão dramática \ teatro é a parte integrante do currículo do primário ciclo de ensino básico constando nas orientações curriculares para grau de ensino como área curricular obrigatória. Toda via, nem sempre esta área tem o tratamento que merece, surgindo como subsidiária das outras áreas nas práticas lectivas dos professores do primeiro ciclo.
O texto dramático é a representação que envolve os participantes a título individual ou colectivo e constrói-se a partir das suas propostas.
É por isso que o trabalho do jogo pedagógico está em primeiro plano na pedagogia do teatro para esta faixa etária, visa o desenvolvimento da expressividade favorecendo a socialização e factores de formação da personalidade (koudela 2006).
Dimensão da pedagogia do Teatro
A pedagogia do teatro propõe um tipo de dinâmicas que tornam um excelente completo ou mesmo um elemento fundamental para o trabalho educativo, se não mesmo para a vida na medida em que e um instrumento para a formação integral da pessoa (Costa 2003).
O viver em sociedade, pressupõe interação com outros, ora o teatro é um trabalho de grupo por excelência onde o contributo de cada um é fundamental para resultados de todos (Iluminação, cenário, figurino, musica). É por isso, uma ocasião em que o diálogo, questionamento e a troca são estimulados fomentando a socialização e integração no grupo através da emoção, sentimentos e dedicação partilhada. (Dulci 2004).
Assim as artes cênicas exigem dos alunos o toque, o pegar,contacto físico entre sujeitos existindo um diálogo interior consigo próprio integralmente com os outros do grupo. Os alunos que praticam teatro não vivem isolamento em constante construção, criação, troca de ideias e de conhecimentos ( Dulci 2004)
Contributo da expressão dramática do desenvolvimento da personalidade
Com particulardade de Moçambique.
De acordo com Aguilar (2001) “O jogo é, para a criança, o seu meio privilegiado de expressão” (p. 21), assumindo este, um papel primordial no desenvolvimento da personalidade, tornando-o uma atividade singular de aprendizagem ativa, de interação, de comunicação e de cooperação. Assim, o jogo dramático é defendido por alguns autores como uma atividade que para além de impulsionar o desenvolvimento social da criança, favorece simultaneamente a linguagem, chegando a ser considerado por Read, um dos críticos de arte mais conceituados a nível internacional e criador do termo “Education Throug Art (1943), como “um dos melhores métodos educativos”.
Sendo o jogo dramático uma forma natural de expressão, facilitador do processo de cooperação e de interação, é objetivo deste projeto analisar qual o contributo que a Expressão Dramática poderá proporcionar no desenvolvimento da cooperação e da interação entre as crianças em idade pré-escolar. Para isso foi desenvolvido um projeto com 25 crianças em idade pré-escolar, de modo a dar resposta à questão de investigação colocada: Poderá a Expressão Dramática fomentar o desenvolvimento da cooperação e da interação?
Esta investigação segue uma metodologia qualitativa, nomeadamente a investigação-ação, privilegiando-se a observação participante propriamente dita. Como instrumentos de recolha de dados contemplaremos as reflexões pessoais, as grelhas de avaliação e o registo fotográfico, sendo que a avaliação passará pela análise destes instrumentos.
Podemos referir que, no que à comunicação e interação diz respeito, a implementação destas atividades veio proporcionar um apelo à interação e à comunicação das crianças, uma vez que este tipo de jogo evoca à cooperação e à interação entre os seus elementos. Torna-se assim possível concluir, que a implementação de atividades de jogo dramático favorece o desenvolvimento da cooperação e da interação.
Evolução da Expressão Dramática em Moçambique em sintese
Para fazer abordagem deste tema, importa em primeiro situar ao interessado ou ao leitor em relação a expressão dramática, sem antes olhar para a sua evolução, depois do conceito, poderemos aprofundar mais indo para a perspectiva da sua evolução, neste sentido, a expressão dramática é definida “por uma dupla necessidade: expressão e comunicação, uma vez que, há expressão dramática sempre que alguém se exprime pelo gesto e/ ou pela palavra, para os outros com prazer. É um jogo que não esta subordinado ao texto nem a cenários, mas sim um jogo, em que o texto é substituído pela palavra improvisada, ou estabelecida através de um guião, em que o cenário é substituído pela sala de aulas.”
Quando nos referirmos à Expressão Dramática, temos que assegurar que esta área de expressão não pode ser confundida com teatro, na medida em que o jogo dramático não parte de um texto que traduz uma acção dramática, evolutiva, através de situações a serem vividas pelas personagens.
O jogo dramático que pode ser realizado através de jogos de apresentação, jogos de sensações, jogos de pantomima, jogos narrativos, jogos de sons, jogos com máscaras, jogos com disfarces e muitos outros, é um exercício da criança e para a própria criança que parte de uma acção e não de um texto que embaraça a criança.
Marie Dienesch, citado no livro, “A criança e a expressão dramática”, (p. 24) “Partindo de uma acção e não de um texto, a criança não corre o risco de cair nesta confusão fundamental: as palavras já não tomam para dela o lugar da acção, pois esta é apreendida antes da utilização de qualquer forma verbal. Além disso, levada a criar o seu próprio texto, quando se chega ao momento em que as palavras satisfazem uma necessidade interior, e só então ela experimenta a verdadeira natureza da linguagem dramática, em que todo o que possa ser indicado por um meio diferente da palavra não deve ser dito, e em que a palavra assume o seu valor insubstituível e soberano, afim de ser uma evolução interior já contida na vida física do actor.”
Golton, Robert, e Clero Claude podemos afirmar que “a expressão dramática é um jogo visual ou/e auditivo onde a criança durante a improvisação, intervêm com o corpo e/ou com a palavra, com a sua timidez e a sua sensibilidade, com as suas recordações e os seus sonhos. Actua só ou com outras crianças, fala-lhes ou responde-lhes, adere ao real ao foge-lhe, ou seja, é um jogo que não tem como objectivo ganhar o colega mas sim encorajar o envolvimento e cooperação em grupo” isto, através de uma forma dinâmica de entretenimento, em que se confere expressão dramática aquilo que se imagina. Sendo um meio através do qual a criança pode, de uma forma criativa, dar livre curso as suas ideias, desenvolvendo as mesmas e os conflitos das situações ocorrentes segundo a sua própria experiência.
Em Moçambique qualquer jogo dramático como o teatro, a dança, a arte, o desporto e a própria linguagem, tanto na forma oral como na escrita, permite associar ideias, conceitos e objectos entre si, de forma a enriquecer qualquer actividade e são os alicerces para a vida. Através dos jogos é possível representar o mundo fantástico e o autêntico, investigar e experimentar o que não é possível ou correcto na vida real.
A linguagem verbal e não-verbal nas escolas mocambicanas é um veículo para comunicar e desenvolve-se através da Expressão Dramática. A comunicação faz-se desde o alfabeto que é traduzido nas mais diversas combinações: uma conversa, uma história escrita ou contada, um poema, uma canção, sons e muitas outras. Os indivíduos expressam-se através de palavras, mas também através do corpo, revelando os pensamentos e sentimentos com palavras e gestos. A linguagem é indispensável para a maioria das pessoas poderem preencher as suas vidas. Usar a linguagem é brincar com os sons e o silêncio.
Particularidades da evolução de expressão dramática
O desenvolvimento da informação nas televisões em jeito de desenhos animados faz com que as crianças em seu maior tempo se comunicam dramaticalmente emitando os movimentos e diálogos dos desenhos animados.
Pode uma criança estar triste, mas sempre que se tem ideia de um jogo ou uma canção, a felecidade evoca-se de imediato, ate as motivações para a aprendizagem na sala de aulas os professores usam mais os jogos.
Em todo mundo, com mais foco de Moçambique existem crianças com fraco desenvolvimento na comunicação, na partilha de actividades escolares ou seja, crianças acanhadas, dai que a maior potência de recuperar a participação dessas crianças em tudo que e actividade e a expressão dramática- canções, jogos lúdicos, etc.
Em Moçambique a maior actuaçao da expressão dramática é feita nas escolas pré- escolares, escolas primárias e nas escolas de apoio a crianças com necessidades educativas especiais(N.E.E). A posse dos meios de comunicação por parte das crianças ajuda muito na evolução da expressão dramática, pois muito se partilha, assiste, emite e se desenvolve em resultado de muita diversão de crianças de quase todo país ou mesmo do mundo.
Particulariza-se as crianças pois são as que mais tempo passam jogando, assistindo mas mesmo jovens e adultos se divertem-se tanto em expressão dramática, na sua linguagem diária usam gestos e códigos na sua comunicação em jeito de tornar os assuntos mais singilosos aos outros.
Veja!
- Impactos da violência doméstica na sociedade Moçambicana
- Importância da Matemática aplicada para a Administração
Referências
Costa, I. A. (2003). Desejo de teatro: o instinto do jogo teatral como dado antropológico. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian.
Koudela, I. D. (2002). Jogos teatrais. S. Paulo: Editora Perspetiva.
Garvey, C. (1979). Brincar. Lisboa: Edições Salamandra
Koudela, I. D. (2002) A nova proposta do ensino do teatro. Recuperado em 14 de Setembro, 2011, de revistasalapreta.com.br/index.php/salapreta/…/114
Koudela, I. D. (2006) Pedagogia do teatro. Recuperado em 3 de novembro, 2011, de portalabrace.org/Memoria%20Abrace%20X%20digital.pdf
Koudela, I. D. (2008) A ida ao teatro. Recuperado em 23 de janeiro, 2012, de http://culturaecurriculo.fde.sp.gov.br/administracao/Anexos/Documentos/42009063014 0316A%20ida%20ao%20teatro.pdf
https://livehard.blogs.sapo.pt/442.html
Marcelo-Garcia, C. (1999). Formação de Professores. Para uma Mudança educativa. Porto: Porto Editora
Ministério da Educação (M.E.) Direcção Geral do Ensino Básico e Secundário (1990). Reforma educativa: Ensino Básico Programa do 1º Ciclo.