Zeus filho de Cronos, é o pai dos deuses que exercia a autoridade sobre os deuses olímpicos na antiga religião grega. É o deus dos céus, raios, relâmpago que mantêm a ordem e justiça na mitologia grega. Seu equivalente romano é Júpiter, enquanto seu equivalente etrusco é Tinia; alguns autores estabeleceram seu equivalente hindu como sendo Indra.
Conteúdos
Papel de Zeus
Zeus desempenhava um papel dominante, presidindo sobre o panteão olímpico da Grécia Antiga. Foi pai de muitos heróis, e fazia parte de diversos cultos locais. Embora o “ajuntador de nuvens” homérico fosse um deus do céu e do trovão, como seus equivalentes orientais, também era o supremo artefato cultural; de certa maneira, era a encarnação das crenças religiosas gregas, e o arquétipo da divindade grega.
No neoplatonismo, a figura de Zeus familiar à mitologia grega é associada ao Demiurgo, ou Mente (nous) Divina. Especificamente dentro da obra de Plotino, Enéadas, e na Teologia Platônica, de Proclo.
Mitologia
Nascimento
Cronos teve diversos filhos com Reia: Héstia, Deméter, Hera, Hades e Posídon, porém engoliu-os (menos Posídon, Hades e Hera) assim que nasceram, após ouvir de Gaia e Urano que ele estava destinado a ser deposto por seu filho, da mesma maneira que ele havia deposto seu próprio pai – um oráculo do qual Reia tomou conhecimento e pôde evitar.
Reia (mãe) teria escondido Zeus numa caverna dos montes Dícti, em Creta. De acordo com as diversas versões da história, ele teria sido criado:
Por Gaia; por uma cabra chamada Amalteia, enquanto um pelotão de curetes soldados ou deuses menores dançavam, gritavam e batiam suas lanças contra seus escudos para que Cronos não ouvisse o choro do bebê; por uma cabra chamada Aix (que pertencia à ninfa Amalteia), e da pele dela Zeus fez a Égide; por uma ninfa chamada Adamanteia. Como Cronos era senhor da Terra, dos céus e do mar, ela o escondeu pendurado por uma corda de uma árvore, de modo que ele, não estando nem na terra, nem no céu e nem no mar teria ficado invisível para seu pai; por uma ninfa chamada Cinosura, e como agradecimento, Zeus a teria colocado em meio às estrelas. por Melissa, que o amamentou com leite de cabra e mel.
Recuperando os irmãos
Após chegar à idade adulta, Zeus forçou Cronos a vomitar primeiro a pedra que lhe havia sido dada em seu lugar – em Pito, sob os vales do monte Parnaso, como um sinal para os mortais: o Ônfalo, “umbigo” – e em seguida seus irmãos, de acordo com a ordem em que haviam sido engolidos. Em algumas versões, Métis deu a Cronos um emético para forçá-lo a vomitar os bebês, enquanto noutra o próprio Zeus teria aberto com um corte a barriga de Cronos. Em seguida, Zeus libertou os irmãos de Crono, os gigantes, os hecatônquiros e os ciclopes, que estavam aprisionados num calabouço no Tártaro, após matar Campe, o monstro que os vigiava.
Zeus e Hera
Zeus era irmão e consorte de Hera. Com ela teve três filhos: Ares, Hebe e Hefesto, embora alguns relatos afirmem que Hera tê-los-ia tido sozinha. Algumas versões também descrevem Ilitia e Éris como filhas do casal. As conquistas amorosas de Zeus, no entanto, entre ninfas e as mitológicas progenitoras mortais das dinastias helénicas são célebres. A mitografia olímpica lhe credita com uniões com Leto, Deméter, Dione e Maia. Entre as mortais com quem ele teria se relacionado estavam Sêmele, Io, Europa e Leda e o jovem menino Ganimedes, porém Zeus o presenteou com a eterna juventude e imortalidade.
Culto de Zeus
Cultos pan-helénicos
O principal centro de culto de Zeus, para onde todos os gregos se dirigiam quando queriam prestar homenagem ao seu principal deus, era Olímpia. A cada quatro anos realizava-se um festival, cujo ponto máximo eram os célebres Jogos Olímpicos. Havia na cidade um altar a Zeus, feito não de pedra mas sim de cinzas, obtidas a partir dos restos de sacrifícios animais realizados ali ao longo de séculos.
Outros cultos
Embora a etimologia indique que Zeus era originalmente um deus celestial, diversas cidades gregas prestavam homenagem a uma versão local de Zeus, que vivia sob a terra. Os atenienses e sicilianos cultuavam Zeus Melíquio (Zeus Meilichios, “bondoso” ou “melífluo”), enquanto outras cidades tinham Zeus Ctônio (Zeus Chthonios, “terreno”), Zeus Catactônio (Zeus Katachthonios, “sob a terra”) e Zeus Plúteo (Zeus Plousios, “trazedor de riquezas”).
Estas divindades podiam ser representadas nas artes plásticas na forma de serpentes, ou em forma humana, ou até mesmo como ambas, na mesma imagem. Também recebiam oferendas da carne de animais negros sacrificados em poços no solo, da mesma forma como era feito para divindades ctônicas, como Perséfone e Deméter, ou como as homenagens dedicadas aos heróis em suas sepulturas – enquanto os deuses olímpicos costumavam receber vítimas brancas, sacrificadas em altares elevados.
Zeus e deuses estrangeiros
Zeus foi identificado com o deus romano Júpiter, e associado no imaginário sincrético clássico com diversas outras divindades, tais como o egípcio Amon e o etrusco Tinia. Juntamente com Dioniso, absorveu o papel do principal deus frígio Sabázio. O governante sírio Antíoco Epifânio IV ergueu uma estátua de Zeus Olímpio no templo judaico em Jerusalém; os judeus helenizados referiam-se a esta estátua como Baal Shamen “Senhor do Céu”.
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