A invenção da bússola revolucionou a história da humanidade e deu ao homem a possibilidade de explorar um mundo novo. Tudo começou com a descoberta da agulha magnética, que era atraída para a direcção dos pólos do planeta Terra.
A bússola foi um importante instrumento, utilizada durante as navegações que marcaram o período das grandes descobertas. A expansão marítima europeia dos séculos XV e XVI, e as actividades mercantis ligadas a ela causaram a disseminação geográfica dos polos comerciais da Ásia, África e América. Portanto os navios mercantis, ou não, usavam a bússola por saberem que ela possibilitava que os viajantes, exploradores e mercadores – no mar ou em terra – determinassem de forma ágil e certeira o rumo certo da viagem.
Esse instrumento, indispensável, nada mais é do que uma caixa com uma agulha magnetizada ao meio, que aponta para o ponto cardeal Norte. Serve para indicar a direcção correta a seguir, pois o mar era um obstáculo muitas vezes desconhecido. Então, esta ferramenta foi de enorme importância para o progresso das civilizações e expansão económica em meados do século XVI – chamada Era dos Descobrimentos e das grandes navegações.
O modelo que conhecemos hoje foi desenvolvido em 1471 por intelectuais actuantes da Escola de Sagres. Mas a origem desse magnifico instrumento ainda é um mistério. Pois alguns historiadores dizem que muitos séculos antes, a bússola, já era utilizada para outras finalidades pelos chineses.
A bússola proporcionou um transporte mais eficiente e seguro das mercadorias que eram comercializadas através das rotas dos mares; também abriu um grande espaço para a exploração marítima. As potências marítimas da época (Veneza, Portugal, Espanha, Holanda, Inglaterra e França) progrediram substancialmente. A partir de 1280, a economia mundial recebeu um grandioso crescimento no comércio que ocasionou em meados do século XIII uma revolução comercial. É importante destacar que o aprimoramento da construção náutica, onde a bússola está inclusa, possibilitou a abertura e o aumento das rotas marítimas.
Com todo esse alargamento comercial haviam projectos com o intuito de descobrir rotas alternativas que facilitassem essa expansão comercial, pois os riscos durantes as longas rotas eram numerosos e causavam preocupação. Além disso havia a necessidade de abrir novas rotas de comércio com a intenção de conquistar novas oportunidades comerciais. Conhecer a história da bússola é, sem dúvida, perceber a extraordinária trajectória da criatividade humana. São relatos de descobertas, criação, aprimoramento, oportunidade e mercantilismo.
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Referências:
BRAUDEL, Fernand. Civilização material, economia e capitalismo: séculos XV-XVIII, volume 2 : os jogos das trocas. Lisboa: Martins Fontes, 1998.
