Educação Sanitária é processo que visa capacitar os indivíduos a agir concretamente diante da realidade quotidiana. Visa também a auto capacitação dos vários grupos sociais para lhe dar com problemas fundamentais da vida, tais como, nutrição, desenvolvimento biopsicológico, reprodução, tudo no contexto de uma sociedade dinâmica (Bezerra, 1986, Valente, 1986, Lavinsky, 1988, Pitta, 1994; Freitas, 1997; Vasconcelos, 1997).
Os cursos de nutrição e o interesse por pesquisa e alimentação e nutrição tiveram vigor extraordinária a partir de mediados do século XX, por ocasião da segunda guerra mundial exactamente por causa dessa relação.
O curso de nutricionistas da faculdade saúde pública foi submetido a várias e profundas informações ao longo da sua existência, seja no que diz respeito a seu projecto pedagógica seja ao número de vagas oferecidas ao período de funcionamento e ao corpo docente. Inicialmente o seu funcionalmente destinava a educadora sanitárias e os graduados dos cursos de farmácia, física, química, ciências naturais e enfermagem. Pode-se considerar que as educadoras sanitárias foram as percursarias dos nutricionistas.
O curso serviu de modelo para duas importantes conferências da organização mundial da saúde (OMS) e da organização pan-africano de saúde (OPAS) sobre treinamento de nutricionistas.
Conteúdos
Mètodos e meios da Educação sanitária
Objectivo: Educação e persuasão de indivíduos adultos.
A educação sanitária na escola: Utiliza métodos pedagógicos próprios; Necessita de auxilio da equipe pedagógica escolar para que a informação seja assimilada pelas crianças de forma mais efectiva.
1-Mètodos bidireccionais ou directos.
Há contacto directo entre educador e educando utilizando a palavra como meio de comunicação (indivíduos e grupos)
Métodos e unidiricionais ou indirectos
Há uma distancia no espaço e, ou tempo entre o educador e educando, utiliza a palavra falada a escrita ou a imagem, interpondo vários meios técnico (meios de comunicação, grupo e colectividade).
Observação1
Importante:
Quanto a estreita for a relação entre o educador e o educando, maior será a interacção entre eles e maior a eficácia do método adoptado;
Observção-2
Métodos directos mais eficazes que indirectos. Dentre eles: diálogo e discussões em grupo melhor que palestra e aula.
Contacto directo entre educador e educando;
Utiliza a palavra falada primeiro e o mais afectivo;
Pode utilizar recursos técnicos desenhos, quadro negro, datashow e slaides.
Principais Vantagens
Contacto directos entre as partes e elucidação das dúvidas ou problemas que o educando possa a apresentar.
Principais vias de aplicação
Dialogos
- Criar almas de confiança e compreensão; tanto social de entrevistador (estudar conversas e aconselhar) Estimular o interesse; Aproveitar situações de momento.
Aulas:
- Utilização de recursos ao audiovisuais de apoio, texto e indicações de livro; Mais para aquisição de conhecimento; Ideal não exceder 50 minutos; Resumo no final da aula.
- Palestras é um método mais utilizado no meio da saúde dirigidas para grupos, deve ser:
Promovida pelo próprio grupo social; Orador elegido deve conhecer o tema; Tema deve responder necessidades e interesse do público; Condições locais óptimas; Deve se levar em conta condições técnicas.
Discussões em grupo: De 12 à 15 pessoas.
- Conduzida por um líder; Sempre embaladas para tratar problemas;
- Soluções estabelecidas consenso geral;
- Muito eficaz de grupo de educação sanitária (mais demográfico).
Métodos indirecto de educação sanitária: Utilizam a palavra falada ou escrita ou imagem; Intercalam-se vários meios técnicos entre educador e educando; Alcançam um número elevado de pessoas ⇒ meios de comunicação de massa.
Meios de comunicação de massa (três ordens):
-Visuais: cartazes, folhetos, cartas circulares, revistas, jornais, etc.
Sonouros: rádio.
Mistos (audiovisuais): cinema, vídeo e televisão.
Desvantagens: Não há relação cara-a-cara entre educador e educando; Eficácia de comunicação menor – Não há refluxo de informações entre as partes;
-Efeitos dos meios de comunicação de massa:
-Incrementam o conhecimento da população sobre o tema;
-São úteis para informar e sensibilizar grupos e colectividades sobre hábitos insanos;
– Objectivo do programa educativo.
As causas da desnutrição
As suas causas são agrupadas em diferentes níveis, nomeadamente causas imediatas, adjacentes e básicas.
As causas imediatas são: a ingestão inadequada de alimentos; o mau estado de saúde dos indivíduos.
As causas subjacentes são: a insegurança alimentar, baixa qualidade dos cuidados para mães e crianças; 3) disponibilidade inadequada de serviços de saúde, saneamento e falta de acesso à fontes de água potável.
As causas básicas incluem: a falta de recursos humanos e naturais e a gestão inadequada dos recursos.
A desnutrição crónica é a mais elevada entre os três tipos de desnutrição em Moçambique. Para além das causas mencionadas, os efeitos interjeccionais têm também que ser considerados. Mulheres com baixa estatura têm maior probabilidade de dar á luz bebés com baixo peso a nascença e com baixa estatura aos cinco anos de idade, perpetuando assim o ciclo da desnutrição de geração para geração.
A desnutrição crónica resulta do fraco desenvolvimento do feto e do crescimento insuficiente da criança durante os primeiros dois anos de vida. Deste modo, os factores principais que influenciam a desnutrição crónica são: o estado de saúde da mãe antes e durante a gravidez, a alimentação da criança, o estado de saúde e os cuidados da criança nos primeiros dois anos de vida. A desnutrição crónica nos primeiros anos de vida não só conduz ao aumento da mortalidade infantil, mas também leva ao atraso do desenvolvimento físico e mental, o qual afecta subsequentemente o desempenho e a frequência escolar.
Insegurança alimentar
Apesar da melhoria nas taxas de crescimento económico, Moçambique continua sendo um dos países mais pobres com 54% da sua população vivendo abaixo da pobreza absoluta e com 35% das famílias (Estudo de Base de SAN, SETSAN 2006) encontrando-se em situação de insegurança alimentar crónica, isto quer dizer, está muito vulnerável para choques.
Os frequentes desastres naturais e a pandemia do HIV/SIDA afectam a resistência das famílias e das comunidades e torna o país vulnerável à insegurança alimentar crónica e transitória. As famílias com poucos bens e com falta de emprego, as crianças órfãs e vulneráveis e pessoas vivendo com o HIV são particularmente vulneráveis à insegurança alimentar que afecta a sua capacidade de se beneficiarem dos ganhos económicos, sociais e de saúde.
Moçambique é propenso a desastres naturais causando enormes danos humanos e retrocessos económicos. As secas recorrentes, particularmente nas zonas semi-áridas, resultam em insegurança alimentar e nutricional nas zonas afectadas. Com cerca de 66% da população vivendo nas zonas rurais e uma economia predominantemente baseada na agricultura de sequeiro, as variações climáticas recorrentes têm um grande impacto.
A insegurança alimentar é avaliada com base na disponibilidade e acesso aos alimentos e na qualidade da dieta. Em geral a avaliação da diversidade da dieta, baseia-se na avaliação de dois indicadores tais como o número médio de refeições consumidas e a qualidade da dieta (número de alimentos consumidos: cereais; tubérculos; carne; ovos; peixe e mariscos; leguminosas; hortaliças; fruta; leite e seus derivados; óleo e sementes oleaginosas; açucares e sal).
A dieta das populações é baseada no consumo de cereais (milho, mapira e arroz) em todo o país. A mandioca é maioritariamente consumida nas zonas norte das províncias de Cabo Delgado, Nampula e Zambézia e no sul da Província de Inhambane. Os feijões (proteína vegetal) também são um alimento importante das famílias em todo o país.
O consumo de proteína animal (carne, ovos, leite) ainda é muito baixa em todo o país contudo, a disponibilidade de carne bovina cresceu de 5,904 Toneladas Métricas em 2006 para 6.584 Toneladas Métricas em 2007 e de frango cresceu 78.2% de 6.956,5 Toneladas Métricas em 2006 para 12.397 Toneladas Métricas em 2007 (República de Moçambique, 2007). É necessário realizar-se um estudo mais detalhado sobre a proporção dos grupos de alimentos consumidos pela população ao nível nacional e provincial.
Para muitos moçambicanos o acesso aos alimentos depende da capacidade de conservação dos alimentos das famílias e das receitas derivadas da venda de produção e culturas de rendimento, emprego, pequenos negócios e vários mecanismos de apoio social. O acesso aos alimentos é um importante determinante da insegurança alimentar e é determinado pelo acesso físico aos mercados e o poder de compra. A redução significativa na transferência de receitas nos últimos anos contribuiu para a situação da insegurança alimentar. Nos períodos de carência, as famílias pobres empregam mecanismos de sobrevivência associados à alimentação, incluindo diminuir o número de refeições e reduzir a quantidade de alimentos nas refeições.
Insegurança alimentar
Apesar da melhoria nas taxas de crescimento económico, Moçambique continua sendo um dos países mais pobres com 54% da sua população vivendo abaixo da pobreza absoluta e com 35% das famílias encontrando-se em situação de insegurança alimentar crónica.
Os frequentes desastres naturais e a pandemia do HIV/SIDA afectam a resistência das famílias e das comunidades e torna o país vulnerável à insegurança alimentar crónica e transitória. As famílias com poucos bens e com falta de emprego, as crianças órfãs e vulneráveis e pessoas vivendo com o HIV são particularmente vulneráveis à insegurança alimentar que afecta a sua capacidade de se beneficiarem dos ganhos económicos, sociais e de saúde.
Moçambique é propenso a desastres naturais causando enormes danos humanos e retrocessos económicos. As secas recorrentes, particularmente nas zonas semi-áridas, resultam em insegurança alimentar e nutricional nas zonas afectadas. Com cerca de 66% da população vivendo nas zonas rurais e uma economia predominantemente baseada na agricultura de sequeiro, as variações climáticas recorrentes têm um grande impacto.
A insegurança alimentar é avaliada com base na disponibilidade e acesso aos alimentos e na qualidade da dieta. Em geral a avaliação da diversidade da dieta, baseia-se na avaliação de dois indicadores tais como o número médio de refeições consumidas e a qualidade da dieta (número de alimentos consumidos: cereais; tubérculos; carne; ovos; peixe e mariscos; leguminosas; hortaliças; fruta; leite e seus derivados; óleo e sementes oleaginosas; açucares e sal).
A dieta das populações é baseada no consumo de cereais (milho, mapira e arroz) em todo o país. A mandioca é maioritariamente consumida nas zonas norte das províncias de Cabo Delgado, Nampula e Zambézia e no sul da Província de Inhambane. Os feijões (proteína vegetal) também são um alimento importante das famílias em todo o país.
O consumo de proteína animal (carne, ovos, leite) ainda é muito baixa em todo o país contudo, a disponibilidade de carne bovina É necessário realizar-se um estudo mais detalhado sobre a proporção dos grupos de alimentos consumidos pela população ao nível nacional, provincial distrital e locais.
Para muitos moçambicanos o acesso aos alimentos depende da capacidade de conservação dos alimentos das famílias e das receitas derivadas da venda de produção e culturas de rendimento, emprego, pequenos negócios e vários mecanismos de apoio social. O acesso aos alimentos é um importante determinante da insegurança alimentar e é determinado pelo acesso físico aos mercados e o poder de compra. A redução significativa na transferência de receitas nos últimos anos contribuiu para a situação da insegurança alimentar. Nos períodos de carência, as famílias pobres empregam mecanismos de sobrevivência associados à alimentação, incluindo diminuir o número de refeições e reduzir a quantidade de alimentos nas refeições.
Geralmente os meses mais críticos em termos de segurança alimentar são os meses de Outubro, Novembro, Dezembro, Janeiro e Fevereiro, terminando com as primeiras colheitas em Março. Esta situação é aplicada em alguns Postos Administrativos dos distritos das zonas áridas e semi-áridas que são cronicamente vulneráveis em termos de insegurança alimentar, mesmo em anos considerados normais em termos de produção agrícola. Em relação ao acesso nestas mesmas zonas, muitas vezes a oferta de produtos nos mercados é muito baixa, faltando alguns produtos básicos como o milho. Contudo o maior problema é o do acesso a água potável.
Tal como inquéritos anteriores realizados em Moçambique, mostra que perto de dois terços dos recém-nascidos são amamentados ao peito dentro do período recomendado (na primeira hora após o nascimento) e cerca de 90% sã0 amamentados no primeiro dia de vida.
Um estudo qualitativo na Cidade de Maputo e nas províncias de Maputo, Gaza, Tete, Zambézia e Nampula mostrou que muitas mães têm ouvido falar sobre a recomendação do aleitamento exclusivo nos primeiros seis meses, mas muitas sogras e muitos pais não acreditam que isto é possível, e insistem em dar água, papas ou medicamentos tradicionais às crianças menores de seis meses.
Serviços de saúde, água e saneamento do meio
A cobertura dos serviços de saúde aumenta cada vez mais, mas somente a memória da população tem acesso a Cuidados de Saúde num raio de 30 minutos das suas casas. Devido ao acesso limitado às Unidades Sanitárias, desde o período pós-independência são introduzidas as Brigadas Móveis como uma medida crítica para expandir a cobertura dos Cuidados de saúde primários. Estas Brigadas Móveis prestam serviços como suplementação de Vitamina A, controle do crescimento da criança, vacinações, consultas pré-natais e entrega de métodos de planeamento familiar.
Bibliografia:
ROCHA, Aristides Almeida, CESAR, Chester Luís, RIBEIRO, Helena, Saúde Pública, 2ᵃ ed, Althemiu ed, São Paulo, 2013.
BOOOC, Maria Cristina Fáber, educação nutricional, 1997.
JONE, S. Augusto, módulos locais e políticos para o desenvolvimento de um programa nacional de alimentação escolar em Moçambique.