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Grupo e equipa
Há quem diga que os grupos e as equipas tem a capacidade de alterar o raciocínio aritmético fazendo com que doismais dois sejam cinco. Mas logicamente também tem a capacidade de fazer o resultado ser igual a três. Por essa razão as organizações têm a necessidade de administrar os grupos e equipas de trabalho de forma auto correctiva e sob forma de unidades coordenadas, assim, se um dos membros comete um erro, a equipa ou o grupo, que trabalha bem em conjunto, pode sempre corrigi ló.
A fim de compreendermos o presente tema, torna se pertinente apresentar os principais conceitos, e diferencia lós.
Grupo
Entende se por grupo, a reunião de dois ou mais indivíduos que interagem, numa relação de interdependência, tendo em vista a realização de objectivos específicos, (Bilhim ,2006).
Para KartLewin, o grupo não define se não pela simples proximidade ou soma dos seus membros, mas como um conjunto de pessoas interdependentes. Sendo neste sentido que podemos definir o grupo como um organismo, e não um agregado ou uma colecção de indivíduos.
Existem vários tipos de grupo sociais, porem para esta temática trataremos, do grupo social, formal, informal e temporário, definindo cada um deles em seguida.
Grupo social: conjunto de pessoas que apresentam características similares, e que realizam actividades, ou projectos quotidianos.
Grupo formal: conjunto de indivíduos unidos por um objectivo em comum, sendo criado pela organização, ou seja ele é constituído formalmente pela estrutura organizacional, aos quais são atribuídas funções e tarefas. Sendo que o comportamento dos indivíduos nesta tipo de grupo é estipulado e dirigido pelas metas organizacionais.
Grupo informal: entendem se aqueles que não são formalmente estruturados nem determinados pela organização, mas que surgem em resposta às necessidades de contacto social dos seus membros.
Grupo temporário: conjunto de pessoas que se unem para o alcance de um objectivo, alçando em determinado espaço de tempo, sendo que o objectivo e a estrutura permanecem e as pessoas mudam.
Equipa
Entende se por equipa, o conjunto de dois ou mais indivíduos, que se dedicam a realização de uma tarefa específica, por obrigação ou não, com vista a alcançar um objectivo em comum.
Diferenças entre grupo e equipa
Quanto a relação com o trabalho
Equipe: as tarefas são mais específicas.
Grupo: as tarefas são menos específicas.
Grupo quanto a responsabilidade
Equipe: a responsabilidade é atribuída a pessoa encarregada.
Grupo: a responsabilidade recai para todos os elementos.
Quanto a relação com a empresa
Equipe: os membros criam as metas a serem alcançadas.
Grupo: a empresa cria as metasa serem alcançadas.
Quanto aos objectivos
Equipe: individuais.
Grupo: colectivos.
Processos grupais
O ser humano é simultaneamente um ser sociável e um ser socializado, sendo assim, entendemos que ele é, ao mesmo tempo, um sujeito que aspira se comunicar com os seus pares e, também, membro de uma sociedade que forma e o controla, quer ele queira ou não. O mesmo acontece na realidade organizacional.
Para Chiavenato citado por Alexandre (2002), o processo grupal implica uma rede de relações que pode caracterizar se por relações equilibradas de poder entre os participantes ou pela presença de um líder ou subgrupo que detém o poder e determina as obrigações e normas que regulam a vida grupal.
As relações de poder no grupo determinam ou influenciam o grau de participação dos integrantes no processo de comunicação interno, no sistema de normas, nas suas aplicações, punições e decisões.
Durante o processo grupal pode se verificar a questão da solidariedade grupal, que pode estabelecer se como um importante factor de manutenção do grupo, e podem surgir conflitos com relação aos valores, as normas, e a outros aspectos da vida grupal. Esses conflitos originam se do confronto permanente entre a diversidade de ponto de vista presente no grupo.
O processo de desenvolvimento do grupo proporciona aos seus integrantes condição de evolução e crescimento pessoal. Participar de um grupo significa partilhar representações, crenças, informações, pontos de vista, emoções, aprender a desempenhar papeis de filho, estudante, e profissional.
Processos Grupais
Coesão
Pode ser definida como a quantidade de pressão exercida sobre os integrantes de um grupo a fim de que continuem nele.
Para Weinberg e Gould (2001) ̎ a Coesão relacionada a tarefa reflecte o grau em que os membros de um grupo trabalham juntos para alcançar objectivos comuns ̎ . A Coesão interna aumenta se a equipa trabalha em busca dos mesmos objectivos com uma entrega total e absoluta em todo o trabalho que realizam.
Para Alexandre (2002), a coesão é a resultante das forças que agem sobre um membro para que ele permaneça no grupo.
Inúmeras são as razões que podem levar uma pessoa a fazer parte de um grupo, uma delas pode ser a atracão pelo grupo ou por seus integrantes, outra seria a forma de obter algum interesse através da filiação ao grupo.
Para Aroldo Rodrigues, quando maior a coesão do grupoː
- Maior a satisfação experimental por seus membros,
- Maior a quantidade de influencia exercida pelo grupo em seus membros,
- Maior a quantidade de comunicação entre os membros,
- Maior a produtividade do grupo.
A coesão grupal não gera apenas vantagens, pois os grupos altamente coesos estão sujeitos ao pensamento grupal, o que pode fazer com que o grupo tome decisões desastradas. A união entre os participantes é tamanha que eles se tornam pouco críticos, podendo apresentar distorções da realidade organizacional.
Fatores da coesão de grupo
Os factores que conduzem à coesão de Grupo são, segundo os autores J.M Carvalho Ferreira et al., citado por De Oliveira (2010), são os seguintesː
Fator Físico
A proximidade físicaː as pessoas que trabalham juntas, passam muito tempo em comum, têm mais tendência para a coesão; no entanto, este pode também ser um factor de repulsa (tem o seu lado positivo e negativo);
Factor tarefa
Trabalho igual ou semelhanteː as pessoas que realizam trabalhos semelhantes defrontam-se com os mesmos problemas, isto é, podem ajudar-se mutuamente, o que é uma forma de tornar o grupo mais coeso, mas podem também entrar em competição de modo a tentar fazer o trabalho melhor do que o colega que está ao lado, correndo, assim, o risco de criar um clima de desarmonia no seio do grupo;
A homogeneidade
A homogeneidadeː a coesão de grupo é tanto maior quanto mais forem as características comuns dos seus membros, tais como a raça, o status social, as atitudes ou os valores.
A comunicação
A comunicaçãoː a coesão é tanto maior quanto mais os seus membros comunicarem mais clara e facilmente entre si;
Objetivos em comum
O grau de concordância face aos objectivos de grupoː quanto maior for o consenso face aos objectivos de um grupo e a sua importância, maior será o grau de coesão interna do grupo. A possibilidade de os membros de um grupo influenciarem o processo de tomada de decisão do grupo tende a aumentar o entendimento das existências de objectivos partilhados e, consequentemente, a coesão.
Antagonismo intergrupal
A simples existência de conflitos ou antagonismos intergrupais pode conduzir a um aumento de sentido de competição em relação aos membros de outro grupo e, como tal, aumentar o grau de ajuda entre os membros do próprio grupo. Esta é a razão pela qual a rivalidade entre grupos aumenta coesão de Grupo;
Experiência anterior sucesso/ insucesso
A história de sucessos anteriores por parte do grupo é capaz de influenciar a coesão interna do mesmo. Grupos que apresentam um passado de sucesso na realização das suas tarefas tendem a ser mais coesos que grupos em que existe um passado de insucesso (Mitchell e Larsen, 1987). Independentemente da produtividade real, os grupos que julgavam ter maiores níveis de desempenho desenvolviam maior coesão interna do que os outros grupos que eram informados acerca de estarem a desempenhar mal as suas tarefas;
Nível de acessibilidade a admissão ao grupo
Quanto mais difícil for a acessibilidade à admissão num grupo, maior é a probabilidade de elevada coesão interna (Robbins, 1991). Os rituais de iniciação de algumas organizações militares, são um importante indicador do elevado grau de coesão que existe por parte dos membros. Se a utilidade de um elevada coesão na tropa é incontestável, a verdade é que, em diversas situações, ela pode ser prejudicial, se for necessária a extinção ou reintegração desse corpo operacional (1996).
Cooperação
Robbins,2004 define a cooperação como a associação de pessoas trabalhando juntas em prol de um ou mais objectivos. É a acção conjunta de dois ou mais indivíduos a fim de influir nos resultados de uma ou mais pessoas. A coalização ocorre quando parece oportuna e demostra uma forma mais eficiente de alcançar resultados mais compensadores.
Formação de normas
De um modo geral podemos conceituar norma sociais como sendo o padrão ou expectativas de comportamento partilhados pelos integrantes de um grupo, utilizando estes padrões para julgar a propriedade ou adequação de suas análises, sentimentos e comportamentos. Todo grupo, não interessando o tamanho necessita estabelecer normas para poder funcionar adequadamente.
As normas sociais não são necessariamente explícitas, partilhadas, conhecidas e seguidas pelos integrantes do grupo.
Liderança
Actualmente verificamos uma forte inclinação em não aceitar as teorias baseadas nas características de liderança, sendo mais aceite a posição da liderança como um fenómeno decorrente da interação entre os participantes, com acentuada dependência dos objetivos e clima do grupo.
Hoje sabemos que a liderança é um processo interacional, com características próprias, sendo impossível estabelecer, a princípio, com certeza, qual a pessoa mais preparada para comandar determinado grupo. Sendo que o líder devera surgir durante o processo de interação dos participantes.
Status
Este pode ser analisado sob duas vertentes sendo a primeira inerente ao status subjectivo, como o indivíduo percebe, ou pode ser o resultado do consenso do grupo sobre este individuo, status social. Sendo que o primeiro pode não corresponder ao segundo.
Papel social
De modo geral papel seria a totalidade de modos de conduta que um individuo aguarda numa determinada posição no interior do grupo, é também um modelo de comportamento definido pelo grupo.
Leia Também Sobre:
- Teorias de Administração
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- Fidelização de Clientes
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- Teoria Motivacional de Abraham Maslow
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- Elementos da cultura de uma organização
Referências bibliográficas
Alexandre, Marcos.(2002). Breve Descrição Sobre Processos Grupais. Rio de Janeiro.
Bilhim, João Abreu. (2006). Teoria Organizacional Estruturas e Pessoas. 5.ed. Lisboa. Universidade técnica de Lisboa.
Chiavenato, Idalberto.(1989). Recursos Humanos na empresa. São Paulo. Atlas.
De Oliveira ,Celso Yuri Amaral. (2010). A coesão de grupo dentro de uma organização, Lisboa.