Durante grande parte de sua história, a Líbia foi povoada por árabes e nómades berberes, e somente na costa e nos oásis estabeleceram-se colónias. Fenícios e gregos chegaram ao país no século VII a.C. e estabeleceram colónias e cidades. Os fenícios fixaram-se na Tripolitânia e os gregos na Cirenaica. Os cartagineses, herdeiros das colónias fenícias, fundaram na Tripolitânia uma província, e no século I a.C. o Império Romano se impôs em toda a região, deixando monumentos admiráveis.
A Líbia permaneceu sob domínio romano – organizada nas províncias de Tripolitânia e Cirenaica – até ser conquistada pelos vândalos em 455 d.C. e só foi reconquistada pelo Império Bizantino, continuador do romano, em 533-534.
Conteúdos
Dominação Islâmica e Otomano
Durante pouco mais de três séculos, o Califado Almóada manteve o domínio sobre a região Tripolitânia, enquanto a Cirenaica esteve sob o controle egípcio. Em 1551, Solimão I, o Magnífico, incorporou a região ao Império Otomano, estabelecendo o poder central em Trípoli. A autoridade turca, entretanto, mal passava da região para além da costa.
Dois séculos mais tarde, o reinado da dinastia Karamanli, que dominou Trípoli durante 120 anos, contribuiu para assentar mais solidamente as regiões de Fezã, Cirenaica e Tripolitânia, e conquistou maior autonomia, sendo apenas nominalmente pertencente ao Império Otomano, a região servia de base para corsários, o que motivou intervenção norte-americana, a primeira Guerra Berbere ocorreu entre 1801 e 1805.
Em 1835, o Império Otomano restabeleceu o controlo sobre a Líbia, embora a confraria muçulmana dos sanusis tenha conseguido, em meados do século, dominar os territórios da Cirenaica e de Fezã (interior do país).
Dominação Italiana
Em 1911, sob o pretexto de defender seus colonos estabelecidos na Tripolitânia, a Itália declarou guerra ao Império Otomano e invadiu o país, fato que iniciou a Guerra Ítalo-Turca. A seita puritana islâmica dos sanusis liderou a resistência, dificultando a penetração do Exército italiano no interior.
A Turquia renunciou a seus direitos sobre a Líbia em favor da Itália no Tratado de Lausana ou Tratado de Ouchy (1912). Em 1914 todo o país estava ocupado pelos italianos que, no entanto, como os turcos antes deles, nunca conseguiram afirmar sua autoridade plena sobre as tribos sanusi do interior do deserto.
Durante a Primeira Guerra Mundial, os líbios recuperaram o controlo de quase todo o território, à excepção de alguns portos. Terminada a guerra, os italianos empreenderam a reconquista do país. Em 1939 a Líbia foi incorporada ao reino da Itália. A colonização não alterou a estrutura económica do país, mas contribuiu para melhorar a infra-estrutura, como a rede de estradas e o fornecimento de água às cidades.
Durante a Segunda Guerra Mundial, o território líbio foi cenário de combates decisivos. Entre 1940 e 1943 houve a campanha da Líbia entre o Afrikakorps do general alemão Rommel e as tropas inglesas. Findas as hostilidades, o Reino Unido encarregou-se do governo da Cirenaica e da Tripolitânia, e a França passou a administrar Fezã. Essas nações mantiveram o país sob forte governo militar.
Independência
Em 1 de Janeiro de 1952 a Assembleia Geral das Nações Unidas aprovou a independência da Líbia, data a partir da qual foi adoptado o nome Reino Unido da Líbia. O líder religioso dos sanusis, o emir Saíde Idris Senussi, foi coroado rei com o nome de Idris I (r. 1951–1969). Depois de sua admissão na Liga Árabe, em 1953, a Líbia firmou acordos para a implantação de bases estrangeiras em seu território. Em 1954, houve a concessão de bases militares e aéreas aos norte-americanos.
A influência económica dos Estado Unidos e do Reino Unido, autorizados a manter tropas no país, tornou-se cada vez mais poderosa. A descoberta de jazidas de petróleo em 1959 constituiu no entanto factor decisivo para que o governo líbio exigisse a retirada das forças estrangeiras, o que provocou graves conflitos políticos com aquelas duas potências e com o Egipto. Em 1961 tem início a exploração do petróleo.
Muamar Gadafi
O regime de Muamar Gadafi, chefe de Estado a partir de 1970, expulsou os efetivos militares estrangeiros e decretou a nacionalização das empresas, dos bancos e dos recursos petrolíferos do país. Em 1972, a Líbia e o Egipto uniram-se numa Confederação de Repúblicas Árabes, que se dissolveu em 1979. Em 1984, a Líbia e o Marrocos tentaram uma união formal, extinta em 1986.
Em 1993 a Líbia rompeu relações com o Irão, reagindo contra o crescimento do fundamentalismo islâmico. Em 1994, os líbios retiram-se do Chade. As relações de Gadafi com os palestinianos se deterioraram, à medida que estes se mostraram dispostos a negociar uma paz com Israel, e em Setembro de 1995 o dirigente líbio anunciou a expulsão de 30 mil palestinianos que trabalhavam na Líbia.
A medida foi suspensa depois da deportação de 1500 pessoas, e em Outubro de 1996 Gadafi anunciou que estas seriam indemnizadas. O regime líbio enfrentou uma crescente resistência de parte de grupos religiosos islâmicos, e em 1997 seis oficiais do exército foram fuzilados, acusados de espionagem. Tentando melhorar sua imagem internacional, Gadafi admitiu a possibilidade de conceder a extradição dos dois agentes acusados do atentado de Lockerbie, desde que não sejam julgados nos Estados Unidos ou no Reino Unido.
Revolução
Em Fevereiro de 2011, manifestações Primavera Árabe contra o governo de Muamar Gadafi, provocaram a morte de dezenas de civis. Os protestos tomaram conta de boa parte do país, incluindo a capital Trípoli. Em 27 de Fevereiro, as diferentes facções da oposição líbia formaram o Conselho Nacional de Transição para administrar as áreas do país controladas por opositores e também para iniciar uma luta formal para derrubar o então regime líbio.
Em Março, a França se tornou o primeiro país a reconhecer a legitimidade da organização. Outros países logo também o fizeram. Com a derrocada de Muamar Gadafi do poder, após 40 anos de governo, e com o fim da guerra civil, o país passou a ser oficialmente uma república parla.
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