Muammar Mohammed Abu Minyar al-Gaddafi (bu Hadi, c. 1940-1943 Sirte, 20 de Outubro de 2011) foi um militar, político, ideólogo e ditador líbio, sendo o de facto chefe de estado do seu país entre 1969 e 2011.
Conteúdos
Infância
Nasceu em 7 de Junho de 1942, numa família de berberes beduínos, adepta do islamismo sunita, filho de Abu Meniar Gaddafi e Aisha Gaddafi em uma tenda no deserto líbio, próximo à cidade líbia de Surt ou Sirte (norte). Teve contacto com beduínos comerciantes que viajavam pela região de Surt, com quem adquiriu e formou suas precoces posições políticas. De acordo com várias biografias, sua família pertence a uma pequena tribo de árabes, os Qadhadhfa.
Quando tinha 10 anos, seu pai, um pastor de camelos, que avaliava que o filho tinha uma inteligência incomum, investiu suas magras economias para internar o filho em uma escola primária em Sirte.
Perfil Académico
Quando tinha entre 12 e 13 ouvia pelo rádio os discursos do líder egípcio Gamal Abdel Nasser, que chamava os povos árabes à unidade política (pan-arabismo) e defendia a causa palestina, o que o ajudou a adquirir uma precoce consciência política.
Gadafi foi enviado para fazer os estudos secundários na cidade de Saba, onde, em 1956, formou, junto com três colegas, a primeira célula de seu futuro movimento revolucionário, que tinha como objectivos apoiar o programa pan-árabe de Nasser e, a longo prazo, derrubar o rei Idris I. Naquele mesmo ano participou de protestos anti-israelenses durante a Crise de Suez.
Os integrantes da primeira célula decidiram seguir carreira militar para futuramente articular um golpe militar, além disso cada um deles iria formar uma segunda célula com mais três integrantes, que, por sua vez, também formaria novas células, e assim progressivamente. Além disso, para garantir a segurança do movimento, cada conspirador somente conhecia os integrantes e as actividades das duas células das quais participava. No início de Outubro de 1961 organizou uma manifestação de jovens em apoio à Guerra de Independência Argelina, que teve também conteúdo antimonarquista, isso resultou em sua prisão e expulsão da cidade.
O jovem líder concluiu o ensino secundário em uma escola de Misurata, onde criou uma nova rede de células revolucionárias, naquela cidade também foi elaborado um código secreto para proteger a comunicação entre os líderes das diferentes células da repressão policial. Para evitar a repressão, a organização se apresentava como um grupo de debates sobre Nasser e de actividades antisionistas, ocultando o objectivo de derrubada da monarquia.
Após o término de seus estudos secundários, Gaddafi iniciou a carreira militar. Integrou a Academia Militar de Bengazi, segunda principal cidade do país, e também integrou a Real Academia Militar de Sandhurst, na Inglaterra.
Poder político
No ano de 1969 o governo de Idris I passava por uma crise de impopularidade, pois grandes quantidades de petróleo líbio estavam sendo compradas pelos Estados Unidos e Europa, sem trazer grandes melhorias ao povo Líbio. Admirador do líder egípcio e nacionalista árabe Gamal Abdel Nasser, Muammar al-Gaddafi, aos 27 anos de idade, foi naquele membro das tropas revolucionárias que tomaram o governo do país, no dia 1º de Setembro de 1969, tendo como líder Mahmud Sulayman al-Maghribi. Coronéis do exército líbio invadiram Trípoli e obrigaram Idris a renunciar Logo após o golpe de estado, Al Magrabbi sai de cena e Gaddafi, como líder da revolução líbia, com a patente de coronel, toma o poder, substituindo o príncipe regente Hasan as-Senussi e o rei ausente (licenciado para fins médicos na Grécia e no Egipto), Ídris I, tio de Hasan as-Senussi.
Uma vez instalado no governo do país, Gaddafi declara ilegais as bebidas alcoólicas e os jogos de azar. Exige e obtém a retirada americana e inglesa de bases militares, expulsa as comunidades judaicas e aumenta decididamente a participação das mulheres na sociedade. Além disso, retira da Líbia todos os americanos vindos através da aliança entre Idris I e os EUA, fecha danceterias, bordéis e bares instalados pelos americanos, impondo a toda Líbia o respeito aos preceitos morais do islamismo. Proibiu a exportação de petróleo para os EUA e confisca propriedades internacionais.
Seguidor do pan-arabismo do presidente egípcio Nasser, copiou a Constituição egípcia e emulou seu lema nacional: “Liberdade, socialismo e unidade”.
Pouco tempo depois, em 1970, morre Gamal Abdel Nasser. Inconformado, Gaddafi começou a patrocinar e apoiar todos grupos, países e facções antiamericanas ou anti- israelenses de que tinha conhecimento, entre eles os Panteras Negras, o Fatah e alguns países do Oriente Médio, tentando dar continuidade ao trabalho de Nasser, que tanto admirara. Gaddafi teve, inclusive, ligação direta com o massacre de Munique, realizado no dia 5 de Setembro de 1972, durante os Jogos Olímpicos, patrocinando e dando cobertura ao grupo que ficou conhecido como Setembro Negro. Onze atletas Israelenses foram assassinados nesse episódio.
Morte
Em 20 de Outubro de 2011, após a queda de Sirte, o último grande reduto das forças de Gaddafi, o Conselho Nacional de Transição informou oficialmente à Al Jazeera que Gaddafi havia sido capturado. De acordo com algumas fontes, Gaddafi teria sido ferido nas pernas ou levado dois tiros no peito. Segundo as primeiras informações, ele teria morrido em consequência desses ferimentos.
O corpo de Gaddafi foi levado para uma câmara fria e ficou exposto para visitação pública, juntamente com o corpo de seu filho Mo’tassim e do chefe militar do regime Abu-Bakr Yunis Jabr, durante 4 dias. Posteriormente foram enterrados em um local secreto, numa simples e respeitosa cerimônia, de acordo com o governo líbio.
Leia Também Sobre: