Mia Couto
Mia Couto, pseudónimo de António Emílio Leite Couto (Beira, 5 de Julho de 1955), é um biólogo e escritor moçambicano
Perfil académico
Mia Couto nasceu e foi escolarizado na Beira, cidade capital da província de Sofala, em Moçambique – África. Adoptou o seu pseudónimo porque tinha uma paixão por gatos e porque o seu irmão não sabia pronunciar o nome dele. Com catorze anos de idade, teve alguns poemas publicados no jornal “Notícias da Beira” e três anos depois, em 1971, mudou-se para a cidade capital de Lourenço Marques (agora Maputo). Iniciou os estudos universitários em medicina, mas abandonou esta área no princípio do terceiro ano, passando a exercer a profissão de jornalista depois do 25 de Abril de 1974. Trabalhou na Tribuna até à destruição das suas instalações em Setembro de 1975, por colonos que se opunham à independência.
Foi nomeado director da Agência de Informação de Moçambique (AIM) e formou ligações de correspondentes entre as províncias moçambicanas durante o tempo da guerra de libertação. A seguir trabalhou como director da revista Tempo até 1981 e continuou a carreira no jornal Notícias até 1985. Em 1983, publicou o seu primeiro livro de poesia, Raiz de Orvalho, que, segundo algumas interpretações, inclui poemas contra a propaganda marxista-militante. Dois anos depois, demitiu-se da posição de director para continuar os estudos universitários na área de biologia.
Obras
Mia Couto tem uma obra literária extensa e diversificada, incluindo poesia, contos, romance e crónicas.
Obra | Género literário | Ano de lançamento e editora |
Raiz de Orvalho | Poesia | 1ª Edição – 983;
2ª Edição; 3ª Edição – 2001. |
Sobre Literatura Moçambicana | Poesia | 1980 com participação de Orlando Mendes |
Vozes Anoitecidas | Conto | (1ª ed. da Associação dos Escritores Moçambicanos, em 1986; 1ª ed. Caminho, em 1987; 8ª ed. em 2006; Grande Prémio da Ficção Narrativa em 1990, ex aequo) |
Cada Homem é uma Raça | Conto | (1ª ed. da Caminho em 1990; 9ª ed., 2005) |
Histórias Abensonhadas | Conto | (1ª ed. da Caminho, em 1994; 7ª ed. em 2003) |
Contos do Nascer da Terra | Conto | (1ª ed. da Caminho, em 1997; 5ª ed. em 2002) |
Na Berma de Nenhuma Estrada | Conto | (1ª ed. da Caminho em 1999; 3ª ed. em 2003) |
O Fio das Missangas | Conto | (1ª ed. da Caminho em 2003; 4ª ed. em 2004) |
Inundação | Conto | 2004 |
Além dos contos e poesias acima apostos no quadro, Couto publicou crónicas e romances que alistamos a baixo:
Crónicas
- Cronicando (1ª ed. em 1988; 1ª ed. da Caminho em 1991; 7ª ed. em 2003;
- O País do Queixa Andar (2003);
- Pensa tempos. Textos de Opinião (1ª e 2ª ed. da Caminho em 2005);
- E se Obama fosse Africano? e Outras Intervenções (1ª ed. da Caminho em 2009).
Romances
Terra Sonâmbula (1ª ed. da Caminho em 1992; 8ª ed. em 2004; Prémio Nacional de Ficção da Associação dos Escritores Moçambicanos em 1995; considerado por um juri na Feira Internacional do Zimbabwe um dos doze melhores livros africanos do século XX)
- A Varanda do Frangipani (1ª ed. da Caminho em 1996; 7ª ed. em 2003);
- Mar Me Quer (1ª ed. Parque EXPO/NJIRA em 1998, como contribuição para o pavilhão de Moçambique na Exposição Mundial EXPO ’98 em Lisboa; 1ª ed. da Caminho em 2000; 8ª ed. em 2004);
- Vinte e Zinco (1ª ed. da Caminho em 1999; 2ª ed. em 2004);
- O Último Voo do Flamingo (1ª ed. da Caminho em 2000; 4ª ed. em 2004; Prémio Mário António de Ficção em 2001);
- O Gato e o Escuro, com ilustrações de Danuta Wojciechowska (1ª ed. da Caminho em 2001; 2ª ed. em 2003), com ilustrações de Marilda Castanha (1ª ed. brasileira, da Cia. das Letrinhas, em 2008);
- Um Rio Chamado Tempo, uma Casa Chamada Terra (1ª ed. da Caminho em 2002; 3ª ed. em 2004; rodado em filme pelo português José Carlos Oliveira);
- A Chuva Pasmada, com ilustrações de Danuta Wojciechowska (1ª ed. da Njira em 2004);
- O Outro Pé da Sereia (1ª ed. da Caminho em 2006);
- O beijo da palavrinha, com ilustrações de Malangatana (1ª ed. da Língua Geral em 2006) Editora Caminho;
- Venenos de Deus, Remédios do Diabo (2008);
- Jesusalém [no Brasil, o livro tem como título Antes de nascer o mundo] (2009);
- Pensageiro frequente (2010);
- A Confissão da Leoa (2012);
- Mulheres de cinza (primeiro volume da trilogia As Areias do Imperador) (2015) .
Prémios
Como dizem os filósofos da Ética (Deontologia e Ética Profissional), os que trabalham ou prestam serviços por amor, de forma directa ou indirecta ganham muita coisa e esta é a prova viva. Mia Couto ganhou e continua a ganhar muitos prémios que passamos a citar:
- 1995 – Prémio Nacional de Ficção da Associação dos Escritores Moçambicanos;
- 1999 – Prémio Vergílio Ferreira, pelo conjunto da sua obra;
- 2001 – Prémio Mário António, pelo livro O último voo do flamingo;
- 2007 – Prémio União Latina de Literaturas Românicas;
- 2007 – Prêmio Passo Fundo Zaffari e Bourbon de Literatura, na Jornada Nacional de Literatura;
- 2012 – Prémio Eduardo Lourenço 2011;
- 2013 – Prémio Camões 2013;
- 2014 – Neustadt Internacional Prize for Literatura.
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Bibliografia Consultada
Plural Editores Moçambique, 2019 [consult. 2019-03-22 18: 25:35]. Disponível na Internet:http://www.pluraleditores.co.mz/o-nosso-pais/autores/autor/ver/?id=33544;
http://catalogorbb.aefp.pt/BiblioNET/Upload/Biografia/Mia%20Couto.pdf, [consult. 2019-03-22 18: 21:35];
https://www.fronteiras.com/ativemanager/uploads/arquivos/produtos_culturais/49d377500041d04c2bc8eaaa0bb34fd3.pdf [consult. 2019-03-22 19: 25:35];
https://catedraportugues.uem.mz/lib/bibliografia/Dutra,%20Robson,%20Ungulani%20ba%20ka%20Khosa-liter.pdf, [consult. 2019-03-22 21: 05:35].