Arthur Schopenhauer, foi um filósofo alemão do século XIX, que introduziu o budismo e o pensamento indiano na metafísica alemã. Schopenhauer também combateu fortemente a filosofia hegeliana e influenciou fortemente o pensamento de Nietzsche, Bergson, Freud. Schopenhauer acreditava no amor como meta na vida, mas não acreditava que ele tinha a ver com a felicidade.

Sua obra principal é O mundo como vontade e representação (1819), embora o seu ultimo livro Parerga e Paralipomena (1851) seja o mais conhecido e alcançou inesperado sucesso.
Em 1833, depois de muitas hesitações, o filósofo resolveu fixar-se em Frankfurt, onde permanecera até sua morte em 1860 vítima de pneumonia. Durante os vinte e sete anos que passou na cidade, levou uma vida solitária, acompanhado por seu cão (Nietzsche o chamaria “o cavaleiro solitário”). Sua predileção por animais era filosoficamente justificada; segundo Schopenhauer, entre os cães, contrariamente ao que ocorre entre os homens, a vontade não é dissimulada pela máscara do pensamento.
O pensamento de Schopenhauer parte de uma interpretação de alguns pressupostos da filosofia kantiana, em especial de sua concepção de fenômeno. Esta noção leva Schopenhauer a postular que o mundo não é mais que representação. Contudo, Schopenhauer rompe com Kant, uma vez que este afirma a impossibilidade da consciência alcançar a coisa-em-si, isto é, a realidade não fenomênica. Segundo Schopenhauer, ao tomar consciência de si em nível radical, o homem se experiência como um ser movido por aspirações e paixões. Estas constituem a unidade da vontade, compreendida como o princípio norteador da vida humana.
Voltando o olhar para a natureza, o filósofo percebe, analogicamente, esta mesma vontade presente em todos os seres, figurando como fundamento de todo e qualquer , como o substrato último de toda realidade minimamente experienciável. O impulso do desejo, não se dá de forma consciente: ele, ao contrário, se desdobra desde o inorgânico até o homem, que deseja sua preservação. A consciência humana seria uma mera superfície, tendendo a encobrir, ao conferir causalidade a seus atos e ao próprio mundo, a irracionalidade inerente à vontade. Sendo deste modo compreendida, ela constitui, igualmente, a causa de todo sofrimento, uma vez que lança os entes em uma cadeia perpétua de aspirações sem fim, o que provoca a dor de permanecer algo que jamais consegue completar-se. Daí a nota pessimista consequente no pensamento de Schopenhauer: o prazer consiste apenas na supressão momentânea da dor; esta é a única e verdadeira realidade.
Contudo, há alguns caminhos (estéticos) que possibilitam ao homem escapar da vontade, e assim, da dor que ela acarreta:
– Arte. Schopenhauer traça uma hierarquia presente nas manifestações artísticas partindo da arquitetura como seu grau inferior, ao mostrar a resistência e as forças intrínsecas presentes na matéria, o último patamar desta contemplação reside na experiência musical; a música, por ser independente de toda imagem externa, é capaz de, se não nos apresentar, pelo menos nos aproximar da pura Vontade em seus movimentos próprios. Mas a arte representa apenas um paliativo para o sofrimento humano.
– Moral. A conduta humana deve voltar-se para a superação do egoísmo; este, muito basicamente, provém da ilusão de individuação, pela qual um indivíduo deseja, constantemente, suplantar os outros. A compreensão da vontade faz aparecer todos os entes desde seu caráter único, o que leva, necessariamente, a um sentimento de compaixão e a uma prática de justiça e caridade.
– Misticismo hindu e Budismo. A suprema felicidade somente pode ser conseguida pela anulação da vontade (ascese). Tal anulação é encontrada por Schopenhauer; a experiência do nirvana constitui a aniquilação desta vontade última, o desejo de viver. Somente neste estado, o homem alcança a única felicidade real e estável, não tão instável como aquela radicada na satisfação dos desejos e das necessidades.
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