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Antropologia Pós-Moderna
A Antropologia Pós-Moderna ou Crítica surge nos anos de 1980 e está preocupada com a
A pós-modernidade, rompeu com os padrões da idade moderna, e é caracterizada pelas abundantes transformações nos âmbitos artísticos, filosóficos, científicos, econômicos, políticos, estéticos, éticos e culturais (SANTOS, 1986). Segundo numerosos filósofos e sociólogos, a pós modernidade começou a manifestar-se mais intensamente na década de 1950.
O desenvolvimento da computação, a crítica da cultura ocidental realizada pela filosofia, a explosão da bomba em Hiroxima e Nagasaki, o final da 2ª Guerra Mundial, a queda do Muro de Berlim, a falência da Guerra Fria, a queda do comunismo e do socialismo, o aparecimento de grupos econômicos expansionistas, a fragilização das barreiras geográficas, a globalização, a crise do capitalismo e a crítica consistente aos padrões éticos e estéticos são apenas alguns indícios de que o mundo que moldou/formou as gerações anteriores não é mais o mesmo (GONÇALVES, 2015; SANTOS, 1986)
A sociedade pós moderna baseia-se no individualismo, no niilismo, no vazio, no consumismo e na ausência de valores e de sentido para a vida (SANTOS, 1986).
De igual modo, outros elementos também se destacam: a valorização exacerbada do momento presente, a liquidez nos relacionamentos pessoais e no trabalho, o redimensionamento do desejo, da sexualidade, do hedonismo e a busca pelo prazer imediato, a qualquer custo.
A par de todo o exposto, é possível inferir que pós-modernidade e Paradigma Emergente são temas que dialogam, na medida que revelam e desencadeiam incontáveis modificações, em diversos segmentos da vida, da atividade e do pensamento humano. Entretanto, é preciso salientar que alguns setores não acompanharam as alterações no pensamento, no modo de ser, de agir, de se relacionar, como por exemplo, a instituição da educação, que, por vezes, tem repetido os padrões modernos, mantendo-se, alheia às inovações pós-modernas e presentes no novo paradigma, justificando, deste modo, a relevância desta pesquisa.
Segundo Dewey, é preciso que os alunos aprendam além dos livros, através da experiência. O conhecimento deve ser algo útil, capaz de transformar a vida dos sujeitos (TEIXEIRA & WESTBROOK, 2010.
A experiência em John Dewey
DEWEY, . É considerado um dos principais representantes do Pragmatismo, doutrina segundo a qual as ideias são instrumentos de ação, e somente fazem sentido quando produzem efeitos práticos e reais (DEWEY apud TEIXEIRA & WESTBROOK, 2010).
Para o autor, o tipo de educação denominado de “escola clássica/tradicional” demonstrava-se insuficiente frente às inúmeras transformações históricas, sociais e econômicas ocorridas entre nos séculos XIX e XX (SOUZA & MARTINELI, 2009).
Dewey argumenta que toda aprendizagem deve ser integrada à vida, isto é, adquirida em uma experiência real de vida. O conhecimento só tem sentido se ele é capaz de dar sentido à vida do sujeito. Por isso, a aprendizagem não pode ser desvinculada da vida e das relações humanas. Neste sentido esclarecem Dewey apud Teixeira & Westbrook (2010, p. 57)
Conexões entre a pós-modernidade e o paradigma emergente
A pós-modernidade baseia-se no individualismo, niilismo, ausência de valores e sentidos de vida, prazeres imediatos, bem como na descrença da razão, indagações constantes acerca de tudo o que está posto, pluralismo ético e teórico, e proliferação de novos projetos e paradigmas (SANTOS, 1986; AZEVEDO, 1993).
Paradigma refere-se ao modelo ou a padrões compartilhados que permitem a explicação de certos aspectos da realidade, sendo mais do que uma teoria e implicando em uma estrutura que gera novas teorias (KUHN, 1994). No século XIX, o modelo utilizado para explicar a realidade era o Paradigma Tradicional, cujos princípios são: objetividade, estabilidade e simplicidade (SANTOS, 2008).
O Paradigma Tradicional defende que os seres são estáveis, simples e determinados. Há, inclusive a possibilidade de separar sujeito-objeto e pesquisadorpesquisado. Tal modelo esclarece que é necessário buscar a neutralidade científica por meio da precisão, da rigorosidade e da fidedignidade (SANTOS, 2008).
No início do século XX, questionamentos a respeito do Paradigma Tradicional da ciência começaram a surgir, no próprio domínio linguístico da ciência, com contribuições dos físicos Max Plank, Einstein, Niels Bohr, Boltzman, Heisenberg. Mais 8 recentemente, acrescentaram-se as contribuições de outros cientistas, tais como o químico russo Ilya Prigogine, o físico e ciberneticista austríaco Heinz von Foerster, o bio-físico francês Henri Atlan, os biólogos chilenos Humberto Maturana, Francisco Varela (VASCONCELLOS, 2002), entre outros.
Em plena pós-modernidade, vem ganhando destaque um novo modelo com a finalidade de abarcar as descobertas recentes e que se dispõe a explicar outros aspectos da realidade: o Paradigma Emergente. Este novo modelo, basicamente, altera a primazia da objetividade, estabilidade e simplicidade para a complexidade, intersubjetividade e imprevisibilidade (VASCONCELLOS, 2002).
Especificamente em relação à totalidade e à integralidade, para o Paradigma Emergente torna-se fundamental considerar o homem e os conhecimentos enquanto possibilidade e universalidade. Isso significa que: “o conhecimento pós-moderno, sendo total, não é determinístico” (CAPRA, 1996, p. 77)
Ora vejamos, Além de tais pilares (intersubjetividade, complexidade e imprevisibilidade), Santos (2008) defende que “todo o conhecimento científico visa constituir-se em senso comum” (p. 88). Tal pensamento opõe-se à ideia predominante na sociedade moderna, na qual o conhecimento estava concentrado nas mãos da elite, sendo marcado por restrições.
Em linhas gerais, o Paradigma Emergente é um modelo ou forma de interpretar o mundo com novos olhares, a partir de uma reconstrução de tudo o que está posto. O homem passa a ser visto como um ser complexo, subjetivo e imprevisível, ao contrário do que pregava o Paradigma Tradicional, que valorizava a objetividade, estabilidade e simplicidade. Desta forma, nota-se uma relação de sintonia entre pós-modernidade e Paradigma Emergente, uma vez que ambos acenam para novas formas de explicar, interpretar o mundo e tudo o que está posto.
Isto e, tanto na pós-modernidade quanto no Paradigma Emergente há uma fluidez e uma identificação nos conceitos, nos modos de ser, pensar e explicar a realidade.
Antropologia Interpretativismo
A Antropologia Hermenêutica ou Interpretativa dos anos 60 irá estabelecer a cultura como uma hierarquia de significados, a partir da leitura que os “nativos” fazem de sua própria cultura.
Seu maior representante é Clifford Geertz e seu livro “A interpretação das culturas”, publicado em 1973.
Bibliografia
DURKHEIM, E. Pragmatismo e sociologia. Florianópolis, SC: UFSC, 2004.
GONÇALVES, J. E. A pós-modernidade e os desafios da educação na atualidade. Disponível em: < http://revista.fundacaoaprender.org.br/index.php?id=116>. Acesso em: 02. ago. 2015.
SANTOS, J. F. O que é pós-moderno. Ed. Brasiliense: São Paulo, 1986
SOUZA, R. A; MARTINELI, T. A. P. Considerações históricas sobre a influência de John Dewey no pensamento pedagógico brasileiro. Revista HISTEDBR On-line, Campinas, n. 35, p. 160-162, set. 2009.
TEIXEIRA, A.; WESTBROOK, R.B. John Dewey. Recife: Coleção Educadores, 2010.