Coesão
A coesão e a coerência são conceitos amplamente discutidos na análise do discurso. Muitos estudiosos apontam os dois aspectos como fundamentais para a produção de texto.
A coesão refere-se às relações de sentido que existem dentro do texto, e isto define-o como texto. Adam (1977), na esteira destes autores acrescenta que “a coesão é, naturalmente, uma relação sintagmática e, nesta medida, ou é gramatical ou dá conta disso em parte, por uma estrutura”.
A coesão é para estes autores a interligação que se estabelece entre as diferentes partes do texto.
A coesão como “todos os processos de sequencialização que asseguram uma ligação significativa entre elementos que ocorrem na superfície textual.” .
A coesão é responsável pelas relações entre as diferentes partes do discurso, razão pela qual alguns autores, como Mateus et al (1989), falam de conectores, morfemas que têm a função de ligar enunciados.
Coerência
O conceito de coerência é maioritariamente visto como de natureza conceptual, ligado as ideias que se pretende que sejam veiculadas. Van Dijk (1982: 93) define coerência como “uma propriedade semântica do discurso baseada na interpretação de cada frase individual posta em relacionamento com a interpretação das outras frases.”
Meta-regras da coerência textual
1) repetição
É necessário que ele comporte no seu desenvolvimento linear elementos de recorrência escrita.
O fenómeno de repetição aqui referido não deve ser entendido no sentido literal da palavra: trata-se de uma técnica necessária para a recuperação da informação nas diferentes partes que constituem o texto.
Neste âmbito, são considerados elementos textualizadores da repetição:
A pronominalização, a reiteração lexical, a substituição lexical e a referenciação contextual, entre outros.
“a utilização de um pronome é um dos processos privilegiados na aplicação da meta-regra da repetição.”
A pronominalização é um dos mecanismos de que a língua dispõe para permitir a retomada de um substantivo, dum sintagma ou de uma frase inteira;
A referenciação contextual permite a retomada de informações veiculadas no texto.
A substituição lexical é de extrema importância, pois exige do emissor a capacidade de manipular o vocabulário tanto activo como passivo de modo a evitar o emprego abusivo dos mesmos lexemas.
2) progressão
Para que um texto seja coerente é preciso que o seu desenvolvimento seja acompanhado por entradas semânticas.
o texto ganha uma certa dinâmica, embora haja sempre uma preocupação da continuidade temática, facto conseguido pela observância da regra anterior.
As novas informações têm que ser gradativamente introduzidas no texto.
Evitar a circularidade das informações
3) não-contradiçao
O texto deve ser construído de tal modo que não crie interpretações contraditórias.
4) relação
Há pertinência de estabelecer uma relação entre as diferentes partes do discurso.
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