Robert Gabriel Mugabe, (nascido a 21 de Fevereiro de 1924), é um político e ex-presidente do Zimbábwe. Liderou o país primeiro como primeiro-ministro e, a partir de 1987, como presidente com poderes executivos.
Conteúdos
Perfil académico
Mugabe pertencente à shona, filho de um fazendeiro local, foi educado numa escola de jesuítas. Foi professor primário na antiga Rodésia, Zâmbia e Gana entre os anos 1942-1949 e 1955-1960. Possui diplomas de inglês, História e Educação nas mais prestigiadas universidades africanas e obteve uma licenciatura em Economia na Universidade de Londres.
Entrada na política
Participou no movimento de Joshua Nkomo, a União Popular Africana do Zimbábue (ZAPU), em 1960 e três anos mais tarde funda a União Nacional Africana do Zimbábue – Frente Patriótica (ZANU-PF).
Foi preso em 1964 devido às suas atividades políticas, sendo libertado em 1974, altura em que parte para Moçambique, onde lidera uma guerrilha que se opõe ao Governo de minoria branca de Ian Smith (na época, o Zimbábue vivia um regime segregacional racista, similar ao Apartheid). Com o acordo de paz de Lancaster.
House, assinado em Londres em 1979, após meses de negociações, Mugabe voltou para a ex-Rodésia e foi calorosamente recebido pela maioria negra. Apesar dos pedidos de Mugabe para
reconciliação racial, seu governo foi acusado de racismo e suas políticas acabaram forçando a fuga de quase toda a população branca do país.
Como Presidente
Em 1982 passa a liderar o país sozinho, rompendo a coligação de Unidade Nacional de dois anos com Joshua Nkomo e pondo termo a uma ligação que imperava, desde 1976, com a União Popular Africana do Zimbábue (ZAPU) de Joshua Nkomo, em que votava a maioria dos membros da etnia ndeble. Este processo de separação despoletou violentos confrontos entre as duas facções, originando uma onda de repressão contra os membros da ZAPU.
Em 1991, promoveu um programa de austeridade visando absorver os profissionais graduados do sistema educacional, com o auxílio logístico e financeiro do FMI, o que resultou em uma queda brusca no estilo de vida da maioria pobre. Resultando em uma marginalização crescente da população, o programa foi cancelado pelo FMI.
Reformas propostos
O progresso econômico e social do governo Mugabe que começou no final da década de 1980 e foi até meados dos anos 90 acabou desaparecendo no fim dessa mesma década. No começo dos anos 2000, a economia do Zimbábue começou a entrar em rápido declínio.
Corrupção, má gestão e problemas no cenário macroeconómico mundial começaram a causar dificuldades para o país e puxaram a qualidade de vida do povo para baixo. Conforme a situação da nação piorava, o governo ia ficando cada vez mais centralizado e repressão a oposição aumentou, atraindo condenação de dentro e fora do país.
A União Africana, os Estados Unidos e a União Europeia passaram a colocar o Zimbábue sob pesadas sanções econômicas, isolando a nação. Mugabe afirmou que essas ações externas contra ele eram uma forma de “neocolonialismo” e culpou o Ocidente pelos problemas econômicos do país
Destituição de Mugabe
Em 21 de novembro de 2017, após muita pressão interna, foi confirmada a renúncia de Mugabe da presidência do Zimbábue. (Sucedeu-lhe Emmerson Mnangagwa). Segundo acertado em negociação, os negócios da família de Mugabe permaneceriam intocados, com ele ganhando $10 milhões em troca e também foi declarado que sua imunidade processual permaneceria, acabando com a possibilidade dele ser julgado por crimes financeiros ou contra a humanidade cometidos durante os trinta anos do seu governo.
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