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Conceito de Dislexia
Dislexia é uma perturbação da aprendizagem caracterizada pela dificuldade de leitura, apesar da inteligência da pessoa ser normal. A perturbação afecta as pessoas em diferentes graus. Os principais sintomas são dificuldades em pronunciar correctamente as palavras, em ler rapidamente, em escrever palavras à mão, em subvocalizar palavras, em pronunciar correctamente palavras ao ler em voz alta e em compreender aquilo que se está a ler.
Causas da dislexia
Não há acordo quanto à identificação de uma causa exclusiva para a dislexia. Alguns autores afirmam mesmo que se trata de uma perturbação de causas múltiplas.
Na área da genética, há quem defenda tratar-se de um problema hereditário, fundamentando a asserção em estudos que revelam que os disléxicos apresentam, pelo menos, um familiar próximo com dificuldades na aprendizagem da leitura e escrita.
Na área da neurobiologia também têm surgido algumas conclusões. Como se sabe, as diferentes partes do cérebro desempenham funções específicas.
Sinais de alerta
Vários autores têm sugerido características comuns às crianças com disgrafia. Contudo, é importante saber que a apresentação de apenas um/dois dos comportamentos que se seguem não é suficiente para confirmar esta problemática. A criança deverá revelar o conjunto (ou a quase totalidade) das seguintes condições:
Letra excessivamente grande (macrografai) ou pequena (micrografia);
Forma das letras irreconhecíveis (por vezes distorcem, inclinam ou simplificam tanto as letras que a escrita é praticamente indecifrável); – traçado exagerado e grosso (que vinca o papel) ou demasiado suave e imperceptível;
Grafismo trémulo ou com uma marcada irregularidade, originando variações no tamanhos dos grafemas; – escrita demasiado rápida ou lenta;
Espaçamento irregular das letras ou das palavras, que podem aparecer desligadas, sobrepostas ou ilegíveis ou, pelo contrário, demasiado juntas;
Erros e borrões que quase não deixam possibilidade para a leitura da escrita (embora as crianças sejam capazes de ler o que escrevem) e desorganização geral na folha/texto.
Tratamento da Dislexia
A intervenção na dislexia tem sido feita principalmente por meio de dois métodos de alfabetização, o multissensorial e o fónico. Enquanto o método multissensorial é mais indicado para crianças mais velhas, que já possuem histórico de fracasso escolar, o método fónico é indicado para crianças mais jovens e preferencialmente ser introduzido logo no início da alfabetização.
Apesar de não existir cura para a dislexia, a Ciência já sabe indicar o que deve ser feito para conduzir a criança com esse tipo de problema às actividades normais. Especialistas garantem que o cérebro tem enorme capacidade de se reorganizar e dar “cobertura” a essa deficiência. Para os pais, o importante é estar ciente de que ela pode ser inteligente de outras maneiras, mesmo sem ler e escrever bem.
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Referencias
AFONSO, M. L. P. Disortografia: compreender para intervir. Dissertação de Mestrado em Ciências da Educação – Especialização em Educação Especial, apresentada à Escola Superior de Educação de Paula Frassinetti, Porto, 2010.CORREIA, L. M. Alunos com Necessidades Educativas Especiais nas Classes Regulares. Colecção Educação Especial. Porto: Porto Editora, 1999.
CORREIA, L. M. Problematização das dificuldades de aprendizagem nas necessidades educativas especiais. Análise Psicológica, 2004.
CORREIA, L. M. Dificuldades de Aprendizagem Específicas – Contributos para uma definição portuguesa. Colecção Impacto Educacional. Porto: Porto Editora, 2008.
CRUZ, V. Dificuldades de Aprendizagem: Fundamentos. Colecção Educação Especial. Porto: Porto Editora, 1999.