A língua acompanha a evolução do homem. Os avanços da civilização obrigam-na a preencher as novas necessidades de identificação de objectos, situações, progressos da ciência e, até, de emoções desconhecidas ainda sem nome. Foi assim que a língua simples e rudimentar dos povos primitivos se foi enriquecendo de forma inconsciente, lenta, mas gradualmente, com novos vocábulos que a foram tornando cada vez mais expressiva. Este enriquecimento vai sendo feito de várias maneiras. Existem dois processos básicos pelos quais se formam as palavras: a derivação e a composição.
Conteúdos
Formação de palavras
A língua portuguesa dispõe de diferentes processos de combinação de morfemas para formar novas palavras. Para compreender esses processos precisamos retomar alguns conceitos:
Palavras primitivas: são aquelas que não derivam de outras palavras. Exemplos: dia, casa, flor;
Palavras derivadas: são aquelas que derivam de outras palavras. Exemplos: diário (de dia), casarão (de casa), floreira (de flor).
Os principais processos de formação de palavras são a derivação e a composição.
Derivação
Consiste na formação de palavras novas (derivadas) a partir de palavras já existentes na língua (primitivas). Há diferentes tipos de derivação:
Prefixal (ou por prefixação) – ocorre quando há acréscimo de um prefixo a um radical.
Exemplos:
Infiel | Inf + | Fiel | Desleal | Des + | Leal |
Prefixo | Radical | Prefixo | Radical |
Sufixal (ou por sufixação) – ocorre quando há acréscimo de um sufixo a um radical.
Exemplos:
Felizmente | Feliz + | Mente | Espaçosa | Espaç + | Osa |
Radical | Sufixo | Radical | Sufixo |
Parassintética (ou por parassíntese) – ocorre quando há acréscimo simultâneo de um prefixo e um sufixo a um radical.
Exemplos:
Entardecer | En + | Tard + | Ecer | Empalidecer | Em + | Palid+ | Ecer |
Prefixo | Radical | Sufixo | Prefixo | Radical | Sufixo |
Para que haja a derivação parassintética é necessário o acréscimo simultâneo do prefixo e do sufixo ao radical. Para comprovar se ocorreu a parassíntese, basta retirar o prefixo ou o sufixo e verificar se a forma que sobrou constitui uma palavra existente na língua. Se a forma que sobrou não tiver sentido, a palavra foi formada por derivação parassintética.
Exemplo:
(en)tristecer: tristecer – palavra inexistente na língua entrist(ecer)
entrist – palavra inexistente na língua. Portanto a palavra entristecer foi formada por derivação parassintética. Caso a forma que sobrou da eliminação do prefixo ou do sufixo seja uma palavra existente na língua, terá sido formada por derivação prefixal e sufixal.
Exemplo:
A palavra infelizmente foi formada por derivação prefixal e sufixal, ou seja, acréscimo não simultâneo de prefixo e sufixo.
Regressiva – ocorre quando a palavra nova é formada pela redução da palavra primitiva. Esse tipo de derivação forma principalmente substantivos a partir de verbos.
Palavra primitiva | Palavra derivada por derivação regressiva |
Chorar | Choro |
Combater | Combate |
Criticar | Crítica |
Castigar | Castigo |
Imprópria (ou conversão) – ocorre quando há mudança da classe gramatical de uma palavra primitiva sem alterar sua forma.
Exemplo: O jantar estava ótimo. (A palavra jantar é um verbo, mas na frase funciona como substantivo). Ninguém entendeu um o porquê da discussão. (A palavra porque é uma conjunção, mas na frase funciona como substantivo).
Composição
Ocorre quando a palavra é formada pela união de dois ou mais radicais. A composição pode ocorrer por justaposição ou por aglutinação.
Justaposição – ocorre quando não há alteração dos radicais que se unem. Exemplo: Passa-Tempo, pé-de-moleque, couve-flor;
Aglutinação – ocorre quando há alteração em pelo menos um dos radicais que se unem.
Exemplo: planalto (plano + alto), Embora (em + boa + hora), Aguardente (água + ardente).
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