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Conceito
De acordo com Vasconcelos apud in Tédde 2012, deficiência intelectual, é uma das deficiências mais encontrada em crianças e adolescentes, atingindo 1% da população jovem caracterizada pela redução no desenvolvimento cognitivo, isto é, com um QI, normalmente abaixo do esperado para a idade cronológica da criança ou adulto. O mesmo autor diz ainda que, a deficiência intelectual não é considerada uma doença ou um transtorno psiquiátrico, e sim um ou mais factores que causam prejuízo das funções cognitivas que acompanham o desenvolvimento diferente do cérebro.
Fatores da deficiência intelectual
Segundo a AAIDD apud em Tédde 2012, a deficiência intelectual está relacionada à articulação entre a patologia diagnostica, os impedimentos decorrentes dessa patologia e os contextos ambientais dos quais a pessoa faz parte. Os factores pessoais e ambientais são focalizados.
Também podem ser genéticas, congénitas ou adquiridas. Dentre as quais as mais conhecidas são: Síndrome de Down, Síndrome alcoólica fetal, intoxicação por chumbo, Síndromes neurocutâneas, Síndrome de Rett, Síndrome do X-frágil, Malformações cerebrais e Desnutrição proteico-calórica.
Classificação da deficiência intelectual
De acordo com a Associação Americana para a Deficiência Mental e com Organização Mundial de Saúde (cit. por Bautista, 1997) o resultado do teste de Q.I. traduz-se em cinco graus de deficiência mental e distribuem-se em grupos:
- QI-68-85: Limite ou bordeline; crianças que se enquadrem neste nível, não se pode dizer, que apresentem deficiências mentais porque são crianças com muitas possibilidades, revelando apenas um ligeiro atraso nas aprendizagens ou algumas dificuldades concretas.
- QI – 52-67: Ligeiro; apresentam um atraso mínimo nas áreas perceptivo-motoras. Na escola detectam-se com mais facilidade as suas limitações intelectuais, podendo contudo, alcançar um nível escolar equivalente ao 1º Ciclo do Ensino Básico. Geralmente não apresentam problemas de adaptação ao ambiente familiar.
- QI – 36-51: Moderado ou médio; neste nível estão considerados os deficientes que podem adquirir hábitos de autonomia pessoal e social, tendo maiores dificuldades que os anteriores. Podem aprender a comunicar pela linguagem verbal, mas apresentam, por vezes, dificuldades na expressão oral e na compreensão dos convencionalismos sociais.
- QI – 20-35: Severo ou grave; os indivíduos com este nível necessitam geralmente de protecção ou de ajuda, pois o seu nível de autonomia pessoal e social é muito pobre. Por vezes têm problemas psicomotores significativos.
- QI – Inferior a 20: Profundo; estes indivíduos apresentam grandes problemas sensório-motoras e de comunicação com o meio. São dependentes de outros em quase todas as funções e actividades, pois os seus handicaps físicos e intelectuais são gravíssimos. Excepcionalmente terão autonomia para se deslocar e responder a treinos simples de auto-ajuda.
Quanto ao PEA podem ser:
Educável- Capaz de aprender matérias académicas (leitura, escrita e matemática);
Treinável- Capaz de aprender as tarefas necessárias na vida diária (comer sozinho, vestir-se, cuidar da sua higiene pessoal);
Grave e profunda- Não é capaz de valer-se por si mesmo, inclusive nas AVD`s e comunicação a nível funcional.
Sinais de alerta
Nos deficientes mentais, tais como nos outros indivíduos, o comportamento pessoal e social é muito variável e não se pode falar em sinais idênticos em todos os indivíduos com deficiência mental. Quiroga apud por Bautista 1997, são sinais de alerta para a deficiência mental os seguintes:
Ansiedade; Tendência para evitar situações de fracasso mais do que para procurar o êxito; Possível existência de perturbações da personalidade; Fraco controlo interna; Atraso evolutivo em situações de lazer; Atraso evolutivo em situações de actividade sexual.
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Bibliografia
CORREIA, Luis de Miranda. Inclusão e Necessidades Educativas Especiais: Uma guia para educadores e professores; 2ª Edição, Porto Editora, Lisboa, 2008;
NIELSEN, Lee Brattland. Necessidades Educativas Especiais na Sala de Aula: Um guia para professor; Porto Editora, Lisboa, 1999;MAFRA, Sónia Regina Corrêa. O Lúdico e o Desenvolvimento da Criança Deficiente Intelectual. São Paulo, 2008;TÉDDE, Samantha. Crianças com deficiência intelectual: a aprendizagem e a inclusão. São Paulo, 2012