Conteúdos
- 1 A fogueira
- 2 O último aviso do corpo falador
- 3 O dia em que explodiu Mabata-bata
- 4 Os pássaros de Deus
- 5 De como se vazou a vida de Ascolino do Perpétua Socorro
- 6 Afinal, Carlota Gentina não chegou de voar?
- 7 Sade, o lata de água
- 8 As baleias de Quissico
- 9 De como o velho jossia foi salvo
- 10 História dos aparecidos
- 11 A menina do futuro torcido
- 12 Patanhoca, o cobreiro apaixonado
A fogueira
Enquanto a mulher esperava o marido sentada na esteira, o marido voltava do mato onde iria caçar. O casal era de velhos, a mulher viu o seu marido, magro e doentio, chegando devagar e ela, lamentou o facto de o marido estar a emagrecer cada vez mais. O homem sentou-se perto da sua esposa e, perguntou-a o que faria se a mulher perdesse a vida, porque ele estava doente e não podia fazer muito. A esposa acalmou o seu marido e fez perceber que ela não estava doente. Mesmo assim, o marido decidiu procurar uma pá para anticipar a abertura de cova para enterrar a sua esposa quando morrer.
Naquele dia seguinte, o marido foi procurar uma pá enquanto a mulher o esperava sentada. Na manhã do dia seguinte, a mulher foi procurar lenha e o velho iniciou a cavar a cove na qual se dedicou durante duas semanas. Enquanto abria a campa, caiu uma chuva que tampou, na totalidade a cova que o velho teria cavado. O velho amaldeçoou as nuvens mas, não parou de abrir a cova. No dia seguinte, o velho acordou com dores provocadas por enorme trabalho e chuvas que o castigaram enquanto abria a cova. Começou a se queixar das dores, ele transpirava como se tivesse dormido numa fogueira; a mulher preparou comida mas, o velho, mesmo doente, queria retomar o trabalho. Entrou na cova para cavar, mas não consiguiu porque estava muito doente e caiu na cova. A esposa o levou para a esteira, serviu uma chavena de chá e deixou-o a dormir. A velha esperou na porta ate anoitecer e foi dormir. Enquanto dormia, a velha sonhou os seus filhos mortos, a sua machamba cheia de produtos, o velho vestido dessentemente contando as suas histórias a volta da fogueira. Foi um sonho feliz que, a velha queria que a noite demorasse mais para continuar o seu sonho.
Enquanto dormia e sonhava, a velha procurou o braço do marido e, quando o pegou, sentiu que o marido estava morto.
O último aviso do corpo falador
Um certo dia, um pintor chamado Zuzué Paraza, vomitou um corvo vivo. Todo o mundo que estava ao redor ficou admirado e, para mais espanto da multidão, o pássaro pronunciou algumas palavras. Não era possível entender mas, dava para ouvir.
Zuzué apelou a população para não ficar em pânico e dever respeitar o pássaro pois, não era um pássaro qualquer. A população pediu que Zuzué traduzisse o que o pássaro dissera mas, ele não o fez, justificando que aquele pássaro era dono de muitos segredos. O corvo foi tido como milagroso, que podia estabelecer a ligação com os defundos, resolver problemas de maldição e outros. Todos iam para o gabinete de Zuzué para colocar as suas consultas.
É neste processo de consultas que entra a dona Candida, uma mulher mista, viuva que se casou pela segunda vez com um comerciante de nome Sulemane Amade. A dona Candida, antiga exposa do Evaristo, enfrentava problemas no seu novo lar daí que, decidiu fazer uma consulta. Solicitado o advinho, marcou o dia da consulta para a dona Candida. Chegado o dia, a dona Candida explicou ao Zuzué os problemas que passa com o novo marido. O advinho, fez a sua falsa mágica e colocou o corvo falador no ombro da dona Candida que balbuceou as palavras que só o Zuzué podia traduzir. Traduzindo, o Zuzué disse que o falecido marido da dona Candida é que a criava os problemas porque queria roupa para se proteger do frio no mundo dos mortos. A dona Candida já teria queimado toda a roupa do Evaristo a quando das cerimónias tradicionais depois da sua morte. Dai que, ela decidiu levar as roupas do novo marido, Sulemane, para proceder o tratamento mas, o marido não podia saber.
Uma semana depois, o advinho recebeu uma mala cheia de roupas caras de Sulemane. Zuzué, satisfeito, vestiu-se da roupa e, guiado por efeitos de àlcool, expos-se ao público para exibir a roupa cara que vestia. O público, admirado, olhou atentamente no Zuzué que acabou notando que a roupa que trazia pertencia ao Sulemane. O comerciante foi comunicado e, chegou correndo. Maltratou o Zuzué que, no fim confençou que a esposa lhe oferecera as roupas mas, mesmo isso não convenceu o Sulemane que continuou maltratando-o. Nesta confusão, Sulemane atingiu mortalmente o corvo falador. Apercebendo-se disso, Zuzué amaldeçoou o Sulemane que caiu convulcionando no chão e, com medo, a população que assistia pos-se em fuga.
No dia seguinte, a população foi em casa do Zuzué para visita-lo mas, a casa estava vasia. O falso advinho Zuzué teria fugido e deixado a casa sem nada.
O dia em que explodiu Mabata-bata
Um dia um boi explodiu e a carne ficou em forma de borboletas vermelhas. O sucessidido expantou o pastor do gado, Azarias e a zona toda. O boi ora explodido, era o mais grande da manada e estava destinado a prenda do lobolo do tio Raul, o dono da manada. O Azarias, que trabalhava para tio Raul desde que perdera os seus pais, ficou admirado e com medo de ser castigado pelo sucessido.
Pensava em muitas causas que, ate chegou a pensar que a explosão foi causada pelo ndlate, a ave do relâmpago que morava naquela zona. O Mabata-bata, talvez tenha pisado os malígnos do ndlate e se arrebentou mas, o tio Raul não podia acreditar de nada sem ver o boi morto.
Azarias, sem outra idea melhor, decidiu fugir. Fugir foi a melhor solução do pastor que, sofria maus tratos, não tinha tempo para brincar com os outros ne de ir à escola. Ao fim do dia, a avo esperava do Azarias que nunca chegava. Ela estava preocupada mas, o tio Azarias, so pensava que o menino estivesse em algunres fazendo das suas. Quando estavam sentados planificando o lobolo, os soldados chegaram pra comunicar o sucedido. Os soldados regressaram, o tio Raul procurava desisperadamente do menino e dos bois. Chamava-o enquanto jurava não o maltratar. O menino não voltava ate quando a vovo Carolina apareceu e usou da sua bondade para chamar o menino, ai que o menino apareceu, por voz, e disse que os bois estavam la com ele. A vovo Catarina ordenou o menino para escolher um presente por ter juntado os bois e, o tio concordou. O menino, escolheu que no ano segunte fosse a escola. O tio Raul refutou a ideia.
Ndlate apareceu de novo e, desta vez vinha levar o menino para o livrar dos castigos que passava.
Os pássaros de Deus
Esnesto Timba, um pescador já a 12 anos, dedicava a sua vida na pesca para combater a fome que assolava a sua família. Na machamba não se produzia nada, a família so espera do Timba voltar do mar para se alimentar.
Um belo dia, estacionou a sua canoa na berma do mar para refletir sobre o seu sofrimento. Apareceu um pássaro grande que desvoou e caiu na sua canoa. Timba, admirado, foi remando a sua canoa e, o pássaro recuperou. Timba pensou em matar o pássaro para alimentar a família mas, decidiu deixar o pássaro voar. Timba tentou expulsar o pássaro mas, o pássaro não saia da canoa. Timba acreditou que aquele, era um sinal devino e levou o pássaro para casa. A mulher ficou alegre ao ver o marido com o animal mas, para o Timba, aquele animal era sinal de Deus e que não podia ser sacrificado. O homem, construiu uma gaiola para o pássaro e o colocou la onde passou a dar todos cuidados merecidos. O passáro estava aflito necessitando de companhia. O Timba, pediu a Deus que enviasse uma companhia para o pássaro e, assim aconteceu. O guardião, pretendia mostrar a bondade dos homens perante Deus. O casal teve crias e Timba não parou de cuidar as aves.
Enquanto ele estava na pesca, os vizinhos que, já comentavam mal sobre Timba e as aves, queimaram os animais. Quando Timba chegou em casa já estava tudo em cinza, ele pediu perdão a Deus em nome da humanidade. Dia seguinte encontraram Tinga colado no mar que o levou contigo para salva-lo dos castigos da terra.
De como se vazou a vida de Ascolino do Perpétua Socorro
Ascolino Perpétua Socorro, é um colono portugês que vivia em Munhava. Era um homem orgulhoso, que se colocava no topo por causa da sua raça. A sua esposa chamava-se Epifânia, uma mulher magra.
Ascolino tinha um empregado negro de nome Vasco. Quando precisasse de passaer, chamva o Vasco que, o levava de biscicleta até ao destino. Um dia a biscicleta escoregou e cairam. Ascolino, que estava bem vestido, sujou o seu terno e, usando as suas expressoes portuguesas, berrou para o Vasco que depois pediu perdão pelo sucedido.
A trajédia de morte das andorinhas, levaram Ascolino a zangar-se que começou a partir tudo que existia dentro da casa. Quando Vasco viu a acção do seu patrão, aproximou-se para chamar atenção mas, sem sucesso. Quando a casa estava vazia, Ascolino decidiu se lançarna ate em baixo do prédio. O empregado socorreu-lhe. Quando tudo terminou, Ascolino já não tinha nada dentro da sua casa. Valera a chamada de atenção do seu empregado negro sobre aquela acção. O arrependimento tomou conta do Ascolino.
Afinal, Carlota Gentina não chegou de voar?
Carlota Gentina, mulher de um prisioneiro que profere a sua confinsão na estando na cadeia. O episódio começa quando Bartolomeu, o seu cunhado, vem contar-lhe uma historia que teria acontecido com a sua esposa.
Naquela noite, Bartolomeu deixou cair um pedaço de linha aceza no corpo da sua esposa. Comovida de dor, a esposa gritoufeita um animal. Aquele grito expantou o Bartolomeu que achou que a esposa teria se tornada uma hiena dai que, decidiu ir contar o sucedido ao seu cunhado. O prisioneiro, na base daquela história, ficou pensando na possibilidade da sua esposa também ser uma feiticeira. Para provar isto, o prisioneiro ferveu água e despejou no corpo da sua esposa mas, a esposa não gritou, como ele esperava. Depois de tanto tempo sem gritar e sem se mecher, ele achou extranho e aproximou para mecher o seu corpo. O corpo estava frio sinal de que a esposa já estava sem vida. Ele, pensou nas possíveis razões e, como teria a colocado água quente, concluiu que, de facto, Carlota era um pássaro pois, os pássaros é que morreriam por água quente.
Depos de um tempo na cadeia, o seu cunhado Bartolomeu veio a cofensar a verdade. Disse-lhe que a sua esposa não era hiena porque já a observou várias vezes e assim concluiu. Com esta versão, o prisioneiro tambem concluiu que, afinal, Carlota Gentina não tinha asas para voar. A cadeia não é o lugar onde se pode resolver questões tradicionais, ele pedia para que seja recaminhado para o seu mundo, onde podiam perceber que ele se enganou pensando que Carlota Gentina era feiticeira.
Sade, o lata de água
Sade, um homem que conheceu uma mulher que já tinha sido casada e já tinha filhos. A ocasião criou oportunidade até que os dois ficaram juntos. A mulher era mais velha que, a população apelou ao Armando para que a deixasse. Armando não deu ouvidos a rumores da outrem e permaneceu com a Júlia daí que, deram-no o nome de lata de água pois, agua é susceptivel a qualquer coisa.
Foi passadndo o tempo ee, o casal, não podia ter filhos porque o Armando não fazia filhos. Porém, uma família completa é aquela que tem filhos todavia, Armando decidu convencer a Júlia para dormir com outro homem para se engravidar dele e o filho pertenceria ao Armando. Assim aconteceu mas, quando o filho nasceu, trouxe uma tristeza ao Armando pois, vivia inseguro por saber que aquele filho não era dele. Esta fúria toda era descarregada à Júlia, barrulho este que chamou atenção dos vizinhos incluindo o Severino, chefe do quarteirão onde o casal vivia.
As baleias de Quissico
Bento João Mussavele, natural de Inhambane, um sonhador que vivia no maputo. As histórias falsas da existência de uma baleia do tipo armazem comoveu o Bento que decidiu viajar de Maputo à Quissico para encontrar a baleia que podia o livrar da fome que ele e os seus familiares em Inhambane passavam.
Um dia se despediu dos amigos e vizinhos, sem dizer onde ia, foi se estacionar nas casas velhas perto do mar de Quissico a espera que a baleia aparecesse. Ele ficava atento no mar enquanto a fome o torturava. Alguns amigos decidiram ir visitá-lo. Quando chegaram, tentaram convencer explicando lhe que a baleia de quissico não existia, aquela era uma metáfora para designar transporte de armas pelos imperialistas. Mas, nenhuma explicação mudou a posição e esperânca do Bento. Ele permaneceu ai ate que um dia veio uma tempestade. Quando bento apercebeu-se da tempestade, já era um sina da chegada da baleia, ele levantou-se e foi ate ao mar. Seguiu a fúria das águas que quase o engoliam e depois, a tempestade passou e as águas voltaram a normalidade. Bento seguiu as aguas e segui o sonho infinito da baleia de quissico que traria produtos.
De como o velho jossia foi salvo
Este episódio, apresenta se o Jossias Damião Jossane, um velho pessimista que por tanto sofrer devido a estiagem, via a luz no fundo do tunil nas vésperas do tempo chuvoso. Conforme a história, urge a necessidade de invocar os antepassados pedindo a chuva que não caía há bastante tempo. E, como mandava a tradição da época, degola se uma cabeça de vaca, servindo o sangue da mesma para os espíritos. Neste contexto, o Jossia voluntariou se em levar à comunidade a bebida que serviu na cerimonia e bebeu pelo caminho. Contudo, a medida que a história enrola, o Jossia é encontrado no fundo do poço onde permanecera por muito tempo após de consumir o álcool destinado a festa. E, em fim, ele é resgatado vivo durante os trabalhos de regaste provocado pelas cheias que ocorreram no tempo que ele encontrava soterrado na água.
História dos aparecidos
Neste texto, a historia centra se no Aníbal Mucavel e Luís Fernando tidos como desaparecidos por muito tempo durante aquele momento de calamidade. E, espantosamente, a comunidade ficou ao vê-lo na comunidade, e, por conseguinte, não foram bem-vindos. Assim, a história narra que eles já não tinham enquadramento naquela comunidade. Assim, eles apresentaram queixas as diferentes instancias da justiça local ate quando conheceram o professor Samuel quem acolhera na sua casa por alguns dias. È na casa do professor Samuel que souberam que a sua rejeição tinha muito que ver com a corrupção que verificava com os chefes locais, sobretudo, no tempo de distribuição dos produtos alimentares. Todavia, finalmente, após a vinda do chefe da comissão, o Luís Fernando e o Aníbal Mucavel são perdoados e aceite pela comunidade.
A menina do futuro torcido
A história neste episódio gira em torno do Joseldo Bastante, um mecânico e pai de doze filhos e a Filomeninha uma das filhas do mesmo. A medida que a história conta, o senhor Joseldo terá visto na filha uma oportunidade de ganhar mais dinheiro se a filha fosse acrobata especializada. È que rumores diziam que havia um empresário que contratava crianças com tais habilidades. Todavia, apesar dos esforços do pai em tornar a filha naquela especialidade, tudo foi um fracasso pois a menina não aguentara com os treinos de contracção do corpo. A história, diz ainda que a Filomena ficou débil de maneiras que o próprio empresário não aceitasse trabalhar com ela. E, infelizmente, o pai da Filomeninha voltara à casa de cabisbaixo já que a Filomena perdera a vida a caminho de casa.
Patanhoca, o cobreiro apaixonado
O último episodio deste livro, versa sobre Joao Pantahoca, um magico criador de cobras e Mississe, uma viúva chinesa. A Mississe depois de ter perdido o seu parceiro vive no mundo isolado em solidão. È verdade que, a história, narra ainda que homens ricos tentaram seduzi-la sem sucesso. Mas, o Pantanhoca, um homem sem qualidades humanas, interessou nela. O tempo foi passando, ele passando noites guarnecendo a casa da viúva. Do texto, se diz que o trabalho não era remunerável mas acompanhado de paixão. De acordo com a historia, chegara um tempo que a viúva sente se seduzida e aproxima ao João Patanhoca. Ele devido a sua condição física, encara dificuldade embora com o mesmo objectivo. Portanto, ambos viveram momentos de desavenças por algum tempo. E, finalmente, João Pantanhoca conseguira namorar a viúva Messisse depois de muitos anos de solidão.