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Conceito
Feminismo é um conjunto de movimentos políticos, sociais, ideologias e filosofias que têm como objectivo comum: direitos iguais e uma vivência humana por meio do empoeiramento feminino e da libertação de padrões patriarcais, baseados em normas de género. Envolve diversos movimentos, teorias e filosofias que advogam pela igualdade entre homens e mulheres, além de promover os direitos das mulheres e seus interesses.
História
A história do feminismo pode ser dividida em três “ondas”. A primeira teria ocorrido no século XIX e início do século XX, a segunda nas décadas de 1960 e 1970 e a terceira na década de 1990 até a actualidade. A teoria feminista surgiu destes movimentos femininos e se manifesta em diversas disciplinas como a geografia feminista, a história feminista e a crítica literária feminista.
A expressão “feminismo” e “feminista” apareceu pela primeira vez na França e nos Países Baixos em 1872, no Reino Unido na década de 1890 e nos Estados Unidos em 1910.
Dependendo do momento histórico, da cultura e do país, as feministas tiveram diferentes causas e objectivos. A maioria dos historiadores feministas ocidentais afirmam que todos os movimentos que trabalham para obter os direitos das mulheres devem ser considerados feministas, mesmo quando eles não apliquem o termo a si mesmos.
Primeira onda
A primeira onda do feminismo se refere a um período extenso de actividade feminista ocorrido durante o século XIX e início do século XX no Reino Unido e nos Estados Unidos, que tinha o foco originalmente na promoção da igualdade nos direitos contratuais e de propriedade para homens e mulheres, e na oposição de casamentos arranjados e da propriedade de mulheres casadas (e seus filhos) por seus maridos.
A primeira onda de feministas, ao contrário da segunda, preocupou-se muito pouco com a questão do aborto; no geral, eram contrárias ao conceito. A filósofa francesa Simone de Beauvoir forneceu uma solução marxista e uma visão existencialista sobre muitas das questões do feminismo com a publicação de “O Segundo Sexo” em 1949. O livro expressa o sentimento de injustiça das feministas. Saiba mais sobre o feminismo de Simone de Beauvoir aqui.
Segunda onda
A segunda onda do feminismo é um movimento feminista que começou no início de 1960 e continua até o presente; como tal, coexiste com o feminismo de terceira onda. A segunda onda feminista é bastante preocupada com as questões de igualdade que vão além do sufrágio, como acabar com a discriminação.
As feministas da segunda onda vêem as desigualdades culturais e políticas das mulheres como intrinsecamente ligadas e incentivam as mulheres a entender os aspectos de suas vidas pessoais como profundamente politizados e como o reflexo de estruturas de poder sexistas.
Terceira onda
A terceira onda teve sua origem no meio da década de 1980; líderes feministas com raízes na segunda onda, como Gloria Anzaldua, Cherrie Moraga, Audre Lorde, Maxine Hong Kingston e diversas outras feministas negras, procuraram negociar um espaço dentro da esfera feminista para a consideração de subjectividades relacionadas à raça.
Começou no início da década de 1990, como uma resposta às supostas falhas da segunda onda e também como uma retaliação a iniciativas e movimentos criados por esta. O feminismo da terceira onda visa desafiar ou evitar aquilo que vê como as definições essencialistas da feminilidade feitas pela segunda onda que colocaria ênfase demais nas experiências das mulheres brancas de classe média alta.
Direitos civis e contra racismo
Muitas feministas ocidentais adaptaram a linguagem e as teorias de activismo pela igualdade entre negros e brancos e traçou paralelos entre os direitos das mulheres e os direitos das pessoas não-brancas.
Na sexualidade
Ao longo da década de 1970, uma grande variedade de mulheres influentes aceitaram o lesbianismo e a bissexualidade como parte do feminismo. Como resultado, uma proporção significativa de feministas favorecia este ponto de vista, no entanto, outros consideravam a sexualidade irrelevante para a consecução de outros objectivos.
Na ciência
O movimento das mulheres inspirou cientistas sociais e biólogos a levantar questões críticas sobre as formas que os pesquisadores tradicionais têm explicado género, sexo e relações dentro e entre dos mundos social e natural. Algumas feministas, criticam o discurso científico tradicional como sendo historicamente inclinado para uma perspectiva masculina. Uma parte da agenda de pesquisa feminista é o exame das formas em que as desigualdades de poder são criadas e/ou reforçadas em instituições científicas e académicas.
Impactos do feminismo
O movimento feminista efectuou mudanças na sociedade ocidental, incluindo o sufrágio feminino; maior acesso à educação; salários mais equitativos com os dos homens; o direito de iniciar o processo de divórcio; o direito da mulher de tomar decisões individuais relativas a gravidez (incluindo o acesso aos contraceptivos e ao aborto); e o direito de propriedade.
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