Em Moçambique, as danças tradicionais são geralmente complexas e altamente desenvolvidas em todo o país. Tal como a sua diversidade cultural, há muitas e diversificadas danças tribais, que geralmente são ritualísticas por natureza. Abaixo apontamos algumas das danças tradicionais da Zona Norte do nosso país.
Tufo (Zona Norte “Nampula”)
Introduzido pelos árabes dizem que esta dança é religiosa e foi criada por Aicha, esposa do Profeta para apaziguar o mau humor de Mohammad. Apenas as mulheres dançam tufo, regra geral pintam a cara com musiro e usam capulanas muito coloridas. O nome vem de ad-duff, ou seja tambor em árabe.
Maulide (Zoona Norte “Nampula”)
Trata-se de uma demonstração de fé. Os homens dançam com uma espécie de alfinete ou instrumentos afiados que se chamam tupachi, que aparentemente penetram na carne mas não deitam sangue nem deixam marcas. Para preparar o corpo para este ritual alguns praticantes ficam 15 dias sem actividade sexual e sem comer peixe. É praticado nos casamentos islâmicos. É muito comum na Ilha de Moçambique.
Mapico (Zona Norte “Cabo Delgado”)
Mapiko é uma manifestação moçambicana que cultiva a história e signos do povo Maconde ao mesmo tempo em que traz a possibilidade de diálogo com o momento actual, podendo nele ser representado e simbolizado algo presente que mantém viva a história desse povo, transmitindo valores, memórias e ensinamentos.
O Mapiko consiste em mistura de dança, teatro e música. Revela relações sociais com a dramaticidade que o mascarado expõe suas coreografias e máscaras, e traz à tona o sagrado com a sua ligação ao mundo espiritual. O Mapiko é elemento da identidade cultural do povo Maconde, e veículo da cultura onde se perpetuam experiências passadas e situações quotidianas. Os artistas Macondes que fazem parte do Mapiko (escultores, cantores, músicos, dançarinos) são responsáveis pela preservação e transmissão da tradição.
Segundo Amadou Hampâté, a tradição africana “é ao mesmo tempo religião, conhecimento, ciência natural, iniciação à arte, histórias, divertimento e recreação”.
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