Conceito de experiência
De acordo com TORRES (2001), o termo experiência científica é proveniente do latim, experientĭa. O prefixo ex significa separação do interior, o externo; a raiz peri denota intentar; o sufixo composto entia indica qualidade de um agente. Portanto, experiência é a tentativa de um agente de usar o exterior. No contexto científico isso significa “tentativa de provar algo a partir das coisas externas”.
A experiência é a meio mais concreta para se adquirir uma confiança, correto? Na verdade a experiência é uma forma de conhecimento directo, que se confirma por si mesmo. A experiência é o verdadeiro conhecimento, o que não exige e nem envolve crença, pois o conhecimento exclui qualquer necessidade de acreditar.

Um exemplo interessante é a analogia do fogo. Se puser a mão na chama não precisa acreditar na dor, não é preciso existir a crença na dor para que a dor apareça. A dor é experimentada. É imediata, directa, e ela vem com uma intensidade que se antecipa às crenças e interpretações intelectuais. Sendo assim, deixa a crença em segundo plano. Ao colocar a mão no fogo, você não precisará crer na dor para que ela exista, a dor vem logo de imediato quando você coloca a mão na chama, a dor vem antes que a mente prepare a sua crença ou interrogações sobre a mesma.
Não vejo tanta solução se pedirmos para as pessoas acreditarem na vida ou nelas mesmas. Tenho experiências de pessoas próximas, que sempre recebem sugestões de fé e crença e mesmo assim, mesmo com argumentos sólidos e lógicos, elas não conseguem acreditar e seguir o seu caminho, o caminho que elas próprias podem encontrar.
É preciso viver, é preciso experienciar. É a experiência que abre a consciência e isso não é questão de ser cético ou crente, pois quando ambos experienciam algo, a sua fé se torna inabalável.
A maioria dos alunos pensa na Química como uma matéria difícil, que é cheia de fórmulas, teorias e que só fica no plano imaginário. Porém, longe disso, a Química é uma das ciências que mais estão presentes nas situações vivenciadas no quotidiano pelos alunos, seja na cozinha, no jardim, na sala de aula, no carro que os leva até a escola, em seus aparelhos de celular e até mesmo dentro do próprio organismo deles.
O que falta, muitas vezes, é algum estímulo para que eles sintam vontade de investigar os fenómenos que ocorrem ao seu redor. A prática de experimentos de Química pode servir como essa motivação que os alunos necessitam para verem que realmente a Química explica situações reais. As experiências estimulam a curiosidade e o questionamento investigativo, além de ajudarem os alunos a entenderem e a fixarem conceitos químicos que foram aprendidos na teoria.
Assim, consulte os artigos desta seção e veja propostas de experimentos de química que podem ser aplicados em casa ou em sala de aula e que poderão servir como uma ponte entre o conhecimento e o mundo quotidiano.
A criação de seu método científico visando a experimentação influenciou homens tais como: Galileu Galilei, Isaac Newton, Robert Boyle, Giambattista Vico, John Locke, Thomas Hobbes, David Hume, Denis Dirderot, etc.
Quando a experimentação tornou-se mais regular nas pesquisas científicas, começaram a surgir questionamentos importantes. Reconheceu-se por exemplo a limitação de não conseguir esgotar a lista de condições associadas ao fenómeno a se descrever, impossibilitando os Métodos de Mill, descritos acima. Então, quando se adoptou o método de causalidade probabilística, surgiu um debate filosófico centrado na eficácia das explicações probabilísticas.
Esse é o caso do critério de falsificabilidade de Popper em 1959. Mas os trabalhos de Mill foram muito significativos na história do desenvolvimento da experimentação científica, já que com base neles que se estabeleceram os dois grandes métodos da investigação científica: a experimentação e a correlação.
Alguns experimentos famosos
Física
- 1602-07 – Galileu Galilei usa esferas para refutar a teoria aristotélica de movimento;
- 1648 – Blaise Pascal carrega um barômetro para cima de uma torre de igreja e de uma montanha para determinar que a pressão atmosférica é devida a coluna de ar acima do local;
- 1796 – Alessandro Volta constrói a bateria elétrica;
- 1831 – Michael Faraday descobre a indução magnética em um experimento composto por um anel fechado de ferro com dois enrolamentos de fio;
- 1845 – Christian Doppler consegue montar um arranjo de trompetes tocados em um trem em movimento. Do chão ele observou uma frequência maior do que a tocada quando o trem se aproximava e uma frequência menor quando o trem se afastava, demonstrando o Efeito Doppler;
- 1879 – Edwin Hall descobre uma tensão através de um condutor com um campo magnético aplicado de modo transversal a ele, o Efeito Hall;
- 1897 – J. J. Thomson descobre o elétron e sua carga negativa com o experimento com tubos de raios catódicos;
- 1911 – Ernest Rutherford demonstra a carga positiva e que a massa do átomo está concentrada no núcleo atômico a partir do experimento com a folha de ouro;
- 1920 – Otto Stern e Walther Gerlach conduzem o experimento de Stern-Gerlach, que demonstra o spin;
- 1934 – Enrico Fermi divide o átomo;
- 1955 – Clyde L. Cowan e Frederick Reines confirmam a existência do neutrino;
Química
- 1789 – Antoine Lavoisier determina que reações químicas dentro de um recipiente fechado não alteram a massa total do sistema. Ele cria a lei de conservação da massa;
- 1802 – Louis Joseph Gay-Lussac formula a lei dizendo que se a massa e o volume de um gás são mantidos constantes, então a pressão do gás aumenta linearmente com a temperatura;
- 1894-98 – Marie Curie, Pierre Curie e Henri Becquerel descobrem a radioatividade e explicam suas propriedades.
Biologia
1665 – Robert Hooke observa células utilizando um microscópio;
1861 – Louis Pasteur usa um frasco com bico em forma de S para evitar que esporos contaminem uma sopa fervida e refuta a teoria de geração espontânea.
Leia Também Sobre:
- Propriedades físicas e químicas de água
- Silício
- Petróleo Bruto
- Composição química da célula
- Valência: composição das fórmulas químicas usando a valência
Bibliografia:
TORRES, Gabriel. Experiencias Laboratoriais. Rio de Janeiro:, 2001.
PERUZZO, Tito Miragaia; CANTO, Eduardo Leite do. Química na abordagem do quotidiano. Volume único. 1. ed. São Paulo: Moderna, 1996.