Na antiguidade
O Sudão do Norte, é um país africano, limitado a norte pelo Egipto, a leste pelo Mar Vermelho, por onde faz fronteira com a Arábia Saudita, pela Eritreia e pela Etiópia, a sul pelo Sudão do Sul e a oeste pela República Centro-Africana, Chade e Líbia.
História do Sudão: resumo
O Reino de Cuche era um Estado antigo da Núbia centrado nas afluências do Nilo Azul, Nilo Branco e Rio Atbara. Foi criado após o colapso da Idade do Bronze e a desintegração do Império Novo do Egipto Antigo. Era centrado em Napata em sua fase inicial. Depois que o rei Kashta invadiu o Egipto no século VIII a.C., os reis cuchitas ordenaram-se como faraós da vigésima, quinta dinastia do Egipto, um século antes de serem derrotados e expulsos pelos assírios. No auge de sua glória, os cuchitas conquistaram um império que se estendia desde o que hoje é conhecido como Kordofan do Sul todo o caminho para o Sinai. O Reino de Kuxhe é mencionado na Bíblia como tendo salvo os israelitas da ira dos assírios, embora a doença entre os sitiantes tenha sido a principal razão pelo fracasso em tomar a cidade.
A guerra que ocorreu entre o rei Taharqa e o rei assírio Senaqueribe foi um acontecimento decisivo na história ocidental, quando os núbios foram derrotados pelos assírios em sua tentativa de ganhar uma posição no Oriente Próximo. O sucessor de Senaqueribe, Assaradão, foi mais longe e invadiu o próprio Egipto, depondo Taharqa e liderando os núbios do Egito. Taharqa fugiu de volta para sua terra natal, onde morreu dois anos depois. O Egipto tornou-se uma colónia assíria; no entanto, o rei Tantamani fez uma tentativa final para recuperar determinada Egito. Assaradão morreu enquanto se preparava para deixar a capital assíria de Nínive, a fim de expulsá-lo. No entanto, seu sucessor, Assurbanípal, enviou um grande exército para o sul do Egipto terminando com todas as esperanças de um renascimento do império núbio.
Durante a Antiguidade Clássica, a capital núbia era em Meroé. Na geografia grega antiga, o reino meroítico era conhecido como “Etiópia” (termo também usado anteriormente pelos assírios quando se deparam com os núbios). A civilização de Cuche foi uma das primeiras no mundo a usar a tecnologia de fundição de ferro. O reino núbio em Meroé persistiu até o século IV d.C. Após o colapso do império Cuchita, vários Estados surgiu em seus antigos territórios, entre eles a Núbia.
Entre o séc. XV-XX
O Sudão é incorporado ao mundo árabe na expansão islâmica do século VII. O sul escapa ao controle muçulmano e sofre incursões de caçadores de escravos. Entre 1820 e 1822, é conquistado e unificado pelo Egipto e posteriormente entra na esfera de influência do Reino Unido. Em 1881 eclode uma revolta nacionalista chefiada por Muhammad Ahmed bin’ Abd Allah, líder religioso conhecido como Mádi, que expulsou os ingleses em 1885. Ele morre logo depois e os britânicos retomam o Sudão em 1898. No ano seguinte, a Nação é submetida ao domínio egípcio-britânico. Obtém autonomia limitada em 1953 e independência total em 1956.
O Sudão está em guerra civil há 46 anos. O conflito entre o governo muçulmano e guerrilheiros não-muçulmanos, baseados no sul do território, revela as realidades culturais opostas da Nação. A guerra e prolongados períodos de seca já deixaram mais de 2 milhões de mortos.
A introdução da Sharia, a lei islâmica, causou a fuga de mais de 350 mil sudaneses para países vizinhos. Entre outras medidas, a lei determina a proibição de bebidas alcoólicas e punições por enforcamento ou mutilação.
Conflito em Darfur
A 9 de Setembro de 2004 o Secretário de Estado norte-americano Colin Powell denominou o conflito em Darfur de genocídio, declarando-a a pior crise humanitária do século XXI. Houve relatos de que a Janjawid estava lançando ataques e bombardeios a vilarejos, e matando civis com base na etnia, cometendo estupros, roubando bens, terras e gado. Até o momento, mais de 2,5 milhões de civis foram deslocados, e se estima o total de mortos entre 200 mil e 400 mil. Estas estimativas estão estagnadas desde que os relatórios iniciais da ONU apontaram genocídio já em 2003/2004.
A 5 de Maio de 2006 o governo sudanês e o principal grupo rebelde do país, o Movimento de Libertação do Sudão – MLS – assinaram o Acordo de Paz de Darfur, que tentava pôr fim ao conflito. O acordo estabelecia especificamente o desarmamento da Janjaweed e desmantelamento dos grupos armados, e visava estabelecer um governo temporário no qual os rebeldes pudessem participar. Somente um grupo rebelde, o SLA, comandado por Minni Arko Minnawi, aceitou assinar o acordo.
Desde que o acordo foi assinado, entretanto, tem havido notícias de violência generalizada na região. Surgiu um novo grupo, chamado Frente de Redenção Nacional, formado pela união de 4 grupos que recusaram-se a assinar os acordos de Maio de 2006. Recentemente, tanto o governo quanto as milícias islâmicas por ele apoiadas têm lançado grandes ofensivas contra os grupos rebeldes, resultando em mais mortes e mais refugiados. Conflitos entre os próprios grupos rebeldes também contribuíram para a violência. Combates recentes na fronteira com o Chade deixaram centenas de soldados e rebeldes mortos, e quase 250 mil refugiados sem ajuda humanitária.
A população de Darfur é predominantemente negra e de religião muçulmana, enquanto a milícia Janjawid é predominantemente árabe negra. A maioria dos etnicamente árabes de Darfur permanece longe do conflito. Os habitantes de Darfur – tanto árabes quanto não árabes – rejeitam profundamente o governo de Cartum, que não lhes forneceu nada a não ser problemas.
A Corte Criminal Internacional – CCI – indiciou o Ministro de Estado para Assuntos Humanitários, Ahmed Haroun, e o suposto líder da milícia islâmica Janjawid, Ali Mohammed Ali, também conhecido como Ali Kosheib, pelas atrocidades na região.
A Liga Árabe, a União Africana e até a França apoiaram os esforços do Sudão para suspender as investigações da CCI. Eles esperam que seja considerado o Artigo 16 da Convenção de Roma, que estabelece que as investigações da CCI podem ser suspensas se ameaçarem um processo de paz.
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