A Organização Mundial de Turismo sugere a ocorrência de cinco etapas evolutivas da actividade turística:
1ª Etapa é denominada de Primórdios e teria início nos princípios da humanidade, estendendo-se até o século V d.C., vinculada inicialmente aos deslocamentos dos povos das civilizações pré-históricas, motivados pela busca de alimento, abrigo e clima mais ameno. Incluem-se nesta etapa os deslocamentos ocorridos junto ao advento da Revolução Neolítica, não mais pelas questões do nomadismo, mas pela troca de mercadorias, pelas guerras e até pela busca de prazer, ocorrendo tais deslocamentos nos antigos impérios que cresciam na Europa, África e na Ásia, graças a uma rudimentar estrutura de transportes que surgia, como estradas de terra e canais de navegação, além do desenvolvimento de alguns veículos de transporte. Destacar-se-ia nesta etapa, os gregos com importantes contribuições, além dos antigos romanos.
2ª Etapa seria a Idade Média, cujo período se estenderia do século V ao século XIV, apresentando características diversificadas, atreladas ao declínio do Império Romano, propiciando dificuldades nas viagens, pelo alto grau de periculosidade e dificuldade. As viagens de cunho religioso eram crescentes, principalmente a Jerusalém e Roma. Estas eram estimuladas pelos cristãos e embora tivessem fundamento religioso, eram também vistas como viagens recreativas e sociais.
3ª Etapa seria a do Renascimento e teria vigorado do século XIV ao século XVIII, tendo nesta etapa o conhecimento como o grande motivador das viagens. Teve como grande expressão o Grand Tour, caracterizado, conforme já destacamos, por viagens pela Europa, realizada por jovens da sociedade, desejosos por obter novos conhecimentos e experiências, sendo visto como o coroamento da realização educacional e cultural das classes privilegiadas, visitando ruínas e sítios históricos, bem como para estudar arte, arquitectura, geografia, história e economia.
4ª Etapa seria a Revolução Industrial, estendendo-se entre os séculos XVIII e XIX, período de profundas mudanças económicas e sociais. A ascensão de uma nova classe de trabalhadores urbanos apresentava maior tempo livre, recursos e o desejo por viagens recreativas, e teria propiciado o declínio do Grand tour e o crescimento das viagens de lazer. Estas foram facilitadas pelas férias anuais, pela tecnologia vinculada aos transportes e aos problemas urbanos, que teriam estimulado as pessoas, sobretudo os moradores da cidade a viajarem.
5ª Etapa teria sido a do Turismo Moderno, cujo início teria ocorrido no século XX, estendendo-se aos dias actuais. A grande evolução tecnológica atrelada a uma combinação de desejo, mobilidade, acessibilidade, renda e crédito teria possibilitado uma nova etapa para o turismo que teria se desenvolvido e consolidado ao longo do século XX, caracterizada pelos grandes fluxos turísticos internacionais e domésticos, propiciado, entre outras coisas, pela ampliação da tecnologia de transportes, das telecomunicações e da construção civil, motivando o aumento das viagens, o advento do turismo de massa e a segmentação da actividade turística.
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Ficha Bibliográfica
MOTA, Keila Cristina Nicolau. Marketing Turístico: promovendo uma actividade Sazonal. São Paulo: Atlas, 2001.
ORGANIZACION MUNDIAL DE TURISMO – Organização Mundial do Turismo (www.world-tourism.gov).
TOMÉ, Marcello. A Evolução Contraditório do Turismo. Tese de Doutoramento. Niterói-RJ: PPGE/UFF, 2006.