Eu sou uma choupana à beira-mar.
Dum pobre pescador que naufragou. Dentro há uma crianças tristes a chorar. É uma mulher que o mar enviou. |
Eu sou uma choupana, á beira-mar.
Que a vaga enfurecida destroçou. Por sobre tábuas soltas, a boiar. Levo uma mãe que o temporal matou. |
E já não sou choupana, não sou nada.
O luto sou dos órfãos, pela entrada. Mendigando uma esmola de quem passa. |
Eu sou a dor daquela que a má sorte Privou do lar um dia e a quem a morte Não quer recolher. Sou a desgraça….. |
Rui Noronha
Leia Também Sobre: