A Antropologia propriamente dita surge na Europa Ocidental caracterizada pelos avanços da evolução industrial, o que permite a expansão europeia e o surgimento de diferentes correntes preocupadas pelo estudo da cultura de povos do mundo.
As teorias Antropológicas da cultura nos auxiliam no entendimento das mais diferentes formas de manifestação cultural do ser humano no meio em que vive. Dentre as teorias culturais vistas á luz dos antropólogos temos: o Evolucionismo, o Difusionismo, o funcionalismo, o estruturalismo e o culturalismo.
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Culturalismo
Na perspectiva do Martins 1995:
̋A escola Americana de antropologia ou simplesmente culturalismo, enquanto o evolucionismo florescia na antropologia inglesa em meados do século XIX, não obstante tenha também tido expoentes americanos como Morgan, na América surgia a formação da escola de antropologia americana, sobejamente conhecida por culturalismo”.
O culturalismo tenta fazer uma descrição de sociedade sobre a perspectiva combinada da antropologia e de psicanálise. O culturalismo constitui um dos ramos da sociologia que dominou a sociologia americana de 1930 a 1950. Emprestando o conceito de cultura dos antropólogos, ele, procura dar conta da integração social.
Dois antropólogos escolhidos para atender essa perspectiva foram: Clifford James Geertz (1926-2006), apresenta uma abordagem simbiótica da cultura e defende que a antropologia é uma análise etnográfica densa e interpretativa, o trabalho da análise etnográfica é similar ao de um decifrador de códigos ou ainda, semelhante a um crítico literário, que determina a base social e importância da obra.
A outra figura proeminentes desse período foi o geógrafo e físico alemão Franz Boas (1859-1942), ele radicou-se nos Estados Unidos América em 1886, após fazer pesquisa com o povo esquimó da baia de baffin, no Canadá. Sua preocupação era com questões relacionadas ou determinismo geográfico, mas foi nessa viagem do campo quer se transformara na conversão em antropólogo, que reconhece a importância da cultura no processo adaptação dos grupos sociais ao meu ambiente.
A antropologia que Boas defendia era antagónica aos grandes esquemas evolucionistas, seu interesse não se dirigia para encontrar um grande esquema explicativo que abrangesse todas culturas, porém se questionava pela diversidade e pela mudança cultural. Isto é, é porque alguns povos aceitam um traço cultural e outros não.
No ponto de vista do grupo, Boas não se opunha há explicações históricas, mas, em oposição aos evolucionistas. Ainda Boas salienta a utilidade dos estudos empíricos e indutivos, sem descorar os históricos. Boas apontou no texto clássico as limitações do método comparativo da antropologia de 1896, a importância fundamental das diferenças e não semelhanças, para este objectivo da pesquisa antropológica tende ser o estudo dos processos, pelos quais certos estágios culturais se desenvolveram.
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Bibliografia
BAERNARDI, Bernardo; Introdução aos Estudos Etno-Antropológicos, Franco Angeli, Editores, Milão 1974.
IVALA, Adelino, Zacarias; Antropologia Cultural: Plano de Estudos e Apontamentos. Nampula, 2007.MARTINEZ, Francisco Lerma; Antropologia Cultural; Guia para Estudo. Instituto Maria, Maputo, 2002. PEDRO, Siquesse, Alipo; Antropologia Cultural. Maputo, INED, s/d.