A abordagem comportamental da administração também chamada Behaviorista (em função do Behaviorismo na psicologia) – marca a mais forte influencia das ciências dos com portanto na teoria administrativa e a busca de novas soluções democrática, humanas e flexíveis para os comportamentais, e mais especificamente da psicologia organizacional.
Aqui ainda predomina a enfâse nas pessoas, inaugurada com a teoria das relações humanas, mas dentro de um contexto organizacional.
Enfâse: pessoas
Enfoque: estilos de administração, teoria das decisões, integração dos objetivos organizacionais e individuais.
Conteúdos
Origem da teoria comportamental:
O movimento behaviorista surgiu como evolução de uma dissidência da escola das relações humanas, que recusava a concepção de que a satisfação do trabalhador gerava de forma intrínseca a eficiência do trabalho. A percepção de que nem sempre os funcionários seguem comportamentos exclusivamente racionais ou essencialmente baseados em sua satisfação exigia a elaboração de uma nova teoria administrativa.
A teoria comportamental defendia a valorização do trabalhador em qualquer empreendimento baseado na cooperação, buscando um novo padrão de teoria e pesquisa administrativas. Foi bastante influenciado pelo desenvolvimento de estudos comportamentais em vários campos da ciência, como a antropologia, a psicologia e sociologia. Adaptando para a administração conceitos originalmente elaborados dentro dessas ciências, propunha-se fornecer uma visão mais ampla do que motiva as pessoas para agirem ou se comportarem do modo que fazem, particularizando as situações específicas do individuo no trabalho.
Novas proposições sobre a motivação humana
Para explicar o comportamento organizacional, a teoria comportamental se fundamenta no comportamento individual das pessoas. Os autores behavioristas verificaram que o administrador precisa conhecer as necessidades humanas para melhor compreender o comportamento humano e utilizar a motivação humana como poderoso meio para melhorar a qualidade de vida dentro das organizações.
Hierarquia das necessidades de Maslow
Abraham Maslow, um psicólogo e consultor americano, apresenta uma teoria de motivação, segundo a qual as necessidades humanas estão organizadas e dispostas em níveis, numa hierarquia de importância e de influenciação. Essa hierarquia de necessidade pode ser visualizada como uma pirâmide. Na base da pirâmide estão as necessidades mais baixas (necessidade filológicas) e no topo as necessidades mais elevadas (as necessidades de autorrealização)
Necessidades fisiológicas: constituem o nível mais baixo de todas as necessidades humanas, mas de vital importância. Neste nível estão as necessidades de alimentação, de sono, de repouso, de abrigo, ou desejo sexual.
Necessidades de segurança: constituem o segundo nível de necessidades humanas. São necessidades de segurança ou de estabilidade, a busca de proteção contra ameaça ou privação, a fuga perigo.
Necessidades sociais: surgem no comportamento, quando as necessidades mais baixas sociais, estão as de associação, de participação, de aceitação por parte dos companheiros, de troca de amizade, de afecto e amor.
Necessidades de auto-estima: são as necessidades relacionadas com a maneira pela qual o individuo se vê e se avalia. Envolve a auto apreciação, autoconfiança, a necessidade de aprovação social e respeito, de status e de prestígio, e de consideração.
Necessidade de auto-realização: são as necessidades humanas mais elevadas e que estão no topo da hierarquia. São as necessidades de cada pessoa realizar o seu próprio potencial e de continuamente auto-desenvolver-se. Essa tendência geralmente se expressa através do impulso de a pessoa tornar-se sempre mais do que é e de vir a ser tudo que pode ser.
As necessidades fisiológicas e as de segurança constituem as necessidades primárias porque se referem à própria sobrevivência do individuo, enquanto as demais necessidades que estão na parte superior da hierarquia, são necessidades secundarias e, portanto, mais ligadas ao comportamento do individuo sob o ponto de vista psicológica e social. São as necessidades que motivam o comportamento, dando-lhe direção e conteúdo.
Necessidade de suto-realização: auto-realização, auto-desenvolvimento e auto-satisfação.
Observações:
Uma necessidade se torna premente quando imediatamente a inferior estiver satisfeita.
Quando as necessidades inferiores estiverem satisfeitas, as dos níveis superiores começam a dominar o comportamento;
Quando as necessidades de nível mais baixo deixam de ser satisfeitas, ela volta a predominar no comportamento;
Cada pessoa possui sempre mais de uma motivação, todos os níveis actuam conjuntamente dominando as necessidades mais elevadas sobre as mais baixas, desde que estas estejam suficientemente atendidas;
O efeito das necessidades é sempre global, nunca isolado;
Qualquer frustração da satisfação de certas necessidades transforma-se em uma ameaça psicológica (descontentamento).
Fatores higiénicos e motivacionais de herzerg
Frederick Herzberg propôs um modelo motivacional baseado em dois factores – higiénicos e factores motivacionais que, para ele, determinam o comportamento das pessoas.
Factores higiénicos ou extrínsecos: são contextuais, relacionados com o meio ambiente onde as pessoas actuam. São de responsabilidade da organização, fora do controle das pessoas.
Chamados de higiénicos por darem considerados profiláticos e preventivos, ou seja, evitam a insatisfação, mas não levam a satisfação. Por estarem mais relacionados à insatisfação, são chamados de insatisfacientes.
Factores motivacionais ou intrínsecos: são relacionados ao conteúdo do cargo, a natureza das optimas condições provocam a satisfação, quando deficientes evitam a satisfação, sendo chamados de satisfacientes.
Dinâmica do comportamento humano
Para David Mc Clelland existem três motivos na dinâmica do comportamento humano:
Necessidade de realização (inovadora) – é a necessidade de sucesso pessoal, avaliado em relação a um feito sobre elas. O individuo ingressa na organização e nela permanece quando espera que suas satisfações pessoais sejam maiores que seus esforços pessoais. Se acredita que seus esforços padrão individual de excelência.
Necessidade de afiliação (protectora) – necessidade de relacionamento próximo, cordial e afectuoso com outras pessoas.
Necessidade de poder – refere-se a necessidade burocrática de controlar ou gerar influência sobre outras pessoas.
Leia Também Sobre:
- Poder Local em Moçambique
- Órgãos locais do Estado em Moçambique
- Teoria da burocracia: enfâse, enfoque, características, defensores
- O que é comportamento organizacional?
- Teoria das relações humanas; ênfase, enfoque, defensores e características
- Teoria estruturalista: origem, enfâse, enfoque, defensores e características
- Teoria Neoclássica: ênfase, enfoque, defensores e características – resumo
- O que é Democracia? Sua evolução: como Questão Sociológica e como Ciência Política
- Qual é a importância dos partidos políticos?
- Quais são os órgãos de soberania em Moçambique?
- O que é um deputado da Assembleia da República?