Uma perturbação da linguagem é definida por dificuldade ou desvio no desenvolvimento da compreensão ou da produção de um sistema simbólico (falado, escrito ou outro). A perturbação poderá evolver a forma da linguagem (fonologia, morfologia e sintaxe).
Diz respeito a uma aquisição da compreensão ou expressão da linguagem falada ou escrita diferente do tipicamente observado, com ausência de outras alterações ou condições que a justifiquem Considera-se que algumas crianças com esta perturbação podem também ter dificuldades subtis ao nível da cognição, da percepção auditiva, memória e sequenciação Pode afectar todos, um ou alguns dos componentes fonológicos, morfológico, semântico, sintáctico ou pragmático do sistema linguístico.
Conteúdos
Origem ou génese da perturbação de linguagem
A etiologia desta perturbação não é clara e explícita. Deste modo, a maioria dos investigadores concorda com uma etiologia multifactorial, com componentes genética e ambiental, No geral, esta perturbação tem manifestações muito heterogéneas, afectando os níveis de linguagem de forma muito diversificada, pelo que, cada criança irá apresentar competências e dificuldades particulares, bem como respostas muito diferentes à intervenção.
Características
Recorrência de processos fonológicos, vocabulário abaixo do esperado para a idade e pouca iniciativa comunicativa. Esta perturbação dificulta a comunicação, pois, tipicamente, estas crianças apresentam muitas dificuldades na aquisição de novos conceitos, na expressão de desejos, sentimentos e opiniões que vão influenciar todos os processos comunicativos em que participa. Consequentemente, a forma como estas crianças se relacionam com o meio (familiar, social, escolar)
Sinais de alerta
Os pais são quem melhor pode detectar problemas na fala ou linguagem; mas para isso têm de estar atentos aos sinais de alarme, que são os seguintes:
1º Ano de vida: falta de reacção ao som e à voz humana; aos 8 meses não palra ou vocaliza monotonamente.
2 Anos: não identifica partes do corpo, pessoas familiares e objectos; não cumpre ordens verbais; não junta duas palavras.
3 Anos: omite ou troca sílabas; não faz frases simples; não faz perguntas; não usa o “eu”; não cumpre ordens verbais na íntegra; não tem interesse pelo outro e não interage.
5 Anos: Defeitos na articulação das palavras; faz frases com estrutura gramatical alterada; não descreve histórias ou actividades do dia-a-dia; foge ao tópico da conversa; dificuldades de evocação/nomeação, em qualquer idade, regressão das competências da linguagem previamente adquiridas.
Classificação ou sob tipos de perturbação de linguagem
Brandi, classificam as Perturbações Específicas da Linguagem em 4 subtipos: PEL-sintático, PEL-fonológico, PEL-lexical e PEL-pragmático. Esta classificação exige uma avaliação muito minuciosa da linguagem com testes específicos para cada domínio linguístico, permitindo caracterizar a perturbação, com a referência ao critério o que permite encontrar um perfil de linguagem que vai ajudar no planeamento da intervenção.
Ausência da linguagem verbal
Santo, diz que a criança não apresenta ter linguagem receptiva ou linguagem expressiva espontâneo aos três anos:
- A perda audição congénita ou adquirida precocemente
- Perturbação do desenvolvimento, deficiência mental
- Problemas emocionais
A linguagem verbal, é composta por dois tipos de linguagem, a linguagem oral e a linguagem Escrita. A linguagem verbal auxilia na representação de conceitos e na comunicação humana. Conta com três componentes fundamentais, a forma que visa combinar os vários sons com a Sintaxe; o conteúdo que visa garantir a validade do que é discursado; e por último a pragmática, que preocupa-se com que a linguagem seja adequada às circunstâncias sociais e se enquadre num contexto geral.
estamos a dizer.
Linguagem qualitativa diferente
A criança apresenta uma linguagem diferente dos seus parentes sem necessidades especiais, em qualquer estádio de desenvolvimento por vezes, o significado da comunicação não existe ou este fechado:
- Problemas emocionais graves
- Dificuldade de aprendizagem
- Deficiência mental, pertubacoes de desenvolvimento
- Perda auditiva
Atraso do desenvolvimento da linguagem
O termo atraso no desenvolvimento da linguagem é um termo genérico para englobar os atrasos na aquisição e/ou de desenvolvimento da linguagem, sem que existam sintomas de défice intelectual, sensorial ou moto. o atraso da linguagem ou da fala constitui um dos principais motivos de envio a consultas de desenvolvimento e terapia da fala. A preocupação dos pais acerca da aquisição da linguagem pelos seus filhos, deve ser sempretomada em consideração de forma séria e motivar uma avaliação adequada do seu nível funcional.
Interrupção do desenvolvimento da linguagem
O desenvolvimento da linguagem decorre normalmente mais poderá ser interrompido por motivos de doença, acidente ou qualquer trauma, poderá ser adquirida uma perturbação da linguagem:
A perda auditiva adiquirida
Lesões cerebrais
Traumatismo craniano ou infecções
Alteração de voz
A voz é uma das extensões e expressões mais fortes da nossa personalidade, revela aquilo que somos, elementos de natureza biológica, sócio-educacional e psicológica, sendo o meio essencial de comunicação interpessoal. A voz é alterada no decorrer do dia, dependendo do contexto da mensagem, do estado emocional e de acordo com o contexto da comunicação, sobretudo no que diz respeito aos nossos interlocutores
Dizemos que a pessoa está com disfonia quando ocorre uma alteração na voz, e a afonia é a perda total da voz.
Afonia é perda total ou parcial da voz por causa da dificuldade em usar as cordas vocais. Situação que compromete a capacidade de produzir fonte oral e multivariada vem em graus diferentes para alcançar a total impossibilidade de produzir sons utilizando os órgãos da fala. Situação que compromete a capacidade de produzir fonte oral e multivariada vem em graus diferentes para alcançar a total impossibilidade de produzir sons utilizando os órgãos da fala.
Áreas de fácil perturbação de linguagem
Poderá intervir em áreas diversas como perturbações da linguagem e/ou fala, alterações da comunicação pré-verbal, da sensibilidade e motricidade oro facial, perturbações da deglutição…
Perturbações da linguagem
Perturbações da Leitura e Escrita (Dislexia, Disortografia):
- Perturbações da Linguagem (Atraso de Desenvolvimento da Linguagem, Perturbações Especificas da Linguagem, Afasia);
- Perturbações da Interacção e Comunicação;
- Perturbações da Fala (disartria, perturbações articulatórias, disfonias, laringectomias e gaguez);
- Alterações da Motricidade e Sensibilidade oro-facial (doenças degenerativas, tratamentos pós-traumáticos e pós-cirúrgicos) e
- Perturbações da Alimentação (alteração da deglutição, disfagias).
O terapeuta da fala (TF) contribuirá para identificar, avaliar e intervir nas alterações da comunicação, linguagem e fala muito específicas desta perturbação; reeducar as alterações da fala, aplicando métodos e técnicas específicas; definir e implementar estratégias de intervenção na comunicação, e, definir qual o meio aumentativo e alternativo da comunicação
Forma de linguagem
A aprendizagem das formas da linguagem ou categorias formais da linguagem inclui aprendizagem da fonologia, da morfologia e da sintaxe. Da fonologia, trata-se de aprender os aspectos segmentais, tais como os fonemas e as sílabas, e os suprassegmentais, como a entonação, o acento, a pausa.
A aprendizagem da morfologia inclui o “léxico”, seja de substantivos ou relacional, seja de palavras de conteúdo, como os verbos, advérbios e nomes, ou seja, de palavras funcionais, como as preposições, conjunções, verbos auxiliares, artigos, pronomes pessoais, reflexivos, indefinidos, demonstrativos, interrogativos ou relativos, e a “inflexão” exemplificada nos sufixos dos verbos, dos nomes e dos adjetivos.
Esses três aspectos formais da linguagem, a fonologia, a morfologia e a sintaxe, deverão integrar-se e conjugar-se para produção de formas particulares, ou seja, “o que a criança diz”. A criança tem que aprender a “ouvir” as regularidades, reconhecê-las e reproduzi-las, tem que “extrair” os aspectos semânticos e consistentes das formas da linguagem, apesar de que possa haver infinitas formas de emitir.
Morfologia diz respeito ao estudo das estruturas interna das palavras e modo como essa estrutura reflecte as relações entre as palavras, associadas de um modo particular ou seja, análise das formas e as palavras de uma determina de língua pode assumir.
A fonologia e o estudo da organização dos sistemas de sons das línguas e tem como unidades mínimas os fonemas.
Sintaxe ocupa se das propriedades das combinações de palavras e da estruturas frásica.
Como intervir no processo de ensino e aprendizagem (PEA)
A intervenção no desenvolvimento de competências sociais e de comunicação no processo de ensino e aprendizagem surge como uma das áreas de maior relevância para suprir as dificuldades do indivíduo com Perturbação do Espectro do Autismo. A dificuldade em interpretar estímulos sociais, em dar início a interações sociais, em responder às mesmas reciprocamente e em compreender o comportamento não verbal, pode ser experiências desconcertantes para estes indivíduos, e procuram proporcionar a actualização de conhecimentos por parte de todos os intervenientes no quotidiano destas crianças e jovens, privilegiando uma aproximação à componente prática da intervenção nas PEA.
Leia Também Sobre:
- Dificuldades de Aprendizagem Específica
- Deficiência intelectual: o que é? Fatores, Sinais de alerta e Classificação
- Deficiência visual: o que é? Fatores, Sinais de alerta e Classificação
- Deficiência auditiva: o que é? Fatores, Sinais de alerta e Classificação
- Disgrafia: O que é? Causa, Tipos, Sinais de alerta e Tratamento
- Dislexia: O que é? Causa, Sinais e Tratamento da Dislexia
- Disortografia: O que é? Causas e Sinais de alerta
- Discalculia: O que é? Tipos, Causas e Sinais de alerta
Bibliografia
Baratella, André. Música e Musicoterapia – Uma Linguagem da Alma. Bragança Paulista: Empório do Livro.2008.BEHLAU, Pontes. Avaliação e tratamento das disfonias. São Paulo: Lovise, 1995.BRANDI, Moisés Paulo. Educação da voz falada 1. Rio de Janeiro: Livraria Atheneu, 1984.
LUCION, C. S. IV Simpósio Internacional VII Fórum Nacional de Educação. 2010.SANTOS, Anabela cruz. Problemas de comunicação em alunos com necessidades especial: o contributo para sua compreensão. Lisboa: editorial caminho, 1997.
TELES, Paula. Diversidades-Paradigmas da Diferença. Pensar II. 2006.