Parménides de Eleia (530 a.C.-460 a.C.) foi um filósofo grego natural de Eleia, uma cidade grega na costa sul da Magna Grécia. Supostamente de família rica, seus primeiros contactos filosóficos foram com a escola pitagórica, especialmente com Ameinias.
Era descendente de uma família rica e ilustre. Suas datas são incertas, de acordo com Diógenes Laércio, ele floresceu pouco antes de 500 a.C, o que coloca o ano de seu nascimento por volta de 540 a.C, mas Platão diz que ele visitou Atenas aos 65 anos de idade, quando Sócrates era um homem jovem, c. 450 a.C, que, se for verdade, sugere um ano de nascimento do c. 512 a.C. Ele sugere ainda que Parménides fora aluno de Xenófanes, e independentemente de se eles realmente se conheciam, a filosofia Xenófanes é a influência mais óbvia em Parménides.
Conteúdos
Obra de Parménides de Eleia
Desde a antiguidade considera-se que Parménides escreveu uma só obra, intitulada Sobre a natureza. É um poema didáctico escrito em hexâmetros. A língua em que foi escrito deriva da expressão épica, utilizada no dialecto homérico.
A forma de poema épico didáctico
Muito se tem escrito acerca da forma poética da sua escrita. Plutarco considerou que era apenas uma maneira de evitar a prosa, e criticou a sua versificação. Proclo disse que apesar de utilizar metáforas e alegorias, forçado pela forma poética, a sua escrita não deixa de ser mais parecido com prosa que com poesia. Simplício da Cilícia, ao qual devemos a conservação da maior parte do texto que chegou até aos nossos dias, tem uma visão semelhante: não há que se admirar da aparição de motivos míticos na sua escrita, devido à forma poética que utiliza.
Hesíodo apresentou o seu poema teogónico como uma revelação procedente de seres divinos. Tinha usado da invocação às musas, uma convenção épica, o relato de uma experiência pessoal de iniciação numa missão única, a de revelar a origem dos deuses. Parménides, no seu poema, apresenta seu pensamento sobre um Ente uno e imóvel como uma revelação divina, como para derrotar Hesíodo no seu próprio jogo.
O pensamento de Parménides
Parménides inaugura algo radicalmente novo na filosofia ao não considerar os elementos, mas o abstracto. No seu pensamento, há uma recusa da sensação como meio de chegar à verdade. Para ele, a sensação é um caminho errado para a investigação, porque gera contradições e confunde o que existe com o que não existe; o ser com o não ser.
O seu pensamento está exposto num poema filosófico intitulado Sobre a Natureza e sua permanência, dividido em duas partes distintas: uma que trata do caminho da verdade e outra que trata do caminho da opinião (dóxa), ou seja, daquilo onde não há nenhuma certeza.
O Ser-Absoluto
Toda nossa realidade é imutável, estática, e sua essência está incorporada na individualidade divina do Ser-Absoluto, o qual permeia todo o Universo. Esse Ser é omnipresente, já que qualquer descontinuidade em sua presença seria equivalente à existência de seu oposto – o Não-Ser.
Esse Ser não pode ter sido criado por algo pois isso implicaria em admitir a existência de um outro Ser. Do mesmo modo, esse Ser não pode ter sido criado do nada, pois isso implicaria a existência do “Não-Ser”. Portanto, o Ser simplesmente é. O Ser-Absoluto não pode vir-a-ser. E não podem existir vários “Seres-Absolutos”, pois para separá-los precisaria haver algo que não fosse um Ser. Consequentemente, existe apenas a unidade eterna.
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