A concepção ‘ bancaria’ e a contradição educador- educando
Esta concepção ‘ bancaria’ implica, além dos interesses já referidos, em outros aspectos que envolve sua falsa visão dos homens.
Sugere uma dicotomia inexistente homem- mundo concebe a sua consciência como algo especializado neles e não após homens como ‘ corpos conscientes’. Para esta equivocada concepção dos homens, no momento mesmo em que escrevo, estariam ‘ dentro’ de min, como pedaços do mundo que me circunda, a mesa em que escrevo. Desta forma não distingue presentificarão a consciência de entrada na consciência.
Mas se para a concepção ‘ bancaria’, a consciência é, em sua relação com o mundo, esta ‘passivamente escancarada a ele, a espera de que entre nela, coerentemente concluirá que ao educador não cabe nenhum outro papel que não o de disciplinar a entrada do mundo nos educandos. E porque os homens, nesta visão, ao receberem o mundo que neles entra, já não seres passivos , cabe a educação apassiva- lós mais ainda e adapta-los ao mundo.
A concepção e a prática da educação que vimos criticando se instauram como eficientes instrumentos para este fim. Dai que um dos seus objectivos fundamentais mesmo que dele não estejam os homens ao mundo. E tão preocupado, quanto mais questionando o mundo estejam os homens.
A concepção de saber, da concepção ‘ bancaria ‘é, o funda o que Sartre chamaria de concepção ‘digestiva ou alimentícia’ do saber.
A concepção bancaria, que a ela serve mo mesmo momento que se funda um conceito mecânico. Ao contrario da bancaria, a educação problematizadora, respondendo a essência do ser da consciência, que é sua intencionalidade, nega os comunicados e existência a comunicação. Identifica-se com o próprio da consciência que é sempre ser consciência de, não apenas quando se intenciona a objectos mas também quando se volta sobre se mesma. Neste sentido, a educação libertadora, problematizadora, já não pode ser o ato de depositar conhecimentos e valores aos educandos .para manter a contradição, a concepção bancaria nega a dialogicidade como essência da educação e se faz anfibiológica, para realizar a superação, a educação problematizadora-situação gnosiológica-afirma dialogicidade e se faz dialógica.
Ninguém educa ninguém, Ninguém educa a si mesmo, os homens si educam entre si, mediatizados pelo mundo.
Não seria possível a educação, problematizadora , que rompe com os esquemas verticais característicos da educação bancário realizar- se como pratico da liberdade, sem superlorar a contradição entre o educador e os educandos através deste que se opera a superação de que resulta u, termo novo. Não mas educador do educando do educador, mas educador-educando com educando-educador. Desta maneira o educador já não é o que apenas educa , mas o que enquanto educa, é educado, em dialogo comunicando, ao ser educado também educa. Ambos assim se tornam sujeito do processo em que crescem juntos e em que os argumentos de autoridade, já não valem.
Já agora ninguém educa ninguém, como tem pouco ninguém se educa a si mesmo, os homens se educam em comunhão, mediatizados pelo mundo. Mediatizados pelos objectos cognoscíveis que, praticava na pratica bancaria , são possuídos pelo educador que os descreve e ou os depositas nos educandos , narra ou diserta a respeito do objecto sobre o qual exerceu o seu ato cognoscente.
Não pode haver conhecimento pois os educandos não são chamados a conhecer, mas a memorizar o conteúdo narrado pelo educador . Não realizam nenhum ato cognoscitivo, uma vez que o objecto deveria ser posto como incidência do seu ato cognoscente é posse do educador e não mediatizado da reflexão critica dos ambos.
A pratica problematizadora , pelo contrario , não distinguem estes momentos no que faz e do educador-educando. Deste modo o educador problematizador re-faz constantemente, seu ato cognoscente na cognoscibilidade dos educandos. Pelo mesmo facto desta prática educativa
Constituir – se em uma situação gnosiológica, o papel do educador problematizador é proporciona ar , com os educandos as condi coes em que se de a superação do conhecimento no nível da ‘doxa’ pelo verdadeiro conhecimento , o que se dá o nível de ‘logos’.
A educação como pratica da liberdade, ao contrario naquela que é pratica da dominação , implica na negação do homem abstracto , isolado solto , desligado do mundo como uma realidade ausente dos homens.
O homem como um ser incluso, consciente de sua inclusão , e seu permanente movimento de busca do ser mais
A concepção bancaria, termina por desconhecer os homens como seres históricos, enquanto a problematização parte exactamente do carácter histórico e da historicidade dos homens. Desta maneira, a educação se re-faz constantemente por praticas. Para ser tem que estar sendo enquanto a concepção bancaria da enfâse a permanência, a concepção problematizadora reforca a mudança, , se faz racionaria , pratica bancaria implicando no imobilismo a que fizemos referencia ao passo que a concepção problematizadora que, não aceitando um presente ‘ bem comportado’ não aceita igualmente um futuro pre-dado , enraizando-se no presente dado.
Para pratica bancaria o fundamental é , no máximo amenizar esta situação ,mantendo, porem, as consciências imersas nela para a educação problematizadora , enquanto um quer fazer humanista e libertador , o importante esta , em que os homens submetidos a dominação , lutem por sua concepção.
BIBLIOGRAFIA
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FREIRE, Paulo, pedagogia do oprimido,17̦ͣ ed, Rio de Janeiro,paz e terra 1987.