Segundo LIBÂNEO, o objectivo é o ponto de partida, às premissas gerais do processo pedagógico. Representam as exigências da sociedade em relação á escola, ao ensino, aos alunos e, opções politicas e pedagógicos dos agentes educativos em face as contradições sociais existentes na sociedade.
Para PILETTI, afirma que ensino é a transmissão de conhecimento. Seguindo esse conceito, o método utilizado baseia-se em aulas expositivas e explicativas. O professor fala aquilo que sabe sobre determinado assunto e espera que o aluno saiba reproduzir o que ele lhe disse.
Para MECHISSO, os objectivos constituem uma discrição clara dos resultados que desejamos alcançar. São processos ou comportamentos planificados pelo professor para colocar o aluno em contacto com as coisas, factos ou fenómenos que lhes possibilitam modificar sua conduta em função dos objectivos previstos.
Na concepção do grupo: objectivos consistem numa concepção clara do fim que se deseja atingir, meta que se deseja ou pretende alcançar.
Ensinar é instruir o aluno a possuir uma dada ideia sobre um aprendizado, de modo a adquirir um certo acontecimento.
Conteúdos
Classificação dos objetivos
Segundo PILETTI, os objectivos podem ser classificados em:
Objectivos educacionais– são proposições gerais sobre mudanças comportamentais desejadas que decorrem de uma maneira da educação e surgem do estudo da sociedade contemporânea e do estudo sobre o desenvolvimento do aluno e sobre os processos de aprendizagem.
Objectivos instrucionais ou específicos-consistem numa maior especificação dos objectivos educacionais e numa operacionalização dos mesmos. Os objectivos instrucionais são proposições específicas sobre mudanças no comportamento de alunos que serão atingidos gradativamente no processo de ensino aprendizagem.
Os objectivos educacionais e instrucionais por sua vez podem referir se aos domínios:
Cognitivo-que refere se á razão, á inteligência e á memória, (ideias, conhecimentos, princípios, habilidades mentais de análise, síntese).
Afectivo- são os valores, ás atitudes, ás apreciações e aos interesses.
Domínio psicomotor-refere se ás habilidades operativas ou motoras, isto é habilidades para manipular materiais, objectos, instrumentos ou máquinas.
Segundo MECHISSO,os objectivos podem ser gerais, intermédios e Específicos; Educacionais e Instrucionais.
Objectivos educacionais (ou gerais) -são as proposições gerais sobre mudanças comportamentais desejadas, são as metas e os valores mais amplos que a escola procura atingir.
Objectivos instrucionais (ou específicos) -são proposições mais específicas referentes às mudanças comportamentais esperadas para um determinado grupo-classe.
Segundo LIBÂNEO, os objectivos gerais são explicitados em três (3) níveis de abrangência do mais amplo ao mais específico:
- Pelo sistema escolar, que expressa as finalidades educativas de acordo com ideias e valores dominantes na sociedade;
- Pela escola, que estabelece princípios e directrizes de orientação do trabalho escolar com base num plano pedagógico-didáctico que represente o consenso do corpo docente em relação á filosofia da educação e á prática escolar;
- Pelo professor, que concretiza mo ensino da matéria a sua própria visão de educação e da sociedade.
Objectivos educacionais gerais podem auxiliar o professor na selecção de objectivos específicos e conteúdos de ensino.
O primeiro objectivo é colocar a educação escolar no conjunto das lutas pela democratização da sociedade, que consiste na conquista, pelo conjunto da população, das condições materiais, sociais, politicas e culturas através das quais se assegura e activa participação de todos na direcção da sociedade. A educação escolar pode contribuir para a ampliação da compreensão da realidade, na medida que os conhecimentos adquiridos instrumentalizem culturalmente os alunos a se perceberem como sujeitos activos nas lutas sociais presentes.
O segundo objectivo consiste em garantir a todas as crianças, sem nenhuma discriminação de classe social, cor, religião ou sexo, uma sólida preparação cultural e científica, através do ensino das matérias. Todas as crianças têm direito ao desenvolvimento das suas capacidades físicas e mentais como condição necessária ao exercício da cidadania e do trabalho.
Esse objectivo implica que as escolas não só empenhem em receber todas as que crianças que procurem como também assegurem a continuidade dos estudos. Todo o esforço será pouco no sentido de oferecer ensino sólido, capaz de evitaras reprovações.
O terceiro objectivo é de assegurar a todas as crianças o máximo de desenvolvimento e de suas potencialidades, tendo em vista auxilia-las na superação das desvantagens decorrentes de condições sócio-economicas desfavoráveis. A maioria das crianças é capaz de aprender e de desenvolver suas capacidades mentais. Este objectivo figura nos planos de ensino como “auto-realização”, “desenvolvimento das potencialidades”, mas, na prática, os professores prestam atenção somente nos alunos cujas potencialidades se manifestam e não se preocupam em estimular potencialidades daqueles que não se manifestam ou não conseguem envolver-se activamente nas tarefas. O ensino democrático supõe a adequação metodológica às características sócio-culturais e individuais dos alunos e às suas possibilidades reais de aproveitamento escolar.
Os objectivos específicos particularizam a compreensão das relações entre escola e sociedade e especialmente do papel da matéria do ensino.
Eles expressam, as expectativas do professor sobre o que deseja obter dos alunos no decorrer do processo do ensino. Têm sempre um carácter pedagógico, porque explicitam o rumo a ser impresso ao trabalho escolar, em torno de um programa de formação.
A cada matéria de ensino correspondem objectivos que expressam resultados a obter: conhecimentos, habilidades e hábitos, atitudes e convicções, através dos quais se busca o desenvolvimento das capacidades cognoscitivas dos alunos.
Há estreita relação entre os objectivos, os conteúdos e os métodos. Os objectivos contêm a explicitação pedagógica dos conteúdos, no sentido de que os conteúdos são preparados pedagogicamente para serem ensinados e assimilados.
Formulação de objetivos científicos
O professor deve vincular os objectivos científicos aos objectivos gerais, sem perder de vista a situação concreta (da escola, da matéria, dos alunos) em que serão aplicados. Deve-se seguir as seguintes recomendações.
- Especificar conhecimentos, habilidade, capacidades que sejam fundamentais para serem assimilados e aplicados em situações futuras, na escola e na vida prática;
- Observação uma sequência lógica, de forma que os conceitos e habilidades estejam inter-relacionados, possibilitando aos alunos uma compreensão de conjunta (formando uma rede de relações na sua cabeça);
- Expressar os objectivos com clareza, de modo que sejam compreensíveis ao alunos e permitem, que estes introjetem os objectivos de ensino como objectivos seus;
- Dosar o grão de dificuldades, de modo que expressem desafios, problemas, questões estimulantes também viáveis;
- Sempre que possível, formular os objectivos como resultados a atingir, facilitando o processo de avaliação diagnostica e de controlo;
- Como norma geral, indicar os resultados do trabalho dos alunos (o que devem compreender, saber, memorizar, fazer).
Principais categorias e verbos segundo a taxonomia e Bloom
Níveis de conhecimento | Principais verbos |
Memorização – o relembrar da matéria previamente aprendida. | Definir, descrever, identificar, enumerar, classificar, sublinhar e seleccionar |
Apreensão- capacidade de aprender, manifesta-se interpretando o material escrito. | Converter, defender, calcular, explicar, aplicar, generalizar, prever e resumir |
Aplicação – refere-se a capacidade de utilizar material aprendido em novas e concretas situações. | Modificar, calcular, demostrar, descobrir, operar, prever, produzir, seleccionar, resolver, utilizar e mostrar |
Analise – refere-se a capacidade de separar o material nas suas partes constituintes para que a sua estrutura organizada possa ser compreendida. | Diferenciar, discriminar, distinguir, ilustrar, indicar, relatar, seleccionar e desagregar |
Síntese – e a capacidade de resumir as partes de um corpo de modo a formar um novo conjunto. | Criar, inventar, planear, interpretar, modificar, planificar, escrever e resumir. |
Avaliação – e a capacidade de julgar o valor do material. | Avaliar, comparar, concluir, criticar, descrever, explicar interpretar e sinalizar |
Relação entre objetivos, conteúdos e métodos
Segundo LIBÂNEO (1994), Os objectivos antecipam resultados e processos esperados conjunto de professores e dos alunos, expressando conhecimentos, habilidades e hábitos a serem assimilados de acordo com as exigências metodológicas.
Os conteúdos formam a base objectiva da instrução, conhecimentos sistematizados e habilidades referidos aos objectivos e viabilizados pelos métodos de transmissão e assimilação. Métodos são determinados pela relação objectivo-conteúdo e dão a forma pela qual se concretiza esta relacao em condicoes
Importância dos objectivos
Segundo PILETT (1990), O professor precisa determinar inicialmente o que o aluno precisa de fazer no final do aprendizado. Se não define os objectivos não pode avaliar o resultado da sua actividade de ensino nem escolher os procedimentos mais adequados.
- Ajudam o professor e o aluno a conhecer as metas do PEA ou seja os resultados que se desejam obter com a intervenção educativa;
- Indicam o nível de aprofundamento na abordagem dos conceitos adequados ao nível etário e ao desenvolvimento cognitivo dos alunos;
- Orientam o processo d avaliação.
Leia Também Sobre:
- Objectivos da Educação em Moçambique Pós-independência
- Educação em Moçambique depois da Independência
- A Educação em Moçambique no Tempo Colonial
- Necessidades Educativas Especiais de Linguagem
- Os 4 A’s aplicados às instituições de Ensino
- Escola como uma Organização
- Meios de ensino
- Novas correntes psicopedagógicas
- Influência da Educação no agregado Familiar
- Planificação do processo de Ensino e Aprendizagem
Bibliografia
1.BLOOM, B.S In; Saldanha, L.E. Educação brasileira contemporânea: organização e funcionamento. São Paulo, 1956.
2.LIBANEO, José Carlos, Didáctica, São Paulo, Cortez, 1994.
3.MECHISSE, Guedes, Sebenta de didáctica Geral, Maputo, 2011.
4.PILETTI, Claudino, didáctica Geral 21 ed., São Paulo Editora Ática, 1990.