Pode-se definir Capitalismo como um sistema econômico surgido no Ocidente, na Idade Moderna, que se expandiu pelo mundo contemporâneo nos séculos, seguintes. Hoje, é esse o sistema econômico que impera em uma escala praticamente global, rompendo fronteiras e culturas.
Origem
Historicamente, o Capitalismo assumiu diversas fases. Surgiu como Capitalismo comercial, fase chamada de mercantilista, entre os séculos XVI e XVIII, e sobre a qual alguns autores discordam se constituiu de fato uma etapa propriamente capitalista ou se deve ser interpretada apenas como um período de transição entre estruturas feudais e estruturas capitalistas; a segunda fase do Capitalismo é o momento em que ele atingiu com vigor a produção industrial.
Era o Capitalismo industrial de livre concorrência, característico dos primeiros avanços da Revolução Industrial na Inglaterra de fins do século XVIII e grande parte do século XIX. A seguir, surgiu o Capitalismo monopolista, típico do imperialismo dos anos 1870-1914, e caracterizado pela concentração de capitais, pela luta por mercados e pelo proteccionismo das Nações em competição. Por fim, ainda no mesmo período emergiu o Capitalismo o financeiro. Nessa fase, grandes bancos concentravam os capitais advindos do crescimento económico, e as bolsas de valores negociavam acções das empresas.
Atualmente
Hoje, princípios do século XXI, com o fenómeno da globalização, analistas julgam que entramos em uma nova fase do Capitalismo. Cada uma dessas etapas foi caracterizada por avanços técnico-científicos que impulsionaram o desenvolvimento das empresas capitalistas.
Os grandes influentes
Dois dos mais influentes foram os pensadores alemães Karl Marx e Max Weber, que escreveram suas obras nos séculos XIX e XX, quando o Capitalismo industrial estava no auge. Karl Marx pensou o Capitalismo, no século XIX, como um entre vários modos de produção. Por ser um materialista histórico, Marx buscou identificar e explicar o conjunto de relações sociais, econômicas e políticas desse sistema económico, ou seja, o que caracterizava suas relações de produção e o que tinha permitido o surgimento do Capitalismo como modo de produção dominante.
Na era moderna como a fase em que se deu a chamada “acumulação primitiva” de capital, que ocorreu a partir do crescimento das relações comerciais europeias com as áreas coloniais do mundo, o que equivaleria ao fenómeno designado como Mercantilismo, fase sem a qual o Capitalismo não teria surgido.
Marx acreditava ainda que o modo de produção capitalista criava um conflito irremediável entre as principais classes desse tipo de sociedade: o proletariado e a burguesia. Outro grande teórico do Capitalismo foi Max Weber, para quem o Capitalismo não poderia ser conceituado unicamente com base em cálculos económicos, sendo isolado de questões culturais. Criticou ainda a opinião então comum de que o Capitalismo era pura e simplesmente o espírito ou a ânsia do lucro.
O “impulso para o ganho” ou a “ânsia de lucro”, afirmou Weber, não tem nada a ver com o Capitalismo em si, pois em todas as épocas e lugares os indivíduos souberam se aproveitar de alguma situação favorável ao lucro monetário. Para Weber, atitudes “capitalistas” isoladas, aventureiras, existiram em todo o mundo em diferentes épocas da história: financiamento de guerras, ações de pirataria, empréstimos para governos.
Leia Também Sobre:
- Principais correntes da Historiografia Africana
- Impacto do comércio na costa oriental
- Organização social dos Bantu
- Consequências da penetração mercantil europeia no continente Africano
- Antiguidade
- Resumo: Guerra Fria – conceito, causas, surgimento e consequências
- Tratado de Versalhes
- Causas e consequências da crise económica de 1929
- Resumo: A segunda guerra mundial – causa, fases, consequência e características
- Queda do Muro de Berlim
- Resumo: Sociedade das Nações (SDN) – causas da criação e fracasso
Fontes:
Catani, Afrânio Mendes. O que é capitalismo. São Paulo: Brasiliense, 1999.
Santiago, Theo. Do feudalismo ao capitalismo: uma discussão histórica. 9. ed. São Paulo: Contexto, 2003.
Weber, Max. A ética protestante e o espírito do capitalismo. São Paulo: Pioneira, 1997.