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O que são regiões Agro-ecológicas
Regiões Agro-ecológicas
São zonas agro-ecologicas as areas com caracteristicas naturais especificas e que as tornam particulares para o desenvolvimento de certas actividades agro-pecuarias. Elas são usadas como meio para definiçao de politicas e estratégias de desenvolvimento do sector agro-pecuário do pais e de outros programas de densevolvimento rural.
A Região do Interior de Maputo e Sul de Gaza (R1)
É uma área pequena, cobrindo uma faixa do interior da província de Maputo e sul do interior de Gaza. A maior parte da zona situa-se a menos de 200 m de altitude excepto as terras de Namaacha que atingem 500 m de altitude.
Novembro a Março é a época chuvosa e é caracterizada por grande irregularidade no que respeita ao começo da época, duração da época, quantidade de precipitação. As chuvas podem ocorrer na época seca.
Com excepção dos solos dos pequenos Libombos, Moamba e os vales de Limpopo, Incomati e Umbelúzi, os solos são arenosos ou de textura franco arenosos. As famílias semeiam nas duas épocas (a chuvosa e a fresca); cultivam: milho, feijão nhemba, amendoim e mandioca. Devido ao regime de precipitações as variedades usadas são geralmente de curta duração.
A Região Costeira a Sul do rio Save (R2)
Esta é uma Região extensa que se prolonga desde o sul da província de Maputo até ao norte da província de Inhambane, a qual possui uma alta densidade populacional. Com excepção da área adjacente a costa onde as chuva começam em Outubro e se prolongam até Abril, a época chuvosa começa em Novembro e termina em Março. As chuvas podem ocorrer na época fresca, beneficiando o cajú e mandioca. Com excepção das terras aluviais e certas zonas baixas, os solos são arenosos. As culturas alimentares mais importantes são: milho, feijão nhemba, amendoim bata doce e mandioca. A castanha de cajú foi uma cultura importante nesta Região; actualmente a produção de cajú declinou ou é quase inexistente devido a idade dos cajueiros e ao ataque do oídio. O arroz também é uma cultura importante nas zonas baixas. Há estudos que indicam o período de pousio nesta zona reduziu significamente.
Os seguintes aspectos constituem os principais constrangimentos dos sistemas de produção nesta zona: alto risco de seca, decréscimo dos rendimentos agronómicos devido a curtos períodos de pousio, falta de capital e organização, aumento de densidade populacional, população de gado bovino ainda é baixo, fraca cobertura da rede comercial, falta de emprego e redução de emprego na RSA, não adequada disponibilidade de insumos, redução da produção de castanha de cajú, défice de sementes de amendoim, a qual tem se acentuado nos últimos anos devido a doença que atinge quase toda a zona Sul do país, grande incidência de doenças do gado, como febre aftosa, grandes perdas pós colheita, e pouco trabalho de investigações específicas conduzidos em relação a esta zona particular.
A Região centro e norte de Gaza e oeste de Inhambane (R3)
Esta Região consiste duma vasta zona do interior e menos povoada. È uma das zonas mais áridas do país, com precipitações médias anuais de 400 a 600 mm, concentrada no período de Novembro a Fevereiro. Devidas as limitações de humidade e no solo, o milho possui potencial limitado, ao contrário a mapira e mexoeira são culturas importantes na Região. Nesta as famílias fazem a criação de pequenas quantidades de animais.
A Região central de média altitude (R4)
Esta região inclui terras com altitude entre 200 m e 1000 m acima do nível médio das águas do mar, nas províncias de Sofala e Manica. Possui uma precipitação média anual de 1000 a 1200 mm, concentrada entre os meses de Novembro e Março. A duração do ciclo culturas varia entre 120 e 180 dias. As temperaturas durante o período decrescimento vegetativo variam entre 17.5 e 22.5 º C. As culturas mais predominantes são milho, mapira, mandioca, feijão nhemba. Nas zonas baixas praticam-se batata-doce e arroz.
Esta Região possui um grande potencial para algodão. A produção de banana e hortícolas para o mercado são igualmente fontes de rendimento das família s nesta região. Devido a mosca tse-tse a criação de gado bovino é limitada. Algumas famílias mais “ricas” possuem gado nas áreas menos afectadas pela mosca tse-etsé. Há uma criação em pequena escala de cabritos e suínos. A caça é também uma actividade sócio-económica importante nesta região.
A concentração da população na Região é moderada a alta. Os principais constrangimentos em relação aos sistemas de produção nesta zona são os seguintes apontam o seguinte: falta de sementes e outros insumos, erosão, os mercados de produtos e insumos ainda são incipientes, infestação por mosca tse-tse, risco de infestação do gado por doenças e fraca cobertura por serviços públicos de extensão.
A Região de baixa altitude de Sofala e Zambézia (R5)
Esta região abarca a faixa de terra na costa com variável profundidade que se estende desde o sul de Sofala até Pebane na província da Zambézia. Dependendo da topografia, os solos possuem uma textura arenosa alternando com regiões de textura pesada. Em geral a Região possui uma precipitação média anual moderada a alta (1000 -1400mm. O período de chuvas começa em Novembro e termina entre Março e Maio, dependendo do lugar. Nos solos pesados o cultivo de arroz é predominante. Nas áreas com boa drenagem dependendo da disponibilidade de terra as culturas de milho, mapira, mexoeira , mandioca e feijões podem encontrar-se consociadas.
A castanha de cajú e o algodão são culturas de rendimento importantes para as famílias. As principais características e analise dos principais constrangimentos dos sistemas de produção apontam o seguinte:
A produção de arroz na cintura per-urbana é feita essencialmente por mulheres, as machambas são isoladas ou integradas em pequenos sistemas de regadio. O arroz é produzido apenas para auto consumo. Há falta de uma adequada disponibilidade de insumos, incluindo sementes. Há falta de investimento para reabilitação das infra-estruturas. A produção comercial de animais é influenciada pelo risco de doenças do gado e infestação pela mosca tse-tse. Os factores que influenciam a produção são: a fraca cobertura da rede de estradas, a rede de mercados de produtos agrícolas é inadequada, a falta de mão-de-obra.
A Região semi-árida do vale do Zambeze e sul de Tete (R6)
Esta Região consiste duma vasta área seca desde o distrito de Mopeia até a fronteira com a Zâmbia. A maior parte da região não excede a 200 m de a altitude. A precipitação média anual varia entre 500 e 800 mm, concentrada entre os meses de Novembro e Março. A zona mais baixa desta Região possui duas zob-zonas: uma com evapotranspiração entre 1200-1400 mm e outra com um grande défice de água durante a maior parte do ano e um alto risco de perda de culturas. Nesta zona as culturas de mapira e mexoeira são predominantes. O regime de precipitações nesta zona só permite uma época de sementeiras.
O milho representa cerca de 10-20 % da superfície cultivada; a mandioca quase não existe. O algodão é produzido na média do Zambeze; em pequenas faixas das margens cultiva-se o arroz e batata-doce e hortícolas essencialmente para o consumo familiar. A criação de gado caprino, porcos e galinhas é uma actividade importante nesta Região. Os principais constrangimentos nesta Região referem-se a: falta de infra-estruturas sociais, falta de sistemas de distribuição de água potável, alta incidência de doenças de animais.
A Região de média altitude da Zambézia, Nampula, Tete, Niassa e Cabo Delgado (R7)
Esta é uma vasta zona incluindo terras com altitude entre 200 e 1000 metros de altitude no interior da Zambézia, Nampula, sul de Cabo Delgado e Niassa. A precipitação média anual e evapotranspiração potencial variam entre 100 e 1400 mm; algumas zonas desta Região possuem temperaturas mais altas (acima de 25ºC) e outras moderadamente quentes (entre 20 e 25 ºC). A textura dos solos é variável e consistente com a topografia.
As culturas de maior importância são o milho, a mandioca, o algodão, o amendoim, a mapira, o cajueiro, a bananeira e feijões. O milho e a mandioca são culturas principais, aparecendo geralmente consociadas com feijões. O arroz e batata-doce são produzidass nas zonas baixas. As culturas alimentares mais convenientes em termos de rentabilidade e contribuição alimentar são o arroz, mandioca e milho, contudo a difusão do arroz é bastante limitada pela disponibilidade de regadios. As culturas de rendimento mais comuns são o algodão, o milho e a mandioca, seguidas de amendoim. Na parte mais ocidental da Região a castanha de cajú é uma cultura muito importante como fonte de alimento e receitas familiares; a criação de cabritos e galinhas é outra actividade importante na Região.
Em quase toda a região há um grande potencial para produção de algodão, a qual tem sido praticada desde várias décadas. Com os actuais rendimentos agronómicos e preços do algodão parece que esta não é uma cultura economicamente viável. Nesta zona o tabaco afigura-se como uma cultura de rendimento promissora. Esta Região possui um alto potencial humano e agro- ecológico.
A Região Litoral de Zambézia, Nampula, e Cabo Delgado (R8)
É uma região que consiste de uma faixa costeira de largura variável desde Pebane na Zambézia até Quionga em Cabo Delgado. A precipitação média anual varia entre 800 e 1200 mm e a evapotranspiração varia entre 1400mm e 1600 mm; os solos em geral são arenosos, sendo pesados nas zonas mais baixas. O sistema de produção é caracterizado pela produção de mexoeira e mandioca; em geral a mandioca encontra consociada com amendoim e feijões. Nas zonas baixas o arroz é cultivado para auto-consumo familiar. A castanha de cajú e fonte importante de receitas familiares.
A criação de cabritos e galinhas é uma actividade importante na Região. Outras estratégias de sobrevivência utilizadas pelas famílias consistem no aproveitamento de recursos florestais (produção de carvão, corte de lenha, bambú e capim para cobertura de casas).
Constrangimentos: falta de serviços sociais básicos, baixo nível de emprego, baixa fertilidade dos solos, grande pressão da população sobre o meio ambiente, rico de doença de Newcastle nas galinhas e risco de infestação de mosca tse-tse.
A Região interior do norte de Cabo Delgado (R9)- Planalto de Mueda
Esta Região inclui o planalto de Mueda e Macomia e as áreas circundantes de mais de 200m de altitude. A precipitação média anual é de 1000-1200 mm e a correspondente evapotranspiração potencial varia entre 1200 e 1400 mm. As chuvas são concentradas entre Dezembro e Março e são geralmente regulares; os solos são variáveis, ocorrendo os solos pesados nas zonas mais baixas.
O milho é a cultura dominante e cultivada em consociação com amendoim feijões e mapira, por causa desta consociação os rendimentos de milho na segunda época são mais altos em comparação co m a primeira época. O arroz, bananas e cana doce são produzidos nas zonas baixas do planalto. A castanha de cajú é uma cultura de rendimento importante região. Os principais constrangimentos: alto risco de mosca tsé-tse, rico de Newcastle, baixa fertilidade dos solos, grande pressão da população sobre o meio, falta de sistemas de
distribuição de água e falta de serviços de específicos de investigação.
A Região de alta altitude da Zambézia, Niassa, Angónia e Manica (R10)
Esta região inclui áreas com altitude acima de 1000 m, notavelmente na região planáltica de Lichinga, Angónia, Marávia, alta Zambézia, Serra Choa, Manica e Espungabera. A precipitação média anual excede 1200mm e a temperatura média do ar durante o período varia entre 15 e 22.5 ºC; os solos são em geral ferrasolos com textura pesada.
Nesta Região o milho é cultura dominante, e possui um grande potencial de produção nesta Região; o milho e os feijões constituem culturas alimentares principais; as culturas principais de rendimento são os feijões e batata.
A terra é intensivamente usada. Após a colheita de batata uma segunda sementeira de feijões tem lugar. Durante a época fresca nos vales é plantado banana vegetais batata, milho e batata doce, basicamente para auto consumo. Há produção de pequena escala significante de gado bovino e uma produção extensiva de suínos no distrito de Angónia.
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