O que é Heresia?
Heresia em grego significa “escolher” e com o advento do Cristianismo no Século II – época em que a mensagem cristã passou a ser mais elaborada e se repartiu em inúmeras interpretações e versões – irá receber uma nova significação e versões – irá receber uma nova significação conotativa de “princípios que vão de encontro aos dogmas da Igreja conotativa de “princípios que vão de encontro aos dogmas da Igreja”.
Pode ser caracterizada também como divergência de opinião, onde, neste caso específico, a opinião do mais forte sempre irá subjugar a do mais fraco, inclusive por meio de chacinas covardes que mancharam a história ocidental.
Posição da Heresia perante a igreja Crista
Nos séculos IX e XI, foi criado um ambiente favorável ao desenvolvimento das heresias medievais. Isso porque houve o conhecido “Cisma Grego”, episódio no qual a Igreja Católica, com sede em Constantinopla, separou se da Igreja Ocidental, com sede em Roma. Esse acontecimento não pode ser considerado como uma heresia propriamente dita, embora tenha significado uma desunião entre cristãos. Mas, nesse contexto, a expansão econômica da Europa do século XI ao século XIII, juntamente com a reunião de mercadores e de classes pobres organizadas nas cidades, proporcionaram o surgimento de movimentos populares que deram início a muitas heresias.
Esses movimentos acabaram por incomodar a Igreja e o poder civil, que representavam a classe dominante da época. É por isso que se diz que “A heresia nem sempre nasce da dúvida intelectual, como ocorreu nos séculos anteriores, ela também surge das condições sociais, econômicas e políticas; da oposição das classes dominantes”
As pessoas que se propuseram a cultuar a pobreza e a vida comum estavam reagindo contra o luxo e a riqueza adquirida pelo Clero e pelos representantes do poder civil – elas criticavam a sociedade feudal cristã que fora estabelecida por quem detinha o poder e pregavam um discurso teológico que, por vezes, representava, na verdade, as intenções exclusivistas e ambiciosas dos indivíduos que constituíam o episcopado aristocrático e instituições religiosas. Toda essa situação fez com que surgissem todos esses levantes populares “heréticos”, um violento aparelho repressivo montado pelo poder clerical, a fim de sufocar a infiltração de doutrinas estranhas no seio da Igreja – essas poderiam quebrar a ordem alicerçada sob o juramento de fidelidade do vassalo para com o seu senhor. A Igreja deparou-se com perigo do racionalismo, já que esse ameaçava tanto a fé quanto o poder. Com isso a autoridade dos padres passa a ser sempre contestada; a não ser quando estava em perfeita harmonia com a racionalidade.
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Bibliografia
RIBEIRO, Júnior, João. Pequena História das Heresias Medievais. São Paulo: Papirus, 1989; capítulos I e V.