A lógica assenta-se em três (3) princípios fundamentais sem os quais, não haveria pensamento. Antes de estudarmos os princípios de razão que constitui a base de lógica clássica enunciado por Aristóteles, observemos antes aspectos de Validade Formal e Validade Material.
Validade Formal
Refere se à estrutura ou a articulação dos elementos de um raciocínio ou argumento, isto é, à sua estrutura formal.
Validade Material
É a adequação do conteúdo do nosso raciocínio ou argumento à realidade pensada ou ao mundo real. Ex: Nenhum ser vivo é imortal.
Para aclarar melhor o que dissemos, convém sabermos o que significa os termos, «forma» e «matéria». Forma, diz se à estrutura do raciocínio ou pensamento, se é válido, ou a não valido. Enquanto que Matéria, diz se ao conteúdo de determinado raciocínio ou pensamento se é verdadeiro ou falso.
Os princípios da razão: são fundamentas e garantia da possibilidade da coerência do pensamento. São eles que pensamos em formular qualquer verdade. Os princípios da razão que são em número de três foram enunciados por Aristóteles em termos de coisas na lógica clássica, e hoje em dia, são enunciados em termos de proposição.
Proposição: é a expressão verbal de um juízo, ou seja, uma proposição lógica é uma frase «declarativa» sobre a qual se expressam um juízo, que se pode afirmar a falsidade ou verdade. Ex: todos os homens são seres vivos; os moçambicanos são africanos.
1-Princípio de Identidade: em termos de coisas.
-uma coisa é o que é; o que é é, o que não é não é. A é A (A- designando qualquer objecto de pensamento.
Em termos de Proposição: uma proposição é equivalente a si mesma.
2-princípio de não contradição e a negação das proposições: em termos de coisas:
-uma coisa não pode ser e não ser simultaneamente, segundo uma mesma perspectiva.
Em termos de Proposições: uma proposição não pode ser verdadeira e falsa ao mesmo tempo, segundo a mesma perspectiva. Uma Proposição e a sua negação não podem ser simultaneamente verdadeiras; Duas Proposições contraditórias não podem ser simultaneamente verdadeiras.
Exemplo: Todo o Homem é mortal;
Nenhum Homem é mortal.
3- Princípio do terceiro excluído
Ou do meio excluído e negação dos conceitos: em termos de coisas:
Uma coisa deve ser, ou então não ser; não há uma terceira possibilidade, (terceiro excluído).
Em termos de Proposições: uma proposição é verdadeira ou então falsa não há outra possibilidade; se encaramos uma proposição e a sua negação, uma é verdadeira a outra é falsa, não há terceiro termo. De duas Proposições contraditórias, se uma é verdadeira, a outra é falsa, e se uma é falsa a outra é verdadeira não há terceira possibilidade
Exemplo: Todos os moçambicanos são pacíficos;
Alguns moçambicanos não são pacíficos.
Além dos três (3) princípios acima citados, existem outros princípios a seguir alistados a baixo:
Princípio da causalidade: todo o efeito pressupõe uma causa;
Princípio da razão suficiente: tudo quanto existe tem razão suficiente em si mesmo, considerando a sua causa;
Princípio de substancialidade: tudo o que é acidental pressupõe a substancia, o que muda supõe algo permanente;
Princípio da realidade: o mundo exterior existe;
Princípio da finalidade: todo o agente, age por um determinado fim, o fim é a 1ª causa na intenção e última na realização;
Princípio do determinismo: há uma ordem natural das coisas, tal que , as mesmas causas, postas nas mesmas circunstancias, produzem os mesmos efeitos;
Princípio de inteligibilidade: o ser é inteligível, a ordem do ser é a ordem do pensamento.
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