Foi o reino sucessor do Estado Zimbabwe. O império era composto de uma população maoritarimente Shona-Karanga.
Conteúdos
Origens e formação dos Estados dos Mwenemutapas
Por volta de 1440 e 1450, Mutota, rei da Shona, embarcou na conquista do planalto interior, região situada entre o rio Zambeze e o rio Limpopo, até a costa de Moçambique.
Matope, filho de Mutota completou a conquista e expansão iniciada por seu pai. O império foi uma entidade política mais poderosa da região durante a maior parte da década de 1470. Em 1480, Matope morreu, lançando o império em uma luta de poder, com facções buscando dividir-se do império. Dombo ou Changa, um nobre conseguiu se separar do império para o sul e fundou um reino Shona separado, o Reino de Rozwi.
Contactos com os Portugueses
Em 1561, um missionário Jesuíta português conseguiu entrar no campo do mwenemutapa e convertê-lo no cristianismo. Isso não foi bem vindo para os comerciantes muçulmanos na capital e eles persuadiram o rei a matar o Jesuíta apenas alguns dias após o batismo do Mambo. Esta era toda a desculpa que os portugueses precisavam para penetrar no interior e assumir o controlo das rotas de minas de ouro e marfim. Depois de uma longa preparação, uma expedição de 1.000 homens sob Francisco Barreto foi lançada em 1568. Eles conseguiram chegar até ao alto Zambeze, mais as doenças tropicais e a unidade dos chefes locais, os Portugueses forom derotadas. Mutapa manteve uma posição de força exigindo um subsídio de cada capitão português de Moçambique que ocupou o cargo. A mwenemutapa também cobrou um dever de 50 por cento em todos os bens comerciais importados.
Durante o século XVI, os portugueses chegaram buscando ouro, estabelecendo estações de comércio. Eles tentaram obter o controle político do território Mutapa ao lado dos vários clãs dinásticos e forjando alianças com reinos rivais, como o Estado Marave. A estratégia funcionou, Mavura um ‟boneco” Português foi colocado no trono. Mavura assinou tratados que dão todos os direitos minerais aos portugueses. As horas extras, o português foi capaz de minar e destruir o sistema monomotopano. Os portugueses então tentaram usar a população para ganhar ouro. A população fugiu de suas aldeias, buscando proteção contra homens fortes mais poderosos e ricos, que possuíam fortes exércitos privados. Muitas violências marcaram o reino de Mutapa, com exércitos privados dos ricos, invasores, resistindo os portugueses e protegendo o gado.
Religião no estado dos Mwenemutapa
A religião do reino Mutapa girava em torno da consulta do ritual dos espíritos e um culto dos antepassados reais. Os antepassados (Muzimo) aconselhavam os reis através de meios designados pelo tribunal conhecidos como “mhondoros”, esses médiuns (Swikiros) mantiveram os Santuários dentro da capital. Os mhondoros também serviram como historiadores orais registrando nomes e atos de reis passados. Senhores locais, fumos, geralmente parentes do rei, foram nomeados para administrar as províncias.
Ao longo do tempo, alguns desses “senhores” se tornaram hereditários. Os recursos naturais foram pensados como terem sidos criados por Mwari/Mulungo (Deus) o deidade e só poderia ser “explorada com a aprovação do Mutapa, representante terrestre e guardião de Mwari”. Ao aproximar-se do Rei, os braços deveram ser deixados fora da cidade e se aproximar dos pés descalços.
Organização sociopolítica no estado dos Mwenemutapa
O império foi governado pela (mueneumutapa, mwanamutapa, monomotapa) designado Mambo, que era considerada divina. A Divindade foi alcançada com a conquista de Mutota incorporando outros espíritos e santuários territoriais. A capital mudou com o tempo. Mutapa continuou as tradições de construção de pedra do Estado Zimbábwe. Zvongombe foi uma das primeiras capitais e contém algumas das elaboradas estruturas de pedra vistas em Great Zimbabwe. A conquista foi solidificada pela distribuição da terra. Um tipo de sistema feudal desenvolvido.
O império foi governado nos níveis da capital, provincial e da aldeia. Inicialmente, só os parentes dos muenemutapa foram atribuídos a províncias e aldeias.
Economia no Estado dos Mwenemutapa
A ctividade base no estado era a agricultura. Localmente o ferro era mais importante para o comércio local, que era usado para fazer enxadas. O sal, especialmente na região Middle Save, era muito importante para o comércio local. O império cultivou algodão e produziu pano de algodão. Os arabes estabeleceram postos comerciais. Mais tarde, comerciantes portugueses durante o século XV usurparam-os dos comerciantes arabes estabelecendo feitorias.
A nivel internaconal, o ouro era uma importante mercadoria comercial. A mineração de ouro foi uma atividade econômica importante, mais para exportação internacional através ds intrpostos de Sofala. O império manteve o monopólio do ouro. Foi proibido por lei revelar a localização das minas de ouro. A transgressão desta lei, previa pena de morte. O Estado controlava todo o ouro no império.
O marfim foi outra mercadoria importante para o comércio internacional e muito procurada pelos Portugueses. O comércio internacional, estimulou o crescimento de uma classe dominante. Eles eram intermediários entre trabalhadores africanos que fornecem bens ao arabes e comerciantes portugueses. Os africanos compraram principalmente pano, prorcrlanas e outros produtos exóticos de origem Asiatica.
Declínio dos Estados Mwenemutapas
Durante o século quinquenal, o Mutapa manteve a unidade e conseguiu restringir as tentativas portuguesas de obter o controlo dos “mercados e rotas comerciais”, exercendo “soberania efetiva”. Mutapa provou ser invulnerável para atacar e até mesmo manipulação econômica devido ao forte controlo do mwenemutapa sobre a produção de ouro.
O que representou a maior ameaça foi a luta interna entre diferentes facções, o que levou a oposição a chamar os portugueses de ajuda militar. Mutapa (Mavura) assinou tratados que o tornaram um vassalo português e cedendo minas de ouro, mas nenhum deles foi implementado. Outro problema era que os afluentes de Mutapa, como Kiteve, Madanda, Manica, etc, deixaram de pagar tributo. Ao mesmo tempo, um novo reino, o do Ngunis, aumento. A sua decadencia teve inicio em 1890, mais foi no inicio do século XX (1917) que o imperio perdeu o seu controlo numa batalha com os Portugueses tendo morrido o ultimo mambo (rei) do Imperio.
Legado
Durante vários séculos, este Estado, permitiu que as pessoas em um grande território vivessem em paz e segurança sob um governo estável e sucessão de governantes. O Mutapa era um dos únicos estados de Shona que não eram inteiramente “desarraigados por novos assentamentos de pessoas” e o único “próximo aos centros portugueses”, fornecendo também dados importantes sobre conctato e relações entre este e outros estados, assiim como com os europeus. O Império Mutapa é um exemplo de um sistema de governo de África e de uma civilização florescente, que muitas vezes são assumidas como ausentes antes da chegada dos europeus.
Não deixe de ler:
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Bibliografia
NHAPULO, Telesfero. Atlas histórico de Moçambique, Maputo plural editora, 2010;
PEREIRA, Luís. Colégio kitabo, manual da 12ª classe, Maputo, 2005;
Ferreira, A. Rita. Fundo de Turismo de Moçambique.1975.
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