Jean-Paul Charles Aymard Sartre nasceu em Paris a 21 de Junho de 1905 e perdeu a sua na mesma cidade a 15 de Abril de 1980. Foi um filósofo, escritor e crítico francês, conhecido como representante do existencialismo. Acreditava que os intelectuais têm de desempenhar um papel activo na sociedade. Era um artista militante, e apoiou causas políticas de esquerda com a sua vida e a sua obra.
Conteúdos
Infância e perfil académico
Jean-Paul Sartre era filho de Jean-Baptiste Marie Eymard Sartre, oficial da marinha francesa e de Anne-Marie Sartre. Quando seu filho nasceu, Jean-Baptist tinha uma doença crónica adquirida em uma missão na Cochinchina. Após o nascimento de Jean-Paul, ele sofreu uma recaída e retirou-se com a família para Thiviers, sua terra natal, onde morreu em 21 de Setembro de 1906. Jean-Paul, órfão de pai, e então com 15 meses, muda-se para Meudon com sua mãe, onde passam a viver na casa de seus avós maternos.
O avô de Sartre, Charles Schweitzer nasceu em uma tradicional família protestante alsaciana da qual faz parte, entre outros, o famoso missionário Albert Schweitzer, sobrinho de Charles. Ao fim da Guerra Franco-Prussiana, Charles optou pela cidadania francesa e tornou-se professor de alemão em Mâcon onde conheceu e casou-se com Louise Guillemin, de origem grega, com quem teve sete filhos, Geogre, Émile e Ana-Maria. Após o regresso de Anne-Marie, os quatro viveram em Meudon até 1911. Em 14 de Abril de 1917 sua mãe casa-se novamente, com Joseph Mancy, que passa a ser co-tutor de Sartre.
Em 1921, retorna ao Liceu Henri IV, agora como interno. Encontra Paul Nizan e os dois tornam-se amigos inseparáveis. Em 1924, ingressou na École Normale Supérieure na mesma turma de Nizan. Músico e actor talentoso e sempre disposto a participar de brincadeiras e eventos sociais, Sartre torna-se muito popular entre os colegas.
Na filosofia, além de Bergson, passou a ler Nietzsche, Kant, Descartes e Spinoza. Em 1928, presta o exame de mestrado e é reprovado. Durante o ano de preparação para a segunda tentativa, estuda com Nizan e René Maheu na Sorbonne. Conhece a namorada de Maheu, Simone de Beauvoir que mais tarde se tornaria sua companheira e colaboradora até o fim da vida.
Sartre e Beauvoir nunca se casaram e mantinham uma relação aberta. Sua correspondência é repleta de confidências sobre suas relações com outros parceiros. Além da relação amorosa, eles tinham uma grande afinidade intelectual. Beauvoir colaborou com a obra filosófica de Sartre, revisava seus livros e também se tornou uma das principais filósofas do movimento existencialista.
Em 1938, publica o romance La Nausée (A náusea) e a colectânea de contos Le mur (O muro). Em 1943, publicou seu mais famoso livro filosófico, L’Être et le Néant (O Ser e o Nada: Ensaio de Ontologia Fenomenológica), que condensa todos os conceitos importantes da primeira fase de seu sistema filosófico. Em 1945, ele cria e passa a dirigir a revista Les Temps Modernes (“Tempos Modernos”), onde são tratados mensalmente os temas referentes à literatura, filosofia e política.
Na década de 1950 assume uma postura política mais actuante, e abraça o comunismo. Torna-se activista, e posiciona-se publicamente em defesa da libertação da Argélia do colonialismo francês. A aproximação do marxismo inaugura a segunda parte da carreira filosófica de Sartre em que tenta conciliar as ideias existencialistas de autodeterminação aos princípios marxistas. Considerado por muitos o símbolo do intelectual engajado, Sartre adaptava sempre sua acção às suas ideias, e o fazia sempre como ato político.
Existencialismo de Sartre
Baseado principalmente na fenomenologia de Husserl e em ‘Ser e Tempo‘ de Heidegger, o existencialismo sartriano procura explicar todos os aspectos da experiência humana. A maior parte deste projecto está sistematizada em seus dois grandes livros filosóficos: O ser e o nada e Crítica da razão dialéctica.
Obras
de Sartre
A imaginação- ensaio filosófico – 1936, A transcendência do ego- ensaio filosófico – 1937, A Náusea – romance – 1938, O muro” – contos – 1939, Esboço de uma teoria das emoções” – ensaio filosófico – 1939, O imaginário – ensaio filosófico – 1940, As moscas – teatro – 1943, O existencialismo é um humanismo e outras obras.
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