Desde o início do século XIX começou a observar-se a Revolução Industrial transformara as condições de vida dos homens e a organização social. A sociedade constituiu-se num esforço para descrever estas modificações, para as explicar e para prever o caminho que tomava.
Avança que para analisar a nova sociedade em via de gestação, para lhes decernir as particularidades principais, houve a necessidade de a comparar a outros tipos de sociedade; dai a sociologia comparada e evolucionista. Houve a necessidade de confrontar a sociedade moderna com a sociedade tradicional; quanto mais o contraste entre estes dois tipos de sociedade surgiram como violento, mas os traços que caracterizavam a sociedade moderna adquiria relevo.
Conteúdos
A estrutura económica da sociedade tecnológica
Meio natural e o meio técnico
O meio natural é aquele em que o homem vive em contacto directo e imediato com a natureza cujos ritimos adquire pela adaptação as exigências e as pressões do ambiente físico. É precisamente no meio técnico interpõe entre o homem e a natureza uma serie de máquinas, de técnicas complexas, de conhecimentos, de objectos fabricados, transformados, adaptados.
Como sublinha Friendman, o meio técnico é um «meio novo», pois a sua aparição é recente na história da humanidade. Resulta da revolução industrial, isto é, da passagem do utensilio á maquina, do trabalho manual ao trabalho mecanizado e também da descoberta de matérias novos e de energias ainda inexploradas. O meio técnico é verdadeiramente característico da sociedade moderna; é simultaneamente a sua causa e o seu produto.
Meio técnico e economia de produção
A economia tecnológica é uma economia de produção, caracterizada por uma produtividade do trabalho humano elevada, produtividade que o emprego da máquina, da eletricidade, da eletrónica da energia nuclear completa. É também uma economia que implica uma expansão contínua: lançamento de novos produtos no mercado e extensão a novos mercados. Contrariamente a economia de subsistência, a economia de produção não pode ser estável, sem esta ser decadente: o seu estado mas natural é dinamismo. A economia tecnológica é necessariamente extensa, internacional por natureza, fundada numa vasta rede de trocas actividades pelo seu abundante do credito da moeda.
Três factores de produtividade elevada
A tecnologia não explica só o aumento do rendimento, pois existem outros três factores que ocorrem para este resultado como:
- Investimento de capitais maiores, (a revolução industrial só foi possível com grandes fortunas serviram de base de criação das primeiras manufaturas.
- A economia tecnológica só foi possível através de uma divisão do trabalho cada vez maior; e
- A sociedade tecnológica operou um considerável deslocamento da mão-de- obra do sector de produção a que se chama primário para o sector secundário e terciário.
- Sector primário é o sector da exploração dos recursos naturais, onde compreende: a agricultura, a pesca, a caca, a criação de gado, as minas.
- Sector secundário inclui todas as actividades de transformação de matéria-prima em produtos trabalhados;
- Sector terciário inclui todas as actividades do comércio, do transporte, de comunicação, os serviços profissionais e públicos, as profissões de uma maneira geral as trabalhos não manuais.
- Portanto, nos países mais industrializados, observa-se um desenvolvimento cada vez maior do sector terciário e ate um princípio de decadência do sector secundário em proveito.
Para discernir uma organização social, as coisas tornam-se muito mais difíceis para o caso da sociedade tecnológica. Este comporta um número incomparavelmente maior de elementos ou estruturas do que a sociedade tradicional. A sociedade tecnológica compreende ainda profissões, classes sociais, associações voluntaria, partidos, sindicatos, vários grupos de interesses, assim, podemos dizer que o caracter dominante da organização social da sociedade tecnológica ee a sua complexidade, aponto de, apesar de todos os estudos de que tem sido objecto, continuar a ser muito difícil descreve-la de uma forma integrada e coerente. Pois, acontece muitas vezes em sociologia chamar-se «sociologia» complexa á sociedade tecnológica , para opor á sociologia tradicional, que é relativamente mais simples.
Muitos sociólogos salientaram a multiplicidade dos papéis que uma mesma pessoa tem de assumir na sociedade tecnológica. Onde o mesmo homem é simultaneamente pai de família, empregado em determinado escritório ou em determinada fabrica, membro de um clube, de um partido politico, de uma união operaria, de uma igreja, de diversas associações. Portanto os riscos de conflitos de papéis são por consequência maiores que na sociedade tradicional. Tal sociedade impõe aos seus membros um grande numero de relações a que Personas chamou «especificas», isto é nas quais a pessoa só se compromete parcialmente; deve também desenvolver regras a que Parsons chamou de «universalista», pois o particularismo equivaleria a uma verdadeira anarquia.
Uma sociedade centrada na produção
A organização da sociedade tecnológica é principalmente centrada na produção, nas suas condições e nas suas consequências. O homem da sociedade tecnológica deve ser um produtor e não só no domínio industrial, como na ordem intelectual, artística, politica e ate religiosa. Este mesmo homem tende a produzir muito e ineterupamente porque ele e os outros homens consomem quantidades imensas de bens materiais, ideias, imagens, de obras de arte, de ídolos e de todas espécies. Sendo assim a sociedade tecnológica é caracterizada particularmente pelo lugar preponderante que nela ocupa o mundo do trabalho é por isso que a estrutura e a organização económica, não obstante o trabalho esta sempre presente na viva cotidiana da sociedade tradicional, pós que a substancia é uma luta diárias.
Predominação de estatuto adquirido
Na sociedade tradicional as duas orientações que presidem a organização social conferem as pessoas estatutos cujos fundamentos são puramente biológico: laços de sangue e idade. Foi isso que levou Ralph Linton a dizer que este tipo de sociedade a pessoa goza de um estatuto estabelecido ( ascribed status), isto é de um estatuto social que recebe a nascença ou em diferentes etapas de vida sem ter de alcançar nem de o merecer. Exemplo estatuto de cunhado, de filho de jovem, de velho.
Na sociedade industrial é o estatuto adquirido (acheved status) que domina, isto é o estatuto social que uma pessoa obtém por aquilo que faz, que resulta da sua própria actividade; é pois um estatuto que a pessoa pode tentar melhorar dai o estatuto estabelecido opia-se ao estatuto adquirido, um pouco como o Ser se opõem-se ao Fazer. (na sociedade tradicional quando se quer localizar alguém pergunta-se:
De quem é o filho, enquanto na sociedade tecnológica pergunta-se: o que é que faz ou o que é que faz o marido). É principalmente através do universo do trabalho que se obtém o estatuto adquiridos e a personalidade social que ele confere. Estas informações são bem mais utes que o seu nome ou os seus laços de parentesco, pois permite-nos situa-lo na sociedade com bastante precisão; fala-nos do seu nível de educação, dos seus rendimentos, de alguns hábitos da sua vida, por vezes ate seu local de residência.
Uma sociedade profissionalizada
A sociedade tecnológica é, do ponto de vista sociológico uma sociedade profissionalizada, isto por ser uma sociedade de produção onde o mundo do trabalho esta muito extremamente diversificada neste tipo de sociedade fragmenta-se numa multidão de ocupação, devido a constante divisão das tarefas. É omnipotente fazer o que se pretende fazer, ele concentra-se em toda a parte. É esta omnipresença que por um lado faz com que seja em relação destas ocupações que cade pessoa deve definir a sua identidade social e a dos outros, é por e nestas rede que o individuo adquire um estatuto precioso e reconhecida.
Os membros da sociedade tecnológica assimilaram toda uma representação idêntica da distribuição hierárquica das ocupações. Alguns sociólogos verificaram este facto inquirido empiricamente sobre aquilo que se chama a escala dos processos de ocupações.
Uma sociedade burocratizada
O mundo do trabalho da sociedade tecnológica tem ainda outro caracter particular muito importante altamente burocratizada. Foi sem dúvida Max Weber que analisou profundamente a burocracia ocidental e a burocracia em geral, foi ele quem construo o quadro traços principais de uma burocracia no estado puro. Podemos resumi-lo da seguinte maneira:
- A burocracia é encencialmente uma organização racional de trabalho de um grande numero de pessoas que concorrem todos para a produção do mesmo bem ou do mesmo serviço;
- A burocracia é sempre uma justa posição hierárquica de jurisdição, de responsabilidades, de formas que cada um é responsável de seu trabalho perante um superior imediato o qual é responsável perante outros superiores;
- A entrada de uma burocracia e a promoção um escalão para o outro faz se segundo critérios objectivo.
Uma Sociedade Urbana
A sociedade tecnológica é pois necessariamente uma sociedade urbana. A grande cidade é o símbolo mais flagrante a realidade mais representado da sociedade tecnológica. De qualquer modo, a cidade moderna é a ilustração mais perfeita do meio técnico de quem fala Georges Friedemann.
Permanência da estrutura económica
A permanência do mundo do trabalho faz se necessariamente acompanhar de uma permanência da estrutura económica na organização social. O lugar que é a estrutura económica, ocupa na sociedade tecnológica surge através de vários indícios. Assim, o puder politico separou se do puder religioso fê-lo para se aproximar do puder económico.
Os políticos não podem ignorar os que detém o puder económico: financeiros; grandes capitalistas, chefes sindicais. Pois, estes tornaram se uma espécie de puder atrás do trono, que exerce a sua influencia através de todos os meios.
Alem disso, o dinheiro torna se uma medida precisa e essencial utilizada em mil e uma maneira. Sem a medida monetária toda a organização actual do trabalho nas sociedades tecnológica seria despedaçada. Sendo assim o dinheiro serve assim de símbolo dos níveis hierárquicos numa burocracia e na sociedade inteira.
Uma sociedade de classes
As classes sociais representam outra realidade socioeconómica de primeira importância na sociedade tecnológica. Estás escreve-se simultaneamente nas estruturas económicas, no mundo do trabalho e no conjunto da organização social. Não é pois de espantar que tenha sido nas sociedades tecnológicas que elas se cristalizaram-se, e tenham tomado corpo e consciência e que se tenha tornado um elemento central da história moderna: as classes sociais são o produto directo de uma sociedade de produção e de trabalho.
Mas também se observam muitas vezes divergências de interesses entre diferentes grupos de trabalhadores: entre trabalhadores rurais e trabalhadores urbanos; entre artesoes e operários industriais, deforma que as lutas de classes não se podem opor os trabalhadores entre si, como capitalistas e trabalhadores.
Associações voluntárias e movimentos sociais
A tomada de consciência de interesses comuns não é apenas própria das classes sociais. Também deu lugar a formação a grande números de associações voluntarias e de movimentos sociais de todas as espécies, do partido politico as sociedades secretas de corporação ou de conspiração, aos sindicatos, associações nacionais, clubes recreativos, corporação profissionais, sociedades religiosas ou filantrópica, movimentos reformistas ou revolucionário
Multiplicidades da élites
A multiplicidade de associações corresponde uma multiplicidade de elite, mais um carácter destinto da sociedade tecnológica. Entende-se por élites as pessoas ou grupos que representam ou dizem representar uma comunidade qualquer (étnia, classe social, grupo de trabalhadores etc.). Enquanto o sistema d élite é relativamente simples e geralmente estável na sociedade tradicional, é extremamente complexa e imóvel na sociedade tecnológica. Embora a sociedade tradicional conheça também divisões internas e lutas, constata-se que o conflito é um elemento permanente da organização social fragmentada e diversificada da sociedade tecnológica.
Apos esta breve análise, compreende-se melhor porque é que muitas vezes se designa a sociedade tecnológica sobre o termo sociedade complexa, pois, é complexa é em muitos aspectos, a ponto de se tornar muito difícil destacar as principais charneiras da sua organização. Compreende-se também porque é que a sociologia nasceu nesta sociedade, que sentia a necessidade de se conhecer e de se compreender melhor a si mesma.
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Bibliografia
ROCHER. Guy. Sociologia geral: a organização social. Lisboa editorial presencial, 1999.