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Significado
A palavra “autismo”, derivada do grego “autos”, significa “voltar-se para si mesmo”. A primeira pessoa a utilizá-la foi o psiquiatra austríaco Eugen Bleuler, em 1911, ao retratar uma das características de pessoas com esquizofrenia, referindo-se ao isolamento social dos indivíduos acometidos.
Conceito
Frith define o autismo como uma deficiência mental específica, susceptível de ser classificada nas Perturbações Pervasivas do Desenvolvimento, afectando a interacção social, a comunicação e a imaginação, resultando em intearesses restritos.
O autismo é uma perturbação orgânica resultado de uma disfunção cerebral precoce e que se caracteriza por uma tríade de alterações, a interacção social, comunicação e comportamento. O autismo não é uma doença mas sim uma deficiência pervasiva do desenvolvimento, causada por uma disfunção do Sistema Nervoso Central, que se torna visível durante a infância.
Características e sintomas do Autismo
O Autismo se caracteriza por um desalinho neurológico, influenciador do raciocínio, das interacções sociais e das habilidades comunicativas. Que se pode traduzir em problemas de aprendizagem e alterações do comportamento graves. As características e os sintomas, variam de acordo com a idade. Veja a seguir tais manifestações.
Até aos 12 meses
Os primeiros sintomas de autismo podem surgir logo após o nascimento. Após este período, é que destaca-se essencialmente dois aspectos, ou o seu filho é muito calmo e sonolento ou pelo contrário é muito agitado e chora muitas vezes por largos períodos de tempo. Também rejeita o colo, não gosta do conforto e aconchego. Numa fase posterior apercebe-se de que o filho não utiliza gestos para imitar e comunicar, não balbucia, não usa o número de palavras esperado, também se desprende do contacto ocular, aparecem movimentos e comportamentos estereotipados e os problemas de alimentação e de sono passam a ser frequentes.
Até aos 18 meses
Klin (2006), explica que os pais destas crianças preocupam-se porque até aos dezoito meses ainda não há indícios de linguagem ou de interesse social, muitas vezes acabam por pensar que os seus filhos não ouvem.
Até aos 24 meses
Telmo, sustenta que até aos dois anos, começa a notar-se uma dificuldade ou ausência de comunicação. O que faz com que algumas crianças adquiram a fala tardiamente e outras nunca cheguem a falar. O mesmo autor explica que a criança que fala pode utilizar apenas a ecologia, invertendo os pronomes, a que articula a fala correctamente, não utiliza a linguagem na sua função comunicativa, ou seja, tem a pragmática alterada.
Depois dos 2 anos
Depois dos 2 anos, as crianças ditas normais começam a brincar mais com os seus pares. Telmo (1990), relativamente à imaginação ou jogo social, diz-nos que a criança autista não brinca normalmente e não se junta aos colegas em brincadeiras.
Dos 3 aos 6 anos
É nesta altura que tendem a aparecer os comportamentos agressivos, as birras sem fundamento, medos excessivos ou irracionais em situações muitas vezes vividas anteriormente. Daí este ser um período muito complicado quer para a criança, quer para os seus pais.
Depois dos 6 anos
Depois dos 6 anos, existem comportamentos que se atenuam, como por exemplo a dificuldade na alimentação e durante o sono, não querendo com isto dizer que o autismo desaparece, o autismo é, infelizmente, uma incapacidade para toda a vida. Ainda que a criança for acompanhada e se forem trabalhando alguns aspectos mais evidentes, pode ser melhorada a sua qualidade de vida. Um ambiente menos próprio ou a falta de apoio pode levar a grandes regressões e voltar à estaca zero, perdendo capacidades previamente adquiridas e num caso extremo levar a uma deterioração de comportamento, como por exemplo, a automutilação, gritos ou destruição.
Diagnostico
Mas Jordan, diz-nos que o autismo é diagnosticado medicamente através da observação de determinados comportamentos combinados entre si. Não existem testes em laboratórios específicos para detectar o autismo. Por isso que, para além da observação clínica também é imprescindível a descrição comportamental.
Na maioria dos casos o diagnóstico é traçado até aos três anos, visto que nesta fase a criança já apresenta os sinais precoces da presença de autismo, como por exemplo, a dificuldade em comunicar, as estereotipias, ausência do simbólico e da vida imaginativa.
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Referencias
TELMO I. (1990)- “A integração das crianças com autismo nos estabelecimentos de ensino regular : realidade ou mito?”. In: Educação especial e reabilitação. – Vol. 1, nº 3 (Jun. 1990);
RODRIGUES, D. et al (2006)- “Investigação em Educação inclusiva”. Cruz Quebrada: Faculdade de Motricidade Humana;
PEREIRA, F.; COSTA, N.; MENDES, A. (2004)- “Colaboração docente na gestão do currículo o papel do departamento curricular”. In: Costa J.; Neto Mendes A.; Andrade, A.; Costa, N. (ed.), Gestão Curricular percursos de investigação. Aveiro: Universidade de Aveir.
