Em 1815 no Congresso de Viena, a atual Alemanha ficou dividida em 39 Estados independentes – chamado Confederação Alemã ou Germânica. Os estados mais fortes eram a Prússia e Áustria.
Na antiguidade a Germânia correspondia a região de onde partiram os povos “bárbaros” que invadiram o “Império Romano do Ocidente no Século V” (marca do início da idade media), dando origem a pequenos reinos, entre eles o Reino Franco, mas no século VIII, parte da Germânia foi anexada por Carlos Magno ao Império Carolíngio (Reino Franco).
A Confederação germânica, era governada por uma assembleia com representantes de todos os estados. Porém, eram os representantes dos maiores estados, Prússia e Áustria, que tinham maior poder e acabavam por decidir quase tudo. Enquanto a Áustria era contrária a unificação, a Prússia era favorável, pois pretendia aumentar seu poder sobre o território germânico e ampliar o desenvolvimento industrial.
Conteúdos
O Zollverein
Em 1834, a Prússia liderou a criação do Zollverein (união aduaneira dos Estados Germânicos) com o objetivo de facilitar o comércio entre os Estados e incentivar o desenvolvimento industrial. Foi uma unificação econômica entre o Estados da Confederação Germânica, com exceção da Áustria. Essa unificação econômica foi uma “união aduaneira” Imposto alfandegário. Isto permitia a livre circulação de mercadorias dentro dos estados alemães membros do Zollverein sem pagar taxas de impostos alfandegários.
A Guerra dos Ducados (1864)
Em 1864 a Prússia juntou-se à Áustria em uma guerra contra a Dinamarca pelo domínio dos ducados de Schleswig e Holstein. O confronto ficou conhecido como Guerra dos Ducados’ e ao seu final, Prússia e Áustria, vitoriosas, dividiram a administração dos ducados através da Convenção de Gastein, em 1865. A Áustria, porém, tentou implantar uma política única ao condado de Holstein, privando assim a Prússia de direitos assegurados em outros acordos. Restou a Bismarck entrar em guerra contra a Áustria em 1866.
A Guerra Austro-Prussiana (1866)
Em 1866, a Prússia, com o auxilio da Itália,[1] também sob processo de unificação nacional, entrou em Guerra contra a Áustria. A vitória prussiana veio após a Batalha de Königgrätz, em Sadowa (3 de Julho de 1866). No dia 23 de Agosto de 1866, foi firmado o acordo de paz em Praga. Com a vitória a Prússia expulsou a Áustria da Alemanha.
Otto Von Bismarck
No ano seguinte, Bismarck dividiu a Confederação em dois grupos de Estados; a Confederação do Norte e a do Sul, tendo como limite o rio Main. A Confederação da Alemanha do Norte, logicamente, ficou sob seu controle, com os países (principados e cidades livres), luteranos, que a apoiaram na Guerra Austro-Prussiana. Os quatro Estados que formavam a Confederação do Sul, majoritariamente católicos, não conseguiram se consolidar em uma unidade. Estes Estados viriam a negociar um pacto com a Confederação da Alemanha do Norte, segundo o qual, em caso de guerra com a França, o rei da Prússia tornar-se-ia general dos exércitos germânicos. A Confederação do Norte é a antecessora do Império Alemão, que precisava de muito pouco para se concretizar: a guerra contra a França.
A Guerra Franco-Prussiana (1870-1871)
Apesar de a Áustria ter sido derrotada pela Prússia, o sul da Alemanha era constituído por democratas e aspiravam a uma Alemanha liberal, se opondo à união com a Prússia de Bismarck, que era um Estado militarista. Visando eliminar este entrave à unificação do norte com o sul, Bismarck necessitava de um inimigo comum que uniria, e possibilitaria a futura unificação; e este inimigo mais adiante seria a França de Napoleão III. Desde os tempos das guerras napoleônicas (de Napoleão I, derrotado em 18 de junho de 1815), os prussianos não simpatizavam com a França, e os professores prussianos repassavam este sentimento aos seus alunos em relação à nação francesa. Daí, Bismarck afirmar que foi o mestre-escola quem ganhou a guerra da prussiana, logo após a derrota da França na guerra contra a Prússia
Pretexto da Guerra Franco-Prussiana (1870-1871)
A Espanha, que estava sem rei desde 1868, ofereceu através de seu parlamento a Coroa ao príncipe Leopoldo de Hohenzollern-Sigmaringen, parente afastado do rei da Prússia. Tal fato era inaceitável pela Europa anti-prussiana que contava também com a França. O ministro do exército francês proferiu um discurso indignado e belicoso contra a Prússia, o que gerou sentimentos antifranceses no sul da Alemanha. Bismarck aproveitou-se da ideia de guerra entre os dois países, pois estava interessado em territórios franceses e sabia que conseguiria apoio no sul da Alemanha, o que seria decisivo para seus planos de unificação alemã. A unificação da Alemanha, política e administrativamente, em um Estado-nação, realizou-se, oficialmente, no dia 18 de Janeiro de 1871, na Galeria dos Espelhos do Palácio de Versalhes, na França.
Consequências da unificação alemã
- Surgimento do II Reich na Alemanha (Império Alemão);
- Aumento do poder geopolítico da Alemanha na Europa;
- Entrada da Alemanha na disputa por território no processo de neocolonização da África e Ásia;
- Aumento da rivalidade com a Inglaterra em busca de mercados para escoamento de produtos acabados, consederado um dos factores que viria impocionar a primeira guerra mundial;
- Formação da Tríplice Aliança em 1882, composto por Áustria, Itália e Alemanha sendo este último o líder do bloco.
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