A Roma, assim como outros países, desenvolveu sua cultura e educação mais tarde que os gregos. A educação na Roma era dividida em três partes distintas: a latina original ou heróico-patriarcal; a educação cosmopolita, de influência grega; e a educação do império, com a fusão entre cultura grega e helenística. A cultura e educação romana possuía carácter linguista, onde as crianças aprendiam o grego e o latim.
A primeira época da República foi marcada por uma educação de carácter aristocrática onde os patrícios, proprietários rurais e guerreiros, eram os beneficiados por essa educação que tinha objectivos de ensinar os valores da nobreza e cultuar os ancestrais e heróis. A família era a responsável pela transmissão educacional, as meninas aprendiam os afazeres domésticos com as mães, enquanto que os meninos após completarem sete anos os pais se ocupavam de sua educação.
Nessa educação, heróico-patriarcal, as crianças aprendiam a ler, escrever, contar, manusear armas, praticar natação, lutar, andar a cavalo, tais exercícios visava a formação de guerreiros. Os filhos acompanhavam os pais nos tribunais e senado aprendendo a conviver civilmente e a cerca dos 16 a 17 anos seguiam para o serviço militar.
A educação desse período pouco se preocupava com o preparo intelectual, se voltava para as vivências quotidianas com imitações dos antepassados e possuía duplo aspecto: a educação física tinha carácter militar e a jurídico-moral, baseada na lei das Dozes Tábuas.
A educação cosmopolita surge sob grande influência grega e em consequência das modificações sociais e culturais com o enriquecimento de alguns plebeus que passam a ter mais força política. Com a invasão cultural helénica pelos gregos percebe-se a necessidade de uma nova forma de educar aí surge então o helenismo.
O helenismo faz surgir na Roma a literatura e a educação escolar, por volta do século IVa.C. surge as primeiras escolas particulares chamadas ludi magíster, onde crianças de sete a doze anos aprendiam a ler e tinham professores mal remunerados e que se sujeitavam a condições precárias para exercer a profissão. Havia escolas que ensinava o grego outro o latim.
Ainda na educação cosmopolita surge as escolas dos gramáticos onde os jovens aprendiam literatura grega, geografia, aritmética, geometria e astronomia, as chamadas “disciplinas reais”. Alguns conservadores se opõem a influência grega. No século I a.C. surge as escolas superiores que se desenvolveu durante o império, eram frequentadas pelos jovens da elite que além de estudarem as disciplinas reais estudavam também direito, filosofia e política, mas apesar das inovações a educação ainda seguia um modelo aristocrático.
Na época do império a educação se diferencia da anterior pela organização, as escolas passam a ser assuntos públicos, mas isso ocorre de forma lenta. A política educacional começa com Cézar, que cria escolas municipais e concede direito à cidadania aos mestres, depois Vespasiano no século I d.C. libera de impostos professores de ensino médio e superior e paga cursos de retórica a alguns mestres.
Os imperadores estimulavam a criação de escolas públicas em Roma e em todo o império, alguns influenciaram na questão salarial dos professores do ensino privado. Houve grande desenvolvimento no ensino terciário.
Os romanos visavam a universalização da cultura, da língua latina e do direito para isso se utilizavam das escolas. Nesse período foram criadas bibliotecas e os romanos se apropriavam dos escritos das regiões conquistadas, no século II Adriano funda o Ateneu, espaço de discussão e cultura, grades nomes surgiram nesse período como Séneca, Quintiliano, Santo Agostinho, entre outros.
A educação romana, assim como as demais educações da antiguidade se apresenta de forma aristocrática onde a elite é a maior favorecida em termos de desenvolvimento intelectual e percebe-se que o modelo de estruturação educacional romana vigora até a actualidade com a divisão do ensino em elementar, médio e superior.
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Bibliografia
ARANHA, Maria Lúcia de Arruda. História da Educação. 2ed. São Paulo: Moderna, 1996.LUZURIAGA, Lorenzo. História da educação e da pedagogia.19ed. São Paulo: Nacional,2001.http://valreisnane.blogspot.com/2009/06/educacao-romana-na-antiguidade.html