José Maria de Eça de Queiroz nasceu em 25 de Novembro de 1845, numa casa da Praça do Almada na Póvoa de Varzim, no então número 1 ao 3 do Largo de São Sebastião (hoje Largo Eça de Queiroz), no centro da cidade (Brasil).
Conteúdos
Infância
Eça era filho de José Maria Teixeira de Queiroz, nascido no Rio de Janeiro em 1820 e delegado do procurador régio em Viana do Castelo, e de Carolina Augusta Pereira d’Eça, nascida em Monção em 1827. O casamento ocorreu posteriormente ao nascimento. O pai de Eça de Queiroz, magistrado e par do reino, convivia regularmente com Camilo Castelo Branco, quando este vinha à Póvoa para se divertir no Largo do Café Chinês. Uma das teses para tentar justificar o facto de os pais do escritor não se terem casado antes do seu nascimento sustenta que Carolina Augusta Pereira de Eça não teria obtido o necessário consentimento da parte de sua mãe, já viúva do coronel José Pereira de Eça.
Seis dias após a morte da avó que a isso se oporia, casaram-se os pais de Eça de Queiroz, quando o menino tinha quase quatro anos. O pai era magistrado, formado em Direito por Coimbra. Foi juiz instrutor do célebre processo de Camilo Castelo Branco, juiz da Relação e do Supremo Tribunal de Justiça, presidente do Tribunal do Comércio, deputado por Aveiro, fidalgo cavaleiro da Casa Real, par do Reino e do Conselho de Sua Majestade. Foi ainda escritor e poeta.
Perfil Académico
Em 1866, Eça de Queiroz terminou a Licenciatura em Direito na Universidade de Coimbra e passou a viver em Lisboa, exercendo a advocacia e o jornalismo. Foi director do periódico O de Évora e colaborou em publicações periódicas como a Renascença (1878- 1879?), A Imprensa.
Em 1870 ingressou na Administração Pública, sendo nomeado administrador do concelho de Leiria. Foi enquanto permaneceu nesta cidade, que Eça de Queiroz escreveu a sua primeira novela realista, O Crime do Padre Amaro, publicada em 1875. Tendo ingressado na carreira diplomática, em 1873 foi nomeado cônsul de Portugal em Havana.
Os anos mais produtivos de sua carreira literária foram passados em Inglaterra, entre 1874 e 1878, durante os quais exerceu o cargo em Newcastle e Bristol. Escreveu então alguns dos seus trabalhos mais importantes, como A Capital, escrito numa prosa hábil, plena de realismo. Manteve a sua actividade jornalística, publicando esporadicamente no Diário de Notícias, em Lisboa, a rubrica «Cartas de Inglaterra». Mais tarde, em 1888 seria nomeado cônsul em Paris. Aos 40 anos casou com Emília de Castro, com quem teve 4 filhos
Vida Profissional
Eça, por sua vez, apresenta episódios incestuosos em criança relatados no diário de sua prima. Por via dessas contingências foi entregue a uma ama, aos cuidados de quem ficou até passar para a casa de Verdemilho em Aradas, Aveiro, a casa da sua avó paterna. Nessa altura, foi internado no Colégio da Lapa, no Porto, de onde saiu em 1861, com dezasseis anos, para a Universidade de Coimbra, onde estudou Direito.
Além do escritor, os pais teriam mais seis filhos. Em Coimbra, Eça foi amigo de Antero de Quental. Os seus primeiros trabalhos, publicados na revista “Gazeta de Portugal”, foram depois coligidos em livro, publicado postumamente com o título Prosas Bárbaras. Eça veraneava na Póvoa de Varzim, quando matriculado na Universidade de Coimbra. Sua tia materna, Carlota, arrendava casa na Póvoa, de verão e com ela, além do sobrinho José Maria, iam também os seus seis filhos, três rapazes e três raparigas.
Morte de Eça de Queirós
Morreu em 16 de Agosto de 1900 na sua casa de Neuilly-sur-Seine, perto de Paris. Teve funeral de Estado, foi sepultado em Cemitério dos Prazeres de Lisboa, mas mais tarde foi transladado para o cemitério de Santa Cruz do Douro em Baião.
Obras de Eça de Queirós
- O Mistério da Estrada de Sintra (1870);
- O Crime do Padre Amaro (1875);
- A Tragédia da Rua das Flores (1877-78);
- O Primo Basílio (1878);
- O Mandarim (1880);
- A Relíquia (1887);
- Os Maias (1888);
- Uma Campanha Alegre (1890- 91);
- Correspondência de Fradique Mendes (1900);
- Dicionário de milagres (1900);
- A Ilustre Casa de Ramires (1900);
- A Cidade e as Serras (1901);
- Contos (1902, póstumo);
- Prosas Bárbaras (1903);
- Cartas de Inglaterra (1905);
- Ecos de Paris (1905);
- Cartas familiares e bilhetes de Paris (1907);
- Notas contemporâneas (1909);
- Últimas páginas (1912);
- A Capital (1925);
- O Conde de Abranhos (1925);
- Alves & Companhia (1925);
- Correspondência (1925);
- O Egipto (1926);
- Cartas inéditas de Fradique Mendes (1929);
- Eça de Queirós entre os seus – Cartas íntimas (1949).
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