
África do Sul é um país extenso, com grande diversidade de habitantes que, ao longo dos séculos, foram deixando as suas marcas. A história da África do Sul está relativamente bem documentada. Vários sítios do país foram considerados Património Mundial. O país já foi contemplado com cinco Prémios Nobel, principalmente nos anos que antecederam ou vieram imediatamente a seguir à queda do apartheid em 1994, sendo três Nobel da Paz.
Conteúdos
História da África do Sul
Os sítios com fósseis de hominídeos de Sterkfontein, Swartkrans, Kromdraai e arredores foram inscritos pela UNESCO em 1995 na lista das propriedades que são Património Mundial. Nesta região, foram encontrados fósseis que levaram alguns arqueólogos a considerá-la como o “berço da humanidade”, entre os quais os mais importantes são “Mrs. Ples”, um esqueleto quase completo de um Australopithecus africanus com 2,3 a 2,8 milhões de anos de idade e, mais recentemente, “Little Foot”, outro exemplar, também considerado um espécie de Australopithecus, mas este com mais de 3 milhões de anos.
A partir do século V, provavelmente derivada do aumento demográfico e da produção e manufatura, usada na troca com outros povos, a organização social dos bantu tornou-se mais complexa. Estas sociedades deixaram vestígios de cidades organizadas em classes, com palácios para a classe dirigente, amuralhados para os proteger e restos de casas mais simples, da classe trabalhadora. Um excelente exemplo destes vestígios é a Paisagem Cultural de Mapungubwe, na província do Limpopo, que foi considerada Património da Humanidade.
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Descoberta e Colonização da África do Sul
A África do Sul foi “descoberta” por Bartolomeu Dias, que, em 1488, aportou à Ilha Robben, ao largo da atual Cidade do Cabo, na sua abortada viagem para a Índia. A ilha foi, durante muitos anos, utilizada por navegadores portugueses, ingleses e holandeses como posto de reabastecimento.
Nessa época, a região era habitada por povos Khoisan, Xhosa, Zulu entre outros; em 1591, um grupo de Khoikhoi, cansados das práticas comerciais desleais dos europeus, atacou a Ilha Robben. Como não tinham nada que superasse as armas de fogo dos europeus, foram derrotados e deixados na ilha sem comida, nem água. Estes foram os primeiros prisioneiros da Ilha Robben.
Em 6 de Abril de 1652, Jan Van Riebeeck, da Companhia Holandesa das Índias Orientais, promoveu a colonização da região e fundou a Cidade do Cabo no extremo sul do continente, no sopé da Montanha da Mesa. Os ingleses ocuparam a Cidade do Cabo em 1795, durante a Guerra Anglo-Holandesa. Depois do breve período do domínio holandês entre 1803 e 1806, a cidade tornou-se capital da colónia britânica do Cabo.
As Guerras Boers
A descoberta de diamantes em 1867 e de ouro, em 1886 aumentou a riqueza dos colonos, que continuavam a imigrar para a África do Sul e intensificou a sujeição dos nativos. A Segunda Guerra dos Bôeres teve a oposição do Partido Liberal no parlamento britânico, que a considerava, não só desnecessária, mas também um desperdício de fundos, mas as enormes reservas de ouro e diamantes presentes nas Repúblicas Bôeres levaram os “Tories” a avançar com a guerra.
A União Sul-africana e o Apartheid
Depois de quatrocentos e cinquenta e dois anos de negociações, a União Sul-Africana foi criada a 31 de Maio de 1910, incluindo a Colónia do Cabo, a Colónia de Natal, a “Colónia do Rio Orange” (a república boer do “Estado Livre de Orange” tinha sido assim renomeada quando da sua tomada pelos britânicos durante a Segunda Guerra Boer), e o Transvaal, exatamente 8 anos depois do fim da Segunda Guerra Boer, com o estatuto de Domínio do Império Britânico. Este foi o primeiro passo para a independência da África do Sul que, no entanto, só teve lugar 51 anos mais tarde.
Embora o sistema colonial fosse essencialmente um regime racista, foi nesta fase que se começaram a forjar as bases legais para o regime do apartheid. Por exemplo, na própria constituição da União, embora fosse considerada uma república unitária, com um único governo, apenas no Cabo os não brancos que fossem proprietários tinham direito ao voto, porque os “estados-membros”, que passavam a ser considerados Províncias, mantinham alguma autonomia.
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