Conteúdos
1- Introdução
O presente trabalho fala sobre o Estado Zimbabwe (1250-1450) e nele poder-se-ia tocar nos aspectos que tem a ver com a origem e formação, actividades económicas, organizacao social, política e a sua decadência.
De referir que, o Estado de Zimbabwe existiu, aproximadamente entre 1250 e 1450.a classe dominante fez rodear as suas habitações de amuralhas de pedra conhecidas por Madzimbabwe (singular Zimbabwe). Essas amuralhadas não traduziam apenas uma ostensiva demonstração de poder, mas também tinham a função de protegê-la militarmente.
Na capital, grande Zimbabwe concentrou-se grande parte do poder político e económico. Havia aí vários recintos circundados por pedra, na planície e na colina, igualmente grande cidade de caniço, cujos vestígios arqueológicos cobrem hoje uma importante superfície. Além do grande Zimbabwe, são conhecidos vários centros regionais igualmente circundados por muros de pedra como Manyikeni.
2.1- Origem e formação do Estado Zimbabwe
Antes do século IV os primeiros agricultores e metalúrgicos bantu chegaram ao sul do Zambeze, vindos da região dos grandes lagos, onde fixaram se numa zona rica em ouro, e juntaram se com as populações que ai viviam (khoisan). O estado de Zimbabwe, existiu provavelmente aproximadamente entre 1250 e 1450. O nome deste estado deve-se ao facto de que na capital e outros centros do poder, a aristocracia rodeava as suas casas de amuralhadas de pedra conhecidas por ʽʽ Madzimbabwe-casas de pedraʼʼ que no singular seria ʽʽ Zimbabwe”.
Entre o século XVI e XVII, Manyiquene (primeiro museu arqueológico de Moçambique) fazia parte do território de Sadanda o qual segundo a tradição oral fora uma parte do Estado dos Mwenemutapas.
3- Actividades económicas no Estado Zimbabwe
No Estado Zimbabwe, as populações tinham como actividade económica básica a agricultura que por sua vez era complementada pela pastorícia e a mineração.
3.1- Agricultura
Neste Estado, melhoraram alimentação e produziram excedentes. Nem todos os homens eram agricultores, alguns especializaram-se, é o caso dos artesões, sendo estes abastecidos em alimentos pelos agricultores, produziam cereais como mapira, e a mexoieira.
3.2- Pastorícia
A actividade agrícola, era acompanhada pela criação de gado, onde criavam boi, carneiro, cabrito, uma parte do gado era herdado pelos membros da aristocracia, em grande número, chegando atingir milhares de cabeças,
3.3- Mineração ou uso de fero
A grande riqueza mineira que encontrava-se na região permitiu a estes povos uma extracção relativamente fácil de ouro, ferro, cobre e do estanho. Mas também a posse do ferro significava maior poderio militar, como armas, mais poderosas e a possibilidade de conquistar novas terras, com a produção de ferro desenvolveu-se a arte do ferreiro, que tornava a sociedade do Zimbabwe privilegiada. O trabalho dos metais era muito praticado, o cobre e o ouro eram os mas trabalhados para fins comerciais e para o uso da aristocracia.
3-4- Comércio (interno e externo)
A possibilidade de as aldeias fazerem troca directa de cereais, gado e sal, além de objectos de adorno (missangas e conchas) e de instrumentos de ferro lentamente, começaram a desenvolver o comércio com o Exterior. As primeiras trocas comercias realizaram-se provavelmente entre os séculos IX–X, Al- Masudi viajante árabe, referiu-se a Sofala no século X. Por volta de 900 N.E. começaram a vender ouro e cobre em mercados do oceano indico. Através dos Swahilis da costas oriental mantiveram contactos indirectos com mercadores: (árabes, indianos e chineses) e enviaram agentes para todos os portos da costa.
O ouro era extraído das minas e exportado para a Costa dai para mercados da arábia e índia. O contacto com os mercadores islamizados, nos séculos XI-XII, trouxe novas técnicas no campo da produção, fixação do algodão e da confecção de vestuários. Foi de grande importância para o desenvolvimento, organização e manutenção do poder político. A produção mineira de ouro e o seu comércio eram controlados pela aristocracia a partir do grande Zimbabwe, a Capital.
4- Organização Social
Entre os Karangas do planalto do Zimbabwe, desenvolveu-se uma aristocracia no seio das famílias alargadas, clãs e tribos. Os velhos, fundadores das famílias, tinham tarefas importantes. A população produzia, os chefes armazenavam e organizavam tarefas produtivas, pois restava lhes muito tempo para observarem o ciclo da natureza, que permitia-lhes ter conhecimentos a cerca do tempo e prazo das sementeiras. O melhoramento das técnicas agrícolas e consequente aumento da produção. Permitiu aos chefes afastarem-se das tarefas agrícolas ao longo de um processo que durou centenas de anos, os velhos aumentaram o seu prestígio, tinham autoridade religiosa e exigiam tributos das populações submetidas. Assim os chefes detinham as melhores terras, alem de reclamarem a posse das minas e o controle do comércio.
5- Organização político-administrativa
O grande Zimbabwe, onde vivia o rei, era o centro político-espiritual, ligado a diversos madzimbabwe (pequenas casas de pedra) regionais onde viviam os chefes províncias. Ali discutia-se os problemas do estado e diziam que dialogavam com os espíritos dos mortos.
Para acumular riquezas, os chefes exigiam ou cobravam tributos de diferentes formas:
Prestação de serviços nas minas de ouro e na caça ao elefante;
Impostos sobre as mercadorias, pagos pelos mercadores em trânsito pelo território;
Oferta simbólica aos deuses (paga através dos chefes)
Dias de trabalho forçado nas terras dos chefes.
Os militares, funcionários e chefes viviam do trabalho da campesina, os artesões que trabalhavam o ouro, o cobre e o ferro, bem como os mercadores, dependiam directamente dos chefes supremos.
6- Decadência do Estado Zimbabwe
A queda do Estado Zimbabwe deu se no ano 1450 quando os árabes passaram a utilizar o Porto de Sofala, como consequência do fragmento do Zimbabwe e da implementação da autoridade político-militar Portuguesa em Sofala em 1505 e 1507 na Ilha de Moçambique que associados a seca do rio Save, ao aumento demográfico, a procura de terras férteis e sal, as e pela fragmentação pela etnia Mutota a partir do século XV e que formaram do estado dos Mwenemutapas.
Em suma, pode-se dizer que a queda do Estado Zimbabwe deveu-se:
- O esgotamento dos jazigos de ouro e a infertilidade dos solos que provocaram a imigração da população para regiões mais seguras;
- A redução do caudal do rio save, que dificultou a navegação e a ligação entre i reino do Zimbabwe e a costa;
- O aumento da população na região do grande Zimbabwe e a consequente falta de terras arraveis;
- Contradições e lutas entre os clãs Rozwi e Tawara pelo controle do comércio de ouro.
Conclusão
Chegado ao fim da pesquisa concluiu-se que, falar do estado do Zimbabwe é falar de um estado africano que mostrou capacidade de arquitectura africana. Pois estes povos surgem no século IV e conheceu o seu desenvolvimento nos anos de 1250 a 1540. Foi população agrónoma e política.
No que diz respeito as actividades económicas, a principal fonte de actividade era a agricultura e o comércio do ouro era tido como actividade de prestígio. Por fim percebeu-se que, o fim do Estado resultou em uma fragmentação do poder dos Chonas (povos que habitam o actual Zimbabwe e uma parte do centro do actual Moçambique). Duas bases surgiram ao longo de um eixo norte-sul. No norte, o Império Monomotapa continuou e até melhorou a estrutura administrativa do Zimbabwe. Não seguiu a tradição de alvenaria de pedra na medida do seu antecessor. No sul, o Reino de Butua foi estabelecido como uma versão menor, mas quase idêntica, do Zimbabwe. Ambos estados foram eventualmente absorvidos no maior e mais poderoso dos estados de Kalanga, o Império Rozwi.
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Bibliografia
NHAPULO, Telesfero. História de 12ª Classe. Maputo plural editora, 2015.