Conteúdos
Introdução
Desde os primórdios da humanidade o meio ambiente vem sofrendo impactos progressivos devido ao consumismo. O consumismo é o ato de consumir (comprar) produtos de forma exagerada. As pessoas consumistas adquirem produtos (roupas, produtos eletrônicos, perfumes, joias, carros, imóveis) sem ter a necessidade destes. Atitudes como estas colocam em risco a ecologia pois estes conduzem a exploração de recursos naturais também de forma excessiva; segundo o relatório Planeta Vivo (WWF, 2008), a população mundial já consome 30% a mais do que o planeta consegue repor devastando assim o planeta e os seres vivos que nele vivem;
Desta forma, a integração do homem e meio ambiente se restabelece perante a necessidade eminente da sustentabilidade ambiental; Procura-se desenvolver temáticas relacionadas com ética e capital, desenvolvimento sustentável, sustentabilidade e consumismo tal como referido acima.
Veja! Quais são as questões Centrais da Ética?
Ética e Capital
A etica não deve ser compreendida como a morada física, a casa material, mas sim como a casa existencial, a cidade onde as pessoas vivem, o país a que pertencem e o planeta Terra, a casa de todos. Na etica capitalista diz: bom é o que permite acumular mais com menos investimentos e em menos tempo possível, e tem como objectivo contratar menos gente possivel, pagar menos salarios e impostos e explorar melhor a natureza para acumular mais meios de vida e riqueza.
Não é a moral que determina os preços, é a lei da oferta e da procura. Não é a virtude que cria o valor, é o trabalho. Não é o dever que rege a economia, é o mercado, tendo esse pensamento como base o bem comum é descartado. Para o filósofo e ecólogo Hans Jonas a vulnerabilidade da natureza sempre deve ser levada em conta.
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Desenvolvimento sustentável e sustentabilidade
O conceito de ecodesenvolvimento foi usado pela primeira vez por Maurice Strong, em 1973. Foi Ignacy Sanchs quem acabou formulando os princípios básicos desta nova visão de desenvolvimento. Brüseke, destaca seis aspectos básicos que deveriam orientar o crescimento econômico:
1) a satisfação das necessidades básicas;
2) a solidariedade com as futuras gerações;
3) a participação da população envolvida;
4) a preservação do meio ambiente e dos recursos naturais;
5) a estruturação de um sistema social que garanta emprego, segurança social e respeito a outras culturas;
6) programas de educação.
A definição mais conhecida do desenvolvimento que foi elaborada pela Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (CMMAD), em 1987, no documento Nosso Futuro Comum: “o desenvolvimento sustentável é aquele que atende às necessidades do presente sem comprometer a possibilidade de as gerações futuras atenderem as suas próprias necessidades”.
Esta concepção se baseou em dois conceitos-chave: 1- o conceito de “necessidades”, sobretudo as necessidades essenciais dos pobres no mundo, que devem receber a máxima prioridade; 2- a noção das limitações que o estágio da tecnologia e da organização social impõe ao meio ambiente, impedindo-o de atender às necessidades presentes e futuras.
Sustentabilidade é um relacionamento entre sistemas econômicos dinâmicos e sistemas ecológicos maiores e também dinâmicos, embora de mudança mais lenta, em que: 1- a vida humana pode continuar indefinidamente; 2- os indivíduos podem prosperar; 3- as culturas humanas podem desenvolver-se; mas em que 4- os resultados das atividades humanas obedecem a limites para não destruir a diversidade, a complexidade e a função do sistema ecológico de apoio à vida.
Para se atingir o desenvolvimento sustentável, é fundamental a consideração das questões econômicas e ecológicas nos processos de tomada de decisões, visto que, nas atividades do mundo real, economia e ecologia estão integradas. Nesse sentido, tornam-se necessárias mudanças de atitudes e objetivos e a adoção de novas disposições institucionais.
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Consumismo
A lógica do sistema mundial de produção estipula que devemos produzir e consumir mais e mais, sem impor limites ao crescimento e à demanda de ofertas, A consequência negativa imediata desta lógica é evidente em dois aspectos: ecológico, com a depredação da natureza, e social, com a gestação de desigualdades.
O consumismo nunca é absoluto, sempre ocorre em função de demandas individuais, culturais, coletivas e ambientais. Desse modo, não é fácil precisar se determinada acção de consumo registrou excesso ou foi além das necessidades. Embora parcialmente, pode-se externar um quadro consumista observando os danos ambientais.
A sociedade de consumo tem como principal propulsor o comercialismo, ou seja, o comércio extravagante e espúrio de bens tangíveis e valores simbólicos. Fátima Portilho aponta que o tema consumo sustentável obriga a pensar as possibilidades de aliança entre os movimentos ambientalistas e aqueles de defesa do consumidor, tanto no campo teórico quanto no campo da militância política.
Uma comunidade humana sustentável deve ser organizada de modo que os seus estilos de vida, suas atividades econômicas e tecnologias não prejudiquem a capacidade da natureza de manter indefinidamente a vida.
Contribuições de outros autores
Dennis Henrique Vicário et al, ( BAUMAN, 2011) apresenta um ‘dano colateral’ provocado pela onda consumista: o ciclo vicioso da “materialização do amor”. Explica ele que, expostos a bombardeio ininterrupto de publicidade diária de três horas de televisão (a metade de todo seu tempo ocioso), os trabalhadores são persuadidos a ‘necessitar’ de mais coisas. E para comprar aquilo que agora necessitam, eles precisam de dinheiro, para ganhar dinheiro, trabalham mais horas. Estando longe de casa tantas horas, compensam sua ausência com presentes que custam dinheiro. Eles materializam o amor. E assim o ciclo se perpetua.
A ética da responsabilidade reconhece a dimensão vital da relação entre todas as pessoas e destas com o Planeta; representa a origem primordial dos valores; constitui o encontro do conhecimento e da consciência; estabelece-se como a condição fundamental da liberdade e da solidariedade universais; e propicia a intervenção humana no mundo.
Isso implica a adoção de uma dupla concepção contemporânea de ética: como óptica “dos valores irrenunciáveis” e como “negociação dos consensos com vistas a normas jurídicas e a criação de instituições, que terão efeitos autorreguladores na dinâmica social das sociedades complexas”.
Em relação ao consumo privado no mundo: 20% da população mais pobre consome 1,5% dos bens e serviços oferecidos pelo mercado; cerca de 60% da chamada classe média 21,9%; e 20% da população mais rica consome 76,6% (Fonte: Indicadores do Banco Mundial, 2008).
Confrontos
Dennis Henrique Vicário et al apresentam a ética do consumismo como sendo um meio para elucidar posição comportamental da sociedade em relação a maneiras e modos de consumo, não só, mas como também encorajar a sociedade a consumir de forma sustentável.
Estes fundamentam-se em pensamentos de autores como GALLO, Boff, Brüseke, CMMAD, entre outros; na mesma ordem de ideia, BAUMAN apresenta um dano colateral provocado pela onda consumista que é o ciclo vicioso da materialização do amor tornando-se o consumismo nocivo e ASSAMANN expõe ética da responsabilidade como o elemento vital para relação entre todas as pessoas e destas com o Planeta; representa a origem primordial dos valores; constitui o encontro do conhecimento e da consciência; estabelece-se como a condição fundamental da liberdade e da solidariedade universais.
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Referências bibliográfica
ASSMANN, Hugo. Metáforas Novas para Reencantar a Educação – Epistemologia e didática. Piracicaba: Editora Unimep, 1996, p. 230.
BAUMAN, Zygmunt. A Ética é Possível num Mundo de Consumidores? Rio de Janeiro: Zahar, 2011. São Paulo: Record, 2007.
OLÍVIO, Dennis Henrique Vicário et al. A ética do consume. 2010