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Filosofia política
O pensamento político de Platão (428-347 a. C.) esta contido sobretudo nas obras A República e O Politico e as leis. Era ateniense, provinha de uma família aristocrática e tinha um grande fascínio pela política. Platão imagina uma cidade (que não existe), mas que deve ser o modelo de todas as cidades terrenas: é a cidade ideal.
Segundo Platão O bom governo depende da virtude dos bons governantes. Em Platão, há a considerar quatro abordagens: a origem do Estado, comunismo/idealismo, a questão das classes sociais e as formas de governo.
Origem do Estado em Platão
A origem do Estado deve-se ao facto de o Homem não ser auto-suficiente. De facto, ninguém pode ser, ao mesmo tempo, professor, advogado, mecânico, técnico de frio, etc., Para satisfazer todas as suas necessidades, o Homem deve associar-se a outros homens e dividir com eles as virias ocupações.
Comunismo/idealismo
Em A República, Platão imagina que todas as crianças devem ser criadas pelo Estado e que até aos vinte anos todos devem receber a mesma educação. Nessa altura, ocorre o primeiro corte e definem-se as pessoas que, por possuírem “alma de bronze”, têm uma sensibilidade grosseira e por isso devem dedicar-se à agricultura, ao artesanato e ao comércio. Os outros prosseguem os estudos durante mais dez anos, momento em que acontecera um segundo corte. Os que tem “alma de prata” dedicar-se-ão à defesa da cidade. Conhecerão, então, a filosofia, que eleva a alma até ao conhecimento mais puro e que é a fonte da verdade. Aos cinquenta anos, aqueles que passaram com sucesso por essa serie de provas estarão aptos a ser admitidos no corpo supremo dos magistrados. Como são os mais sábios, também serão os mais justos, uma vez que justo é aquele que conhece a justiça, a justiça constitui a principal virtude, a condição das outras virtudes.
Classes sociais
A partir do comunismo de Platão podemos antever a sua organização social. Ele parte do princípio de que os homens são diferentes e que, portanto, deverão ocupar lugares e funções diferentes na sociedade. Dependendo do metal da alma de cada um, a sociedade organiza-se em três classes: trabalhadores (camponeses, artesãos e comerciantes), soldados e magistrados governantes). Os trabalhadores deverão garantir a subsistência da cidade; os soldados, a sua defesa e os magistrados, dirigir a cidade, mantendo-a coesa.
Formas de governo
A melhor forma de governo, segundo Platão, é a monarquia, sob o comando de um filósofo-rei, que governaria a pólis de acordo com a justiça e preservaria a sua unidade, a sua segunda opção seria a aristocracia composta por filósofos e guerreiros. A fase mais corrompida da aristocracia é a oligarquia, em que a ganância pelo poder e pela honra é superada pela avidez de riqueza. Quando a máquina política cai nas mãos dos abastados, e o povo torna-se desesperadamente pobre e este expulsa os ricos do poder e implanta a democracia.
Aos olhos de Platão, a democracia é o pior dos governos, pois, estando o poder nas mãos dos povos, e sendo este incapaz de conhecer a ciência política, facilita, através da demagogia o aparecimento da tirania.
Filosofia Política em Aristóteles

Nascido em Estagira, na Trácia, em 384 a. C, Aristóteles foi discípulo de Platão e cedo se tornou crítico do seu mestre. Na base da divergência estão as influências que cada um deles sofreu, Platão apreciava mais as ciências abstractas e a Matemática, enquanto Aristóteles, por ser filho de um médico, foi fortemente influenciado pelo estudo da Biologia. Assim se justifica o seu gosto pela observarão, o que levou a analisar 158 constituições existentes na época. Este estudo fez com que a sua política fosse mais descritiva, a1ém de normativa.
Aristóteles critica o autoritarismo de Platão e não concorda com o idealismo platonico, pois a cidade é constituída por indivíduos naturalmente diferentes, sendo impossível uma unidade absoluta. De igual modo, critica a sofocracia, que atribui um poder ilimitado apenas a uma parte do corpo social – os mais sábios (fi1osofos).
A origem do Estado
O Estado, segundo Aristóteles, é produto da Natureza: é evidente que o Estado é uma criação da Natureza e que o Homem é, por natureza, um animal político. O facto de o Homem ser capaz de discursar prova a sua natureza política. Historicamente, explica Aristóteles, o Estado desenvolveu-se a partir da família: ao unirem-se, as famílias deram origem a aldeias. Estas desenvolveram-se e formaram as cidades (Estado). O objectivo do Estado é proporcionar felicidade aos cidadãos. O escopo da vida humana é a felicidade e o escopo do Estado é facilitar a consecução da felicidade. Dito de outra forma, o escopo do Estado é facilitar a consecução do bem comum.
Formas de governo
Partindo do principio de que o fim do Estado é o bem comum, Aristóteles pensava que cada
Estado deveria aprovar uma constituição que respondesse às suas necessidades. Ele concebeu três formas de organização política (constituições) do Estado, as quais se podem também apresentar na forma de governo corrupto:
Monarquia (governo de um homem) – é teoricamente a melhor forma de governo Porque preserva a unidade do Estado, contudo, facilmente se pode transformar em tirania – governo de um só homem, que se move por interesse próprio.
Aristocracia (governo de poucos homens governo de um grupo de cidadãos virtuosos, os melhores, que cuidam do bem de todos. A sua forma corrupta é a oligarquia que é o governo dos ricos, os quais procuram o bem económico pessoal.
República (governo de muitos homens) trata-se de um tipo de governo constituído pelo povo, que cuida do bem de toda a pólis. Quando o povo toma o poder e suprime todas as diferenças sociais em nome da igualdade, este tipo de governo chama-se democracia e é a forma corrupta da república.
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