Etimologicamente a palavra definir, provem do Latim, definir que significa, delimitar ou colocar limites. Assim definir um conceito é indicar os seus limites de modo a não se confundir com outros conceitos.
O conceito de definição ocupa um lugar de destaque nas ciências e é um elemento fundamental da Lógica e da Filosofia. Cada uma destas áreas encara a definição e o acto de definir através de ângulos e abordagens diferentes, o que dá origem a um grande número de interpretações sobre o que é definir e em que consiste a definição. Apesar das divergências existentes no que concerne a definição da definição, existem alguns conceitos bem aceites na lógica a saber:
Jhon Locke , acredita que a definição é a forma de explicar a alguém, através de palavras, a ideia contida no termo definido. Introduz a ideia de que há nomes que não se podem definir, discutindo essencialmente a relação entre as ideias e as palavras e o seu efeito na mente humana.
Leibniz, por sua vez, afirma que a definição tem como objecto expressar o significado da palavra pois, para este autor, toda a palavra está ligada a um determinado significado e esta ligação caracteriza-se pela clareza e pela brevidade.
Para Kant cita por Sager (2000) a definição deve apresentar o conceito original completo de uma coisa dentro dos limites do seu conceito. A definição adquire importância através da sua relação com o conceito, visto que este só existe através da definição, não tem qualquer outro significado a não ser aquele que lhe foi atribuído pela definição.
Para Platão a combinação de nomes é a essência de uma definição, mas para Aristóteles a definição é a essência de uma coisa.
Para os filósofos supracitados, a definição explica uma classe indicando o seu género e as suas diferenças específicas, com estas últimas a distinguir os membros de uma classe mais específica dos membros de um género menos específico. Quando o género e a diferença reflectem propriedades essenciais da classe, o resultado é uma definição dos elementos daquela classe.
Definir é indicar de entre as suas propriedades, as que bastem para dizer o que a coisa é, e distingui-la do que não é.
Exemplo: O Homem é um animal racional
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Definido género comum diferença especial
Tipos de género de definição:
Real: 〔Existencial e metafisico〕 e 〔Descrito, final e operacional〕
Nomina: 〔Etimológico〕e〔Simbólico e estipulativo〕
Regras de definição
Aristóteles enumera algumas regras para a elaboração da definição, a qual deve: conter a essência do que é definido, ser elaborada indicando o género e a diferença específica e constituir uma frase equivalente à palavra definida.
Para que uma definição seja considerada logicamente correcta, isto é, que delimite sem nenhuma ambiguidade o conjunto das características designados pelo termo definido, deve obedecer as seguintes regras:
A definição deve aplicar-se a todo o definido e só ao definido. Uma definição é valida quando aquilo que se atribui ao sujeito pertence a ele e só a ele. Deve existir uma responsabilidade entre o definido e a definição.
Exemplo: o gato é um animal que mia. Veja que o termo miar aplica-se só e só ao gato.
O animal que mia é o gato (a definição permite uma responsabilidade entre a definição e o definido).
O termo definido não deve ocorrer na definição, esta não deve ser feita pela negativa e por fim não deve ser expressa em linguagem obscura e figurativa.
Exemplo1: O Homem é um ser Humano;
Exemplo2: Saboroso é aquilo que comete sabor.
As definições dos 2 (dois) exemplos acima, são circulares.
A definição não deve ser negativa, sendo neste caso afirmativo. Esta regra exceptua as definições de conceitos que são na essência negativas.
Exemplo1: Órfão é um ser humano que não têm pais;
Exemplo2: Sego é aquele que vê.
Uma definição não deve ser expresso em termos figurativo ou metafórica, pós não dá com precisão e clareza o significado do termo definido.
Exemplo1: A beleza é o espelho da interinidade;
Exemplo2: O amor é o fogo que arde sem se ver.
Os indefiníveis
Nem todos os conceitos são definíveis, os conceitos considerados indefiníveis são agrupados em 3 (três) espécies nomeadamente:
Géneros supremos, são indefiníveis por excesso de extensão, daí que, não precisam dos seus géneros mais próximo.
Exemplo: ser.
Individuais, estes por sua vez são indefiníveis por excesso de compreensão. Torna-se difícil descobrir num individuo característica (diferença especifica) que seja suficientemente para distingui-lo dos outros indivíduos.
Os indivíduos só podem ser nomeados (Aristóteles, Heródoto, Mataka, Matimbajane) ou descritos (claro, baixinho, forte, de olhos castanhos, de cabelo preto).
Dados imediatos da experiencia, se definir um conceito é classificar por meio de outros conceitos ou termos, então, dada a sua clareza imediata e intuitivo, não é possível obter os dados imediatos da expressão que mais clara ainda.
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