O embargo feito pelos países membros da OPEP e do Golfo Pérsico na distribuição de petróleo para os EUA e os países da Europa, culminou com a elevação do preço do petróleo, que também aumentou os preços da energia pagos pelos consumidores e os custos operacionais das empresas usuárias de energia foram repassados aos preços dos produtos derivados do petróleo, como os plásticos.
A crise teve um efeito macroeconómico de um aumento simultâneo de impostos sobre consumidores e empresas: o consumo e o investimento diminuíram em todos os lugares e a economia mundial entrou em recessão, o balanço da conta corrente dos países importadores de petróleo piorou.
Desde o final dos anos 60 do século passado o mundo entrou numa inexplicável recessão económica, fazendo com que se verificasse uma inflação na maioria dos países, tanto produtores e exportadores de petróleo como importadores e consumidores.
“para descrever as condições macroeconómicas adversas de 1974 e 1975, os economistas passaram a utilizar uma nova palavra que acabou se tornando comum: estagflação”. A estagflação foi o resultado de dois (2) factores:
1º Aumento nos preços dos produtos que directamente aumentarem a inflação, enquanto ao mesmo tempo diminuíram a demanda e a oferta agregadas;
2º Expectativas de inflação futura que comprometiam os salários e outros preços, a respeito da recessão e do desemprego crescente.
Conteúdos
A crise na indústria Petrolífera
A indústria petrolífera foi desencadeada num contexto de deficit de oferta, com o início do processo de nacionalizações e de uma série de conflitos envolvendo os produtores árabes da OPEP, como a Guerra dos Seis Dias (1967), a Guerra de Yom Kipur (1973), a Revolução Islâmica no Irão (1979) e a Guerra Irão – Iraque (a partir de 1980) o que fez com que os preços do barril de Petróleo atingissem valores elevadíssimos, chegando a aumentar até 400% em cinco meses (17/10/1973 – 18/03/1974), o que provocou grande recessão nos EUA e na Europa e desestabilizou a economia de outras partes do mundo.
A crise na indústria petrolífera aconteceu em cinco fases, todas depois da segunda guerra mundial, provocado pelo embargo dos países membros da OPEP e do golfo Pérsico na distribuição do petróleo para os EUA e os países da Europa.
A Primeira Fase da Crise do Petróleo
A primeira fase ocorreu em 1956, depois que o presidente do Egipto, na época, Gamal Nasser, nacionalizou o Canal do Suez, até então propriedade da empresa Anglo – Francesa. O canal é uma importante passagem para exportação de produtos da região para países ocidentais, pelo que em virtude dessa crise, o abastecimento foi interrompido com o bloqueio do canal, levando a um aumento súbito do preço do Petróleo.
Segunda Fase da Crise do Petróleo
A segunda fase da crise do petróleo aconteceu em 1973, após a Guerra de Yom Kipur, envolvendo Israel e os Países Árabes.
Para protestar contra o apoio dos Estados Unidos da América e da Holanda, Israel, os estados membros árabes da “Organização dos Países Exportadores de Petróleo” (OPEP) impuseram um embargo aos embarques de petróleo para aqueles dois países. Temendo mais problemas nos embarques de petróleo, os compradores aumentaram os preços do petróleo à medida que tentavam manter stock como precaução.
Fortalecidos por esses factos no mercado do petróleo, os países membros da OPEP aumentaram o preço que cobravam de seus principais clientes, as grandes empresas de petróleo.
Em Março de 1974, o preço do petróleo havia quadruplicado em relação ao preço antes da guerra, de 3 dólares por barril, para 12 dólares por barril, tendo neste caso aumentado cerca de 400% do que o preço anterior. A elevação abrupta do preço do petróleo, aumentou o preço da energia pagos pelos consumidores e os custos operacionais das empresas usuárias de energia também foram repassados aos preços dos produtos derivados do petróleo.
Terceira Fase da Crise do Petróleo
A terceira fase ocorreu durante a crise política no Irão e a consequente deposição do Xá Reza Pahveli, o que desorganizou todo o sector de produção e provocou a suspensão das exportações do petróleo daquele país.
Na sequência da Revolução Islâmica do Irão, travou-se a guerra Irão – Iraque, no qual foram mortos mais de um milhão de soldados de ambos os países, tendo o preço do petróleo disparado face a súbita diminuição da produção de dois dos principais produtores mundiais. Os preços do petróleo subiram de 13 dólares por barril em 1978 para aproximadamente 130 dólares por barril em 1980, tendo neste caso aumentado cerca de 1000%.
Quarta Fase da Crise do Petróleo
A quarta fase ocorreu durante a Guerra do Golfo em 1991, depois que o Iraque governado por Saddam Hussein invadiu o país vizinho Kuwait, um dos maiores produtores de petróleo do mundo.
Com a invasão dos Estados Unidos da América e dos países aliados, os Iranianos foram expulsos do Kuwait. Contudo, incendiaram alguns poços de Petróleo dos Emiratos provocando uma crise económica e ecológica.
Quinta Fase da Crise do Petróleo
A quinta fase deu-se no ano de 2008, quando os preços subiram mais de 100% entre Janeiro e Julho, em virtude de movimentos especulativos a nível global.
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