Teoria Personiana
A estratificação social como ordenação diferencial das pessoas que constituem um determinado sistema social, no qual se estabelece uma ordem de superioridade e inferioridade recíprocas, sobre assuntos que são socialmente importantes. Este autor admite “que avaliação diferencial em sentido moral” os actores sociais, isto é, em termo de superioridade moral, relaciona-se com uma atitude empiricamente definida como o respeito enquanto a peculiar atitude de desaprovação em casos extremos relaciona-se á indignação. Consequentemente, a avaliação moral constituiria o critério central da ordenação implicaria a estratificação. Esta avaliação Segundo o próprio autor, não é arbitrária mas ela corresponde ao posto que ocupa a avaliação moral dentro da teoria da acção.
A avaliação de um sistema comum de valores, portanto, constituiria a estratificação social. Essa avaliação diferencial é sugerida pelos seguintes itens:
- Participação do individuo como membro em uma unidade de parentesco que é dado pelo nascimento e casamento;
- Qualidades pessoais são traços que diferenciam o indivíduo de outros autores sociais, em relação ao sexo idade, beleza, inteligência e força. Qualidade pessoal é aquilo que de acordo com os propósitos, está relacionado ao aspecto do que a pessoa é, mas do que a pessoa faz;
- Logros são os resultados avaliados nas acções dos indivíduos. Podem referir-se a objectos materiais ou não; Autoridade é um direito institucional reconhecido de influir nas acções dos outros.
A teoria de Lenski
A teoria de Lenski segue de certo modo uma concepção dialéctica. O propósito para ele é criar uma consciência que frequentemente se percebe, mas que raramente se expressa em palavras. Esta consciência é um pré-requisito para o processo de teoria de indagação da estratificação. Um fim complementar é desenvolver sistematizar os dados etnográficos, históricos e antropológicos para construir a teoria utilizando-se de métodos dedutivos e indutivos. Em segundo lugar, apoia-se no poder e no prestígio antes que no prestígio, de outro modo, o autor chega a identificar a estratificação social com o processo distributivo nas sociedades humanas, processo pelo qual se distribuem os valores raros.
A tese conservadora de Lenski se apoia no “Status quo”, as diferenças e as atribuições de gratificações entre os seres humanos são justas, úteis e imutáveis. A antítese radical consiste numa visão oposta que reja o sistema de distribuição de recompensas como injustas inúteis e imutáveis. Por conseguinte, na ética radical as diferenças sociais que a estratificação social apresentaria seriam um retorno da distribuição da riqueza e da força do uso ou abuso dos mais fortes sobre os mais fracos no processo de formação da sociedade.
Teoria Marxista
A história pode ser dividida em Civilização Antiga, Feudalismo e Capitalismo. Cada um deles está caracterizado por um modo de produção, e fundada nele estabelecer-se-ia uma estrutura bipolarizada da estratificação social uma classe dominante, isto é, dos donos dos meios de produção, e uma classe dominada formada pelos trabalhadores. Marx considera a produção o eixo básico para a estruturação da estratificação social.
Assim, para ele quatro aspectos de produção explicam ou pretendem explicar porque os esforços do homem na procura de sua subsistência constituem a mudança na história: Produção de meios para satisfazer as necessidades básicas (alimentação, habitação, vestuário). Trata-se, portanto, da produção da vida material; Satisfeita uma necessidade, (que implica a acção de satisfazer e a aquisição do instrumento), outras novas (necessidades) se criam; Os homens que refazem diariamente sua própria vida, geram outras vidas, a propagar sua classe: a família. A família que no princípio, é a única relação social, chega a ser mais tarde quando aumentadas as necessidades, criam-se novas relações sociais e são acrescidas à população novas necessidades emergindo uma relação subordinada; Tanto a produção da vida como a produção no trabalho aparecem como uma relação dupla: de um lado, como relação natural e, de outro, como relação social.
A teoria marxista de estratificação social, não pode ser separada da estrutura de classe e da morfogénese desta. A configuração em dois estratos (dominadores e dominados) depois de uma conotação tripartida (capitalistas, burgueses e proletários) tende a ser simplista por considerar apenas o factor “modo de organização e produção” como fundamental, porém não sendo suficiente, em vista da existência de outros factores socioculturais que tem importância básica na sociedade. Igualmente dentro da teoria marxista da estratificação social fica minimizada a importância dos factores culturais, como as crenças religiosas, as normas jurídicas, as ideias científicas, e assim por diante.
Teoria Weberiana
A crítica mais frutífera sobre a estratificação social foi feita por Max Weber, no seu intento de corrigir Marx, tratou o assunto assumindo várias perspectivas. O modelo weberiano da estratificação social é fundamentado na discussão que faz num fragmento da Economia e Sociedade intitulado “Classe, Status e Partido”.
Neste fragmento, Weber obtém o que Marx não logrou esclarecer, isto é, uma discussão explícita de classe, distinguindo-se do modelo abstracto de Marx, facilitando assim a composição da imagem da estratificação social, pois, para Weber, as classes, os grupos de status e os partidos são fenómenos de distribuição do poder dentro de uma comunidade desde que a estrutura de cada ordem jurídica influi directamente na distribuição do poder económico ou de outra classe dentro da sua respectiva comunidade. Weber, manifesta que por poder se entende a oportunidade de um homem ou de um grupo realizar sua própria vontade em uma acção comunitária, embora contra a resistência de outros que participam da acção.
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Bibliografia
FERRARI, AlfonsoTeujilo. Fundamentos de Sociologia. São Paulo, Mcgraw-Hill, 1983;
GASCHO, João Arnoldo, etall. Sociologia. Jaraguá do Sul. Editora Unerj. 2006, 101p;
HERCULANO, Selene. A Busca da Igualdade e a Coexistência com a Desigualdade: Classes, Estratificação Social, Marginalidade e Exclusão, Niterói: EDUFF, 2006;
MARX, Carl, Introdução à Crítica da Economia. São Paulo, Abril Cultural, 1974;
NOVA, Sebastião Vila, Introdução à Sociologia, 2 a Edição, São Paulo: 1992;
PILETTI, Nelson. Sociologia da Educação. São Paulo, Editora Ática, 18ª edição, 1999;
SOROKIN, Pitirim A. Sociedade, Cultura e Personalidade. Porto Alegre, Globo, 1968;
WEBER, Max. Ensaios de Sociologia. Rio de Janeiro, Zahar, 1971.