Etimologicamente, disgrafia deriva dos conceitos “dis” (desvio) + “grafia” (escrita), ou seja, é “uma perturbação de tipo funcional que afecta a qualidade da escrita do sujeito, no que se refere ao seu traçado ou à grafia.”
A criança com disgrafia apresenta uma escrita desviante em relação à norma ou padrão, isto é, uma “caligrafia deficiente, com letras pouco diferenciadas, mal elaboradas e mal proporcionadas”.
Conteúdos
Caracterização
- Desorganização geral na folha ou texto;
- Erros e borrões que quase não deixam possibilidade para a leitura da escrita (embora as crianças sejam capazes de ler o que escrevem);
- Forma das letras irreconhecíveis;
- Traçado exagerado e grosso (que vinca o papel) ou demasiado suave e imperceptível.
Sinais de alerta
Forma incorrecta de segurar a caneta ou lápis;
Letras desligadas ou sobrepostas e ilegíveis;
Ligação entre as letras distorcida;
Ritmo de escrita muito lento ou excessivamente rápido;
Disortografia
Etimologicamente, disortografia deriva dos conceitos “dis” (desvio) + “orto” (correto) + “grafia” (escrita), ou seja, é uma dificuldade manifestada por “um conjunto de erros da escrita que afectam a palavra, mas não o seu traçado ou grafia”.
Caracterização da disortografia
Uma criança com disortografia demonstra, geralmente, falta de vontade para escrever e os seus textos são reduzidos, com uma organização pobre e pontuação inadequada.
Erros de carácter linguístico-percetivo
Confunde-se com fonemas que apresentam dupla grafia (“ch”/“x”);
Omissões, adições e inversões de letras, de sílabas ou de palavras;
Omite a letra “h”, por não ter correspondência fonémica.
Substitui letras que se diferenciam pela sua posição no espaço (“b”/“d”);
Troca de símbolos linguísticos que se parecem sonoramente (“faca”/“vaca”).
Erros relativos ao conteúdo
Não separa sequências gráficas pertencentes a uma dada sucessão fónica, ou seja, une palavras (“ocarro” em vez de “o carro”), junta sílabas pertencentes a duas palavras (“no dia seguinte”) ou separa palavras incorrectamente.
Erros referentes às regras de ortografia
Ignora as regras de pontuação;
Não coloca “m” antes de “b” ou “p”;
Esquece-se de iniciar as frases com letra maiúscula;
Desconhece a forma correcta de separação das palavras na mudança de linha, a sua divisão silábica, a utilização do hífen.
Intervenção no contexto escolar
ANDRADE (2008) adianta que duas áreas importantes na reeducação da disortografia: a intervenção sobre os factores associados ao fracasso ortográfico e a correcção dos erros ortográficos específicos.
No que diz respeito à primeira, são os aspectos relacionados com a percepção, discriminação e memória auditiva (exercícios de discriminação de ruídos, reconhecimento e memorização de ritmos, tons e melodias) ou visual (exercícios de reconhecimento de formas gráficas, identificação de erros, percepção figura-fundo); as características de organização e estruturação espacial (exercícios de distinção de noções espaciais básicas, como direita/esquerda, cima/baixo, frente/trás); a percepção linguístico-auditiva.
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Bibliografia
ANDRADE, F. Perturbações da linguagem na criança: análise e caracterização. Aveiro: universidade. Comissão editorial. 2008.FRANCO, M.G. Comunicação, linguagem e fala: perturbações específicas de linguagem em contexto escolar. Lisboa: Ministério da Educação. 2003.BOONE, D, R, PLANTE, E. (Comunicação humana e seus distúrbios. Porto Alegre: Artes Médicas. 1994.BOUTON, C, P. O desenvolvimento da linguagem. Lisboa: Moraes Editores. 1977.