Introdução
O gergelim (Sesamum indicum L.) é a mais antiga oleaginosa conhecida, tendo como centro de origem a África, onde se concentra a maioria das espécies silvestres do género Sesamum. A espécie é considerada resistente à seca podendo produzir com um mínimo de pluviosidade (300 mm) bem distribuída mas a faixa óptima está entre 500 e 650 mm.
A espécie prefere solos profundos com textura fraca, bem drenados e de boa fertilidade natural (macro e micronutrientes) e nunca solos salinos. A planta pode crescer ou se desenvolver em tipos diversos de solos sem atingir a plenitude observada nos solos preferenciais. Os solos devem apresentar reacção neutra, pH próximo a 7 não tolerando a planta, aqueles com pH abaixo de 5,5 ou acima de 8,0. É extremamente sensível à salinidade e à alcalinidade (Grilo Júnior & Azevedo, 2013).
São variados os estudos já realizados com o gergelim envolvendo, em geral, espaçamentos e densidades (configurações) de plantio inclusive cultivos mecanizados com elevadas densidades de plantio, a água é um dos factores mais indispensáveis para a produção agrícola devendo-se ter a máxima atenção para com seu uso uma vez que sua falta ou excesso afecta de forma significativa, o rendimento das culturas, tornando-se necessário o manejo racional para maximizar a produção.
Origem
O gergelim, é uma cultura cujas evidências de sua prática datam do início da civilização. Possivelmente, seja originária da Índia e da região em que onde hoje é o Paquistão. Em escavações realizadas em sítios da civilização hindu foi encontrado gergelim em estratos atribuídos a 3050-3500 a.C. As evidências de cultivos desses tempos indicam que a extracção do óleo era a principal actividade.
O gergelim é planta adaptada aos climas tropical e subtropical, com temperaturas médias elevadas, 25-30 ˚C, e tolerância a períodos relativos de seca. É uma opção interessante como cultura secundária, sucedendo à cultura principal, em plantios de Janeiro a Março.
As características principais são hábito de crescimento erecto, ramificado, com dois a quatro ramos inseridos na haste principal a 30 cm do solo; altura de 120 a 150 cm; haste verde, pubescente durante o ciclo e dourada na maturação, com 25 internódios; folha é pubescente, verde-amarelada durante o ciclo e amarelo-esverdeado e senescente na maturação; flor, pilosa, levemente arroxeada, interior branco, o fruto é uma cápsula verde, rectangular, pubescente, com cerca de 60 sementes. Na maturação, abre-se pelas suturas longitudinais, soltando as sementes, mudando a cor do amarelo para o marron. O número de frutos por axila é de 1 a 3, em geral 3; a semente tem coloração creme tendendo a branca, podendo a tonalidade variar com as diferenças ambientais de secagem.
A variedade é extremamente uniforme na maturação, sendo o início do processo marcado pelo amarelecimento e queda das folhas. Os frutos basais têm a coloração transformada do verde para o amarelo, ocorrendo progressivamente da base para o ápice da planta, possibilitando intervalo relativamente longo para a colheita, evitando perdas pela deiscência dos frutos quando maduros. O peso de 1.000 sementes é de 3,3 g e o teor de óleo na semente é de 52%. O variedade tem potencial de produtividade na faixa de 1.000 a 1.500 kg/há. Está em distribuição comercial desde 1983.
Pragas e doenças do gergelim
Pragas
- Lagarta enroladora (Antigastra catalaunalis)
- Mosca branca (Bemisia tabaci)
- Cigarinha˗verde
Doenças
- Cercosporiose
- Mancha angular
- Podridao˗negra˗do˗caule
Solo
Requer solos férteis, profundos, bem drenados, evitando-se os que se encharcam. Embora vegete bem em diversos tipos de solos, Preferencialmente os solos leves facilitam o desenvolvimento do sistema radicular e, em consequência, o melhor desenvolvimento da planta. O preparo do solo deve ser cuidadoso, com aração e gradação antes do plantio, evitando os torrões, pois a semente é pequena, preferindo um leito uniforme para boa germinação
pH
O gergelim prefere solos com um pH em torno de neutralidade, na faixa 5.7 até 6.7. a acidez elevada com pH abaixo de 5, e a alcalinidade elevada das plantas por reduzir a absorção de diversos nutrientes e interferir directamente no metabolismo das plantas.
Temperatura
As temperaturas ideais para o crescimento e desenvolvimento das plantas situam-se entre 25˚C e 30˚C, inclusive para germinação das sementes.
Precipitação
Por não ser muito exigente em água, o gergelim requer no primeiro mês de vida de 160 mm a 180 mm, e um acumulo superior a 250 mm ate o final dos primeiros dias após o plantio. Do total de chuvas durante o ciclo da cultura, cerca de 80% deve ocorrer ate o florescimento e menos de 20% durante o período de maturação dos frutos.
Materiais.
- Pulverizadores
- Pás
- Botas
- Catanas
- Enxada
- Tractor e suas alfaias
Insumos
- Pesticidas
- Adubos
Métodos de Preparação do solo
É realizado com máquina e consta de uma aração e uma gradagem niveladora ou pode ser feito com o uso de arado a tracção animal.
Correcção da acidez do solo
Depende da análise do solo. Se necessário, recomenda-se a aplicação de calcário dolomítico. O calcário é distribuído a lanço, de modo uniforme, e depois é incorporado ao solo por meio de um arado ou grade até a profundidade de 20-30 cm. A aplicação é feita, pelo menos, dois meses antes do plantio.
Abertura de sulcos de plantio
A abertura de sulcos é feita logo após a gradagem usando-se um implemento sulcador a tracção animal. Os sulcos são espaçados a distância de 90 cm. Essa operação é realizada quando o agricultor faz a incorporação de adubo orgânico na linha semeadura.
Sementeira
É feita no espaçamento de 90 cm entre linhas, sendo distribuídas de 6 a 8 sementes a cada 20 cm (variedades ramificadas), na profundidade de no máximo 2 cm. É executada manualmente com o uso de uma plantadora artesanal que pode ser confeccionada pelos próprios agricultores. As sementes não são tratadas.
Adubação
Neste caso, vai se adubar por três vezes uma de fundo e 2 duas de cobertura, pós esta operação e importante por que os fertilizantes estimulam o crescimento e o rendimento futuro da cultura adubos a usar serão: NPK e Ureia
Pulverização
Pulverização ser feita para prevenir pragas e doenças, que permitira o desenvolvimento em condições favoráveis
Controle de plantas daninhas
Aos 20 dias após a germinação do gergelim, realiza-se uma 1ª sacha com o uso de um cultivador a tracção animal mais repasse com enxada (retoque), ao mesmo tempo em que se faz o desbaste das plantas em excesso. Após 15 a 20 dias da 1ª sacha, dependendo da infestação de plantas invasoras, faz-se outra com o uso de enxada.
Controle de pragas
Durante todo o ciclo da cultura tem sido necessário fazer apenas o controle de formigas. É comum o uso de formicidas na forma de iscas ou pó seco. O formicida em pó é aplicado com polvilhadeira, sendo o veneno distribuído nos olheiros dos formigueiros. O formicida na forma de iscas é distribuído ao redor dos formigueiros. A aplicação de formicidas é uma operação manual realizada, geralmente, no final da tarde.
Colheita
A colheita é manual, sendo feita entre 90 e 100 dias após a semeadura, quando as plantas já estão amareladas e as cápsulas da base já iniciaram o processo de abertura. É feito o corte das plantas com foice ou facão e, ao mesmo tempo, organizam-se os feixes que são distribuídos ao longo das linhas de plantas onde podem ficar secando por aproximadamente dois dias após o corte. Os feixes devem ter diâmetro que possa ser abarcado com as mãos. Após esse período, os feixes são amarrados na base e na ponta e arrumados em medas ou empilhados em cercas próximas ao plantio, onde ficam secando por, aproximadamente, 8 a 10 dias.
Beneficiamento
É feito no campo e envolve as operações manuais de batedura e limpeza/ventilação. A batedura é realizada sobre lonas com o uso de uma vara de madeira resistente. A limpeza/ventilação é feita no mesmo local com o uso de peneiras (malhas nº 60 e 35) e bacias. Depois, o produto é embalado em sacas de 50 kg e transportado para armazenamento. Para estimar o custo de produção o produtor deve fazer um levantamento de informações relativas a operações agrícolas necessárias para a instalação, condução e os Insumos necessário à cultura de acordo com o nível tecnológico que será usado.
Esse levantamento é feito com base em dados do passado e serve como referência para a programação de despesas que, no total, precisam ter valor sempre abaixo do valor que se estima obter com a venda da produção a ser colhida na área. O cálculo do custo é feito com base nos preços do local, onde está localizada a propriedade.
Para estimar o retorno económico (receita menos a despesa), o produtor deve associar o custo de produção com o rendimento da lavoura, observando o preço de venda do produto no momento da comercialização. Conhecendo o custo de produção o produtor pode saber se o sistema de cultivo que está usando lhe traz alguma sobra e o que pode ser feito para melhorar o desempenho produtivo. O conhecimento do custo de produção permite, ainda, a verificação dos erros cometidos no processo de produção e a correcção dos solos.
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Bibliografia
http://caregroups.info/wp-content/uploads/2014/10/Flipcharts-lessons-final-5-to-7-20-01-2011.pdf;
https://www.fag.edu.br/upload/revista/seagro/583485f1eb767.pdf;
https://www.researchgate.net/publication/287595238_CRESCIMENTO_E_PRODUTIVIDADE_DA_CULTURA_DO_GERGELIM_Sesamum_indicum_L_SOB_DIFERENTES_NIVEIS_DE_IRRIGACAO;
http://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/CNPA-2009-09/22604/1/Folder_gergelim_recomendacoes_tecnicas.pdf