A Literatura é uma forma de arte. As representações artísticas tiveram início quando os seres humanos registaram desenhos e escritas rupestres nas paredes das cavernas para criar representações do mundo e da própria vida. Desde então, foram surgindo muitas manifestações artísticas a fim de reconstruir os mundos reais e ficcional, registar e representar nossa cultura e nossa história. A arte literária pode ser considerada a partir da leitura e da análise de textos verbais, orais ou escritos. Sejam eles ficcionais, sejam verídicos, os textos têm o poder de provocar diferentes efeitos de sentido nos leitores/ouvintes: alegria, tristeza, diversão, emoção etc. Isso porque a Literatura permite-nos sair do mundo real e chegar ao mundo da fantasia.
Como qualquer arte, a Literatura não tem o poder de modificar a realidade, mas é capaz de registrá-la e de fazer com que os leitores/ouvintes reavaliem a própria vida e seus comportamentos. Isso significa que a Literatura, ao mesmo tempo que provoca a reflexão, responde a algumas de nossas inquietações por meio de construções simbólicas.
Com a leitura de textos literários, entramos em contacto com nossa história e, assim, temos a chance de compreender melhor o presente, o passado e o futuro. Os leitores interagem com aquilo que lêem (tomam nota, reflectem, criticam, emocionam-se) e isso faz com que as experiências de leitura evoquem vivências pessoais e proporcionem-lhes a reflexão sobre a própria identidade, reconstruída.
Podemos afirmar que a essência da arte literária está nas palavras, as quais são utilizadas pelos escritores a partir de seus potenciais sonoros, sintácticos e semânticos, estabelecendo relações contínuas entre autores e leitores/ouvintes. O trabalho com as palavras pode ser realizado com sentido denotativo ou conotativo/figurado, sendo essa a característica essencial da linguagem literária. A Literatura de Moçambique é, geralmente, a literatura escrita em língua portuguesa – vulgarmente misturada com expressões moçambicanas -, por autores moçambicanos. É ainda muito jovem, mas já conta com exímios representantes como José Craveirinha, Paulina Chiziane e Mia Couto, sendo vital na exigente Literatura Lusófona.
A literatura produzida em Moçambique, como as demais literaturas africanas nos países colonizados por Portugal, era uma extensão da literatura portuguesa. Sob a forma escrita, a produção literária sedimenta-se, a partir da década de 1940, por meio de periódicos publicados por intelectuais e escritores, em geral de contestação ao colonialismo português, a exemplo do “Brado literário” que circulou no país entre 1918 e 1974 com textos de Rui Nogar, Marcelino dos Santos, José Craveirinha, Orlando Mendes e Virgílio Lemos, entre outros.
No século XIX, a imprensa e a literatura estiveram próximas, sendo a primeira uma alternativa profissional para os escritores que não podiam sobreviver da produção literária. Em 1975, quando alcançou sua independência política, Moçambique ainda era distante de um “sistema literário”, conceito criado pelo teórico António Cândido, segundo o qual um sistema literário passa a existir quando um grupo de escritores escreve para um público que reage influenciando-os a produzir novas obras, e assim sucessivamente.
Identidade cultural é o sentimento de identidade de um grupo, cultura ou indivíduo, na medida em que este é influenciado pela cultura do grupo a que pertença.
“Identidade” é algo único, distinto e completo. “Cultural” é um adjectivo que se refere a “saber“. Logo, a junção das duas palavras produz o sentido de “saber se reconhecer“. Muitas questões contemporâneas sobre cultura se relacionam com questões sobre identidade. A discussão sobre a identidade cultural acaba influenciada por questões sobre: lugar, gênero, raça, história, nacionalidade, idioma, orientação sexual, crença religiosa e etnia.
Na percepção individual ou colectiva da identidade, a cultura exerce um papel principal para delimitar as diversas personalidades, os padrões de conduta e ainda as características próprias de cada grupo humano. A influência do meio constantemente modifica um ser já que nosso mundo é repleto de inovações e características temporárias, os chamados “modismos”. No passado, as identidades eram mais conservadas devido à falta de contacto entre culturas diferentes; porém, com a globalização, isso mudou, fazendo com que as pessoas interagissem mais entre si e com o mundo ao seu redor. Uma pessoa que nasce em um lugar absorve todas as características desteː entretanto, se ela for submetida a uma cultura diferente por muito tempo, ela adquirirá características do novo local onde está agregada.
Para o teórico Milton Santos, o conhecimento e o saber se renovam do choque de culturas, sendo a produção de novos conhecimentos e técnicas, produto directo da interposição de culturas diferenciadas – com o somatório daquilo que anteriormente existia. Para ele, a globalização que se verificava já em fins do século XX tenderia a uniformizar os grupos culturais, e logicamente uma das consequências seria o fim da produção cultural, enquanto gerador de novas técnicas e sua geração original. Isto reflectiria, ainda, na perda de identidade, primeiro das colectividades, podendo ir até ao plano individual.
Celebração apache contemporânea. Os apaches são um exemplo de povo ameríndio que procura preservar sua identidade cultural.
Segundo Stuart Hall (1999), uma identidade cultural enfatiza aspectos relacionados a nossa pertença a culturas étnicas, raciais, linguísticas, religiosas, regionais e/ou nacionais. Ao analisar a questão, este autor focaliza particularmente as identidades culturais referenciadas às culturas nacionais. Para ele, a nação é além de uma entidade política – o Estado –, ela é um “sistema de representação cultural” (grifos do autor). Noutros termos, a nação é composta de representações e símbolos que fundamentam a constituição de uma dada identidade nacional. Segundo Hall (1999), as culturas nacionais produzem sentidos com os quais podemos nos “identificar” (grifo do autor) e constroem, assim, suas identidades. Esses sentidos estão contidos em histórias, memórias e imagens que servem de referências, de nexos para a constituição de uma identidade da nação.
Entretanto, segundo Hall (1999), vivemos actualmente numa “crise de identidade” que é decorrente do amplo processo de mudanças ocorridas nas sociedades modernas. Tais mudanças se caracterizam pelo deslocamento das estruturas e processos centrais dessas sociedades, abalando os antigos quadros de referência que proporcionavam aos indivíduos uma estabilidade no mundo social.
A modernidade propicia a fragmentação da identidade. Conforme ele, as paisagens culturais de classe, género, sexualidade, etnia, raça e nacionalidade não mais fornecem “sólidas localizações” para indivíduos que existe agora é descentramento, deslocamentos e ausência de referentes fixos ou sólidos para as identidades, inclusive as que se baseiam numa ideia de nação.
A palavra “cultura” é comunicamente relacionada a práticas geralmente consideradas de maior “refino” e profundidade intelectual, como a literatura, a arte e a música erudita. Entretanto, devemos entender que não são apenas as actividades que levamos em alta estima que devem ser consideradas como cultura.
Surpreendentemente, a cultura está ligada a uma enorme parte de nossa convivência social. Coisas como nossa linguagem, nossa maneira de agir em uma situação, o que comemos, como nos vestimos e até mesmo como nos vemos, estão directamente ligadas à nossa formação cultural.
Para a Sociologia, a cultura é o conjunto de características que o indivíduo herda ou aprende em seu convívio social, com sua família e os demais indivíduos que fazem parte do seu dia a dia. Essas características servem para que possamos nos comunicar, de forma a compreender e sermos compreendidos por outros que fazem parte de nossa sociedade, e definem grande parte de nossos valores e normas, determinando o que é e o que não é desejável, em termos de comportamento, em nosso meio social. Nossa identidade cultural está directamente ligada com o que somos e como vemos o mundo. Ela começa a ser moldada no momento em que nascemos e é construída até o momento em que morremos. Os valores e as normas que estão ligados a uma cultura dentro de uma sociedade ou comunidade comum podem variar e até mesmo serem contraditórios: alguns grupos de indivíduos podem basear suas experiências de vida em sua religiosidade, enquanto outros se baseiam em uma visão puramente científica do mundo.
É importante entender que nossa cultura não é algo fixo ou imutável, ela está sempre se moldando de acordo com nossas experiências em sociedade. Autores como o polonês Zygmunt Bauman, julgam que nossa cultura é tão maleável que chega a ser comparada a liquidez da água, que está sempre mudando de forma. A ideia de “liquidez social” de Bauman é formada a partir de observações de vários processos sociais. Entre eles está a chamada “aculturação”, que se dá em meio ao “choque cultural”, onde duas ou várias sociedades de culturas diferentes passam a ter contato e a conviver com suas diferenças. Dentro dessa convivência, características culturais, como a culinária, palavras, ideias ou formas de se vestir de uma são absorvidas pela outra e vice-versa.
Cultura é o conjunto de manifestações artísticas, sociais, lingüísticas e comportamentais de um povo ou civilização. Portanto, fazem parte da cultura de um povo as seguintes actividades e manifestações: música, teatro, rituais religiosos, língua falada e escrita, mitos, hábitos alimentares, danças, arquitectura, invenções, pensamentos, formas de organização social. a) Factores Identidade Cultural
A identidade das populações é traduzida pelos seus modos de vida, usos e costumes, tradições, tipos de habitação, assim como pelas actividades desenvolvidas, língua e religião.
A cultura é o conjunto de costumes e tradições adquiridas pelo Homem ao longo do tempo, em contacto com o meio em que vive e que são transmitidas de geração em geração.
A cultura é formada por um conjunto de elementos:
- Materiais:
- Formas de produção;
- Gastronomia;
- Técnicas de construção;
- Vestuário;
- Não Materiais:
- Língua;
- Religião;
- Arte;
- Crenças.
Fatores de Identidade Cultural
Características dos homens e das mulheres que permitem, por semelhança, integrá-los no mesmo grupo e simultaneamente distinguir cada grupo de todos os grupos. Essas características são muito diversas:
RAÇA – Grupos de pessoas que se distinguem pela pigmentação da pele, configuração da face ou pela estatura,
Etnia – Grupo de indivíduos, que apresenta um conjunto de características sociais comuns como: a língua, os costumes e a religião.
Manifestação é um ato colectivo em que os cidadãos se reúnem publicamente para expressar uma opinião política a favor ou contra determinada causa. É habitual que se atribua a uma manifestação um êxito tanto maior quanto maior o número de participantes. O objecto das manifestações são, em geral, tópicos de natureza política, econômica, e social. Em muitos países, manifestações populares de protesto são muitas vezes tratadas pelos governos como actos de perturbação da ordem pública eventualmente associadas a terrorismo.
Formas
Entre os vários tipos de manifestações, incluindo uma variedade de elementos, incluindo:
Escracho – concentração de manifestantes diante do domicílio ou do lugar de trabalho de alguém que é alvo de denúncia ou protesto.
Marcha ou passeata – manifestação em que os participantes caminham juntos em direção a determinado local associado às reivindicações ou ao motivo do protesto.
Piquete – manifestantes bloqueiam o acesso a um local específico ou a uma via pública.
Protesto nu – manifestantes marcham sem roupas
Protesto sentado – pessoas sentam-se no chão, ocupando determinada área.
Leia Também Sobre:
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- Periodização a literatura Moçambicana
- Literatura Guineense e Sua Periodização
- Manifestação da identidade cultural através da literatura
Referencia
«Identidade Cultural». Mundo Educação. Consultado em 2 Defense Department sees protests as terrorismInternational Terrorism Matters Us departament of JusticePentagon Exam Calls Protests ‘Low-Level Terrorism,’ Angering ActivistsACLU Challenges Defense Department Personnel Policy To Regard Lawful Protests As “Low-Level Terrorism”DoD Training Manual: Protests are “Low-Level Terrorism” Salon MagazineISABELLA LACERDA e LARISSA ARANTES. «Marcio Lacerda diz que fechar praça Sete é “forma de terrorismo”». O Tempo (jornal). Consultado em 13 de agosto de 2014 de novembro de 2013.