Com o declínio da fase do ouro em 1693, deu lugar ao comércio do marfim. A produção e a comercialização do ouro diminuíram em detrimento do marfim passando a ser o produto mais procurado pelos mercadores.
Fase ou ciclo do Marfim (1693-1762)
A insurreição de 1693, levou muitos portugueses refugiarem-se em Tete, Sena e Quelimane, e mais tarde no Norte de Zambeze, região ocupada pelo estado marave. Aqui foram aberto campos de mineração denominados de Bares, mas a quantidade do ouro explorado era ínfima.
Nos territórios situados entre-os-rios Lungua e Quelimane fazia-se bastante o comércio de marfim e a sua produção bem como a sua comercialização estava organizado em regime de monopólio das classes dominantes Phiri, especialmente pelo Phiri Caronga e Lundu.
A semelhança do ouro no mwenemutapa, o marfim nos maraves constituía a fonte principal de produção e do poder politico, por isso, eram frequentes os conflitos inter-dinásticos para a obtenção dos bens de prestigio (tecidos e missangas) garantes da lealdade politica.
Estes factores produziram um movimento armado para leste, os Lundu, iniciaram um processo de expansão e conquista designado de expansão Nhanja ou Zimba, que culminou com o controlo temporário das principais rotas do marfim do costa norte. Atingiram Angoxe, passando por Makuana (Utuculu) e Cambira no terceiro quartel do século XVI, e foi aberta uma rota comercia a favor dos Lundu.
Em 1622, os Kuronga aliaram-se aos Portugueses e derotaram os Lundu, passando a controlar arota dos Lundu (Chire-Mussoril). Os Portugueses passaram a ser mais aceites no Norte do Zambeze.
O grande Estado do (Macanga) Kaetano de Pereira, nascido no século XVIII resultado da política de casamentos feitos com filhas do chefe do estado Undi, foi uma das consequências da penetração mercantil e militar portuguesa.
Pode se afirmar que, o papel do capital mercantil e militar português no estado marave, concorreu numa primeira fase para o reforço do poder económico dos chefes e na segunda fase foi responsável pela instabilidade politico-militar e económico do estado. Por outro lado a actuação do capital mercantil destinava-se a apoiar as duas fontes de rendimento: os direitos aduaneiros em grande escala, vindos da Ilha da Moçambique e em pequena escala, de Quelimane e o comércio.
Fatores que concorreram para a decadência:
Conflitos no seio das classes dominantes Mareve (lutas enter-phiri) qui visavam assegurar o controlo do comércio do marfim;
O bloqueio das rotas comerciais no estado feito pelos Ajaus, assim como pelos prazeiros;
A penetração mercantil no fim do século XVIII na esfera politica do estados
A invasão Nguni na primeira metade do século XIX (1835) dirigidos porZwangedaba Jege.
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